
Em 1999, o presidente da UNESCO, Federico Mayor, solicitou a Edgar Morin um conjunto de reflexões que servisse para nortear a educação do próximo milênio.
Morin escreveu um texto que depois foi sistematizado no livro "Os sete saberes necessários à educação do futuro."
No livro, o filósofo frânces afirma que o primeiro saber é a compreensão das cegueiras do conhecimento. Para ele, todo conhecimento comporta risco e ilusão. Assim, o educador deve mostrar que o conhecimento não é um espelho do mundo externo, mas uma reelaboração de sinais captados pelos sentidos. Até mesmo a razão pode levar a erros quando se perverte e se transforma em racionalização. Enquanto a razão é aberta, a racionalização é fechada.
Outro princípio é o do conhecimento pertinente. ele se refere à contextualização do conhecimento em contraposição à fragmentação da lógica cartesiana: "O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido".Nessa nova ótica, a união dos conhecimentos, pela transdisciplinariedade, seria a solução para a educação do futuro.
O terceiro conhecimento refere-se à condição humana. Os professores deveriam ensinar diversidade cultural e, ao mesmo tempo, o que todos temos em comum, promovendo uma espécie de consciência global. Segundo Morin, a literatura, a poesia e as artes são fundamentais nesse processo de compreensão da condição humana.
A lógica da separabilidade gerou, entre outras coisas, a consciência de nacionalidade, mas, para Morin, hoje, com o avanço da tecnologia da comunicação, o ser humano vive uma era planetária: "todos os humanos, desde o século 20, vivem os mesmos problemas fundamentais de vida e morte e estão unidos na mesma comunidade de destino planetário". Assim, o quarto princípio é ensinar a identidade terrena.
Outro princípio importante, que tem sido destacado pela teoria do caos, é o da incerteza. Não é possível falar em uma determinação histórica quando se vê o passado em perspectiva.
A escola deve preparar seus alunos para lidar com a incerteza de um mundo em constante transformação.
(Fonte:Filosofia)
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