"O olhar é o personagem principal do mundo de Narciso, central no mito de Édipo e é ele que confere o aspecto cênico da fantasia constituída pelo quadro que cada sujeito pinta para colocar em sua janela do real." (Um olhar a mais - A. Quinet.) O meu olhar... É um prazer ter o seu olhar aqui!
quarta-feira, 28 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
Amante x Esposa
Olhares para pensar e sentir.
Sobre sonhos...
"Klubai perguntou para Marco:
Sobre escolhas...
"O Grande Khan disse:
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Olhar de coragem
Felicidade realista
Para minha querida avó.
Hoje é dia da vovó!!
Obrigada por todo amor que sempre ganhei de ti.
Livro - Shecaira.
Dia 18 de agosto (quarta-feira), das 19 às 22 horas, na Livraria da Vila (Al. Lorena 1731, bairro Jardins, São Paulo/SP), Sérgio Salomão Shecaira lançará a obra Estudos de Direito Penal - vol. II, da Gen-Ed. Forense.
Jardins
domingo, 25 de julho de 2010
Seminário Brasil/Canadá.

O Seminário será realizado primeiramente em Porto Alegre, no dia 04 de agosto, no auditório do Ministério Público - Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, n° 80 - 3º andar - Bairro Praia de Belas. Já Caxias do Sul receberá o evento no dia 05 de agosto no auditório do Bloco J da UCS – Universidade de Caxias do Sul - Rua Francisco Getúlio Vargas, nº 1130. Confira abaixo a programação completa do evento.
Programação (comum para ambas localidades).
MANHÃ
8h30 – Recepção
9h – “Justiça Restaurativa e Capital Social: por que a justiça restaurativa é positiva para sociedades democráticas”, com Elizabeth Elliot
9h45 – Diálogos
10h15 – Intervalo
10h30 – “A Justiça Restaurativa e as organizações”, com João Salm
11h15 – Diálogos
12h00 – Encerramento (manhã)
TARDE
14h – “Segurança sem cuidado: Justiça Restaurativa e presos. Experiências nas prisões e Justiça Indígena”, com Elizabeth Elliot
14h45 – Diálogos
15h15 – Intervalo
15h30 – “Justiça Restaurativa e Escolas”, com Brenda Morrison
16h15 – Diálogos
17h – “Anomia, Justiça e Desenho Institucional: Justiça Restaurativa como uma alavanca da comunidade no Brasil”, com Brenda Morrison
17h45 – Diálogos
18h30 – Encerramento.
Sobre os convidados:
Brenda Morrison é co-diretora do Centre for Restorative Justice e Professora Assistente da Faculdade de Criminologia da Simon Fraser University em British Columbia, Canadá. Ela vem do campo da Psicologia Social com experiência em educação ao ar livre, administração governamental e justiça restaurativa. Atua com foco em comunidades escolares e instituições que dão apoio a tais comunidades. Seu magistério e pesquisa se concentram em justice transformadora e restaurativa, violência e segurança escolar, gerenciamento da vergonha e identidade social, o ser e o interesse próprio. Ministra os seguintes cursos: CRIM 315 (Introdução à Justiça Restaurativa); CRIM 442 (Práxis da Justiça Restaurativa); CRIM 417 (Escolas e Comunidades Seguras: Pedagogia e Prática da Justiça Restaurativa). É co-diretora do Safe Schools and Communities Special Interest Group da American Education Research Association e membro do Comitê Científico do International Observatory of Violence in Schools, conduziu inúmeros painéis sobre justice restaurativa nas escolas para o World Congress of Criminology e várias Associações. Mantém parceria em pesquisa com a PREVNet (Promoting Relationships Eliminating Violence Network), no escopo das redes canadenses para Centros de Excelência. Brenda é membro do grupo de trabalho para Responsabilidade Social e Aprendizado Colaborativo no Ensino e membro ativo do conselho da North Shore Restorative Justice Society.
Elizabeth (Liz) Elliott, M.S.W., Ph.D é Professora Adjunta e Co-diretora do Centre for Restorative Justice da Faculdade de Criminologia da Simon Fraser University em British Columbia, Canadá. Trabalha em estabelecimentos prisionais e com justiça restaurativa desde 1981, primeiramente como agente social vinculada à comunidade e depois como palestrante para o sistema educacional prisional nas Penitenciárias Federais, e hoje como professora universitária. Elliott ministra cursos e escreve sobre justiça restaurativa, prisões e criminologia. É co-editora da obra New Directions in Restorative Justice (Willan, 2005), e autora de inúmeros artigos e capítulos sobre o tema. É fundadora e editora do Journal of Prisoners on Prisons (University of Ottawa Press), faz parte do conselho editorial do Contemporary Justice Review (Routledge, Taylor & Francis Group). Faz parte dos conselhos das organizações: Canadian prisoner aid organization, the John Howard Society of the Fraser Valley (B.C.) e West Coast Prison Justice Society.
João Salm é natural de Florianópolis e gerencia, na cidade de Vancouver, projeto intercultural que foca a justiça social e a cidadania. Este projeto promove a capacitação de imigrantes com a participação canadenses. Nele se exerce o diálogo sobre questões de raça, diversidade e resolução de conflito, além da realização de atividades comunitárias. Salm, também, tem sido co-facilitador em cursos de graduação na Universidade Simon Fraser, supervisionado pelas professoras Brenda Morrison e Liz Elliot. Ele assume como professor, no Departamento de Continuing Studies da SFU, a Disciplina de Justiça Restaurativa, em Janeiro próximo. O Prof. João Salm participa de eventos científicos e publica nas áreas de justiça restaurativa e administração pública. Ele foi membro do Comitê Internacional de Desenvolvimento da Association for Conflict Resolution (2007-2009). Salm é o segundo participante do programa Inter-Americano de Educação para Valores e Práticas Democráticas – The Young Scholar Program do Departamento de Educação e Cultura da Organização dos Estados Americanos - OEA - em Washington DC.
O Seminário Internacional Brasil/ Canadá “Justiça Restaurativa, Inovação e Desenvolvimento Social” é uma iniciativa da Escola Superior da Magistratura, Programa Justiça para o Século 21, Prefeitura Municipal de Caxias do Sul e Faculdade de Direito da UCS.
Para aprofundar as informações acesse:
http://200.169.22.139/justica21orgbr/interno.php?ativo=NOTICIAS&sub_ativo=842
Inscrições para Porto Alegre: E-mail secretaria@justica21.org.br – Fone: (51) 3433.6965.
Inscrições para Caxias do Sul: através do site www.ucs.br, na Galeria Universitária pelos telefones (54) 33218.2430 e (54) 3218.2595 e na Secretaria Municipal de Segurança Pública pelo telefone (54) 3218.6000 ramal 6341.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente.
sábado, 24 de julho de 2010
Meu olhar para hoje, amanhã e muitos outros dias.
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
(O. Montenegro)
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Olhar para nossas decisões.
Meu Quintaninha, sempre.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Olhares - Cecília e Quintana.
Quando passarem os dias,
e não mais se avistar
nosso rosto, e o sereno
modo nosso de olhar,
e a nossa evaporada
voz não viver mais no ar,
e as sombras esquecerem
a que era a do nosso olhar,
vai ser doce pensar-se
- em que secreto lugar? -
nos sonhos que inventávamos,
ternos e devagar,
no perfil que tivemos,
tão fino e singular,
e no louro e nas rosas
que o poderiam coroar,
e nos vergéis que sentíamos,
quando íamos a par,
ouvindo o amor que nunca
chegou a sussurrar...
(poema que Cecília Meireles fez para Quintana)
Meu olhar.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Olhar o caminho.
EU CELEBRO a mim mesmo,
E o que eu assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a
você.
Vadio e convido minha alma,
Me deito e vadio à vontade .... observando uma
lâmina de grama do verão.
Casas e quartos se enchem de perfumes .... as
estantes estão entulhadas de perfumes,
Respiro o aroma eu mesmo, e gosto e o
reconheço,
Sua destilação poderia me intoxicar também,
mas não deixo.
A atmosfera não é nenhum perfume .... não tem
gosto de destilação .... é inodoro,
É pra minha boca apenas e pra sempre .... estou
apaixonado por ela,
Vou até a margem junto à mata sem disfarces e
pelado,
Louco pra que ela faça contato comigo.
A fumaça de minha própria respiração,
Ecos, ondulações, zunzuns e sussurros .... raiz
de amaranto, fio de seda, forquilha e videira,
Minha respiração minha inspiração .... a batida
do meu coração .... passagem de sangue e
ar por meus pulmões,
O aroma das folhas verdes e das folhas secas,
da praia e das rochas marinhas de cores
escuras, e do feno na tulha,
O som da palavras bafejadas por minha voz ....
palavras disparadas nos redemoinhos do
vento,
Uns beijos de leve .... alguns agarros .... o
afago dos braços,
Jogo de luz e sombra nas árvores enquanto
oscilam seus galhos sutis,
Delícia de estar só ou no agito das ruas, ou pelos
campos e encostas de colina,
Sensação de bem-estar .... apito do meio-dia
.... a canção de mim mesmo se erguendo
da cama e cruzando com o sol.
Uma criança disse, O que é a relva? trazendo um
tufo em suas mãos;
O que dizer a ela ?.... sei tanto quanto ela o que
é a relva.
Vai ver é a bandeira do meu estado de espírito,
tecida de uma substância de esperança verde.
Vai ver é o lenço do Senhor,
Um presente perfumado e o lembrete derrubado
por querer,
Com o nome do dono bordado num canto, pra que possamos ver e examinar, e dizer
É seu ?
E sou o poeta da alma.
Os prazeres do céu estão comigo, os pesares do
inferno estão comigo,
Aqueles, enxerto e faço crescer em mim mesmo
.... estes, traduzo numa nova língua.
Sou o poeta da mulher tanto quanto do homem,
E digo que é tão bom ser mulher quanto ser
homem,
E digo que não há nada maior que a mãe dos
homens.
Vadio uma jornada perpétua,
Meus sinais são uma capa de chuva e sapatos
confortáveis e um cajado arrancado
do mato ;
Nenhum amigo fica confortável em minha
cadeira,
Não tenho cátedra, igreja, nem filosofia;
Não conduzo ninguém à mesa de jantar ou à
biblioteca ou à bolsa de valores,
Mas conduzo a uma colina cada homem e mulher
entre vocês,
Minha mão esquerda enlaça sua cintura,
Minha mão direita aponta paisagens de
continentes, e a estrada pública.
Nem eu nem ninguém vai percorrer essa estrada
pra você,
Você tem que percorrê-la sozinho.
Não é tão longe assim .... está ao seu alcance,
Talvez você tenha andado nela a vida toda e não
sabia,
Talvez a estrada esteja em toda parte sobre a
água e sobre a terra.
Pegue sua bagagem, eu pego a minha, vamos em
frente;
Toparemos com cidades maravilhosas e nações
livres no caminho.
Se você se cansar, entrega os fardos, descansa a
mão macia em meu quadril,
E quando for a hora você fará o mesmo por mim;
Pois depois de partir não vamos mais parar.
(Trechos de Folhas de Relva - Walt Whiltman. Tradução de Rodrigo Garcia Lopes)
terça-feira, 20 de julho de 2010
Olhar para todos os meus queridos amigos!
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Hahaha...
Olhar selvagem.
domingo, 18 de julho de 2010
...

Admiro minha mãe por se respeitar, por se assumir, por ser cada vez mais parecida com a pessoa que ela sempre desejou ser.
Eu admiro minha mãe por vários motivos. E tenho um orgulho crescente dela por várias razões. Nada disso, no entanto, tem a ver com as motivações que geralmente levam um filho a gostar de sua mãe.
Minha mãe, por exemplo, não cozinha bem. Lembro com carinho de um feijão que ela fazia, e que eu comia com colher de sopa numa cumbuca, bem como de uma torta nega maluca bem gostosa. Trata-se de relíquias arqueológicas do meu paladar – coisas que simplesmente não existem mais. Melhor assim. Acho que esses quitutes bissextos conservam melhor gosto se guardados para sempre no baú das minhas mais caras recordações gustativas. O fato é que minha mãe não gosta de cozinhar. A ponto de ter abolido o fogão e a geladeira em sua casa – usa um fogareiro de duas bocas, onde esquenta leite (ela adora café com leite) e um frigobar, permanentemente vazio (ou semihabitado por pés de alface e litros de leite longa vida). Ela não gosta de comer – e esse é um prazer fundamental para mim, uma alegria de viver que não compartilhamos. A relação que ela tem com comida, salvo raríssimas exceções (quibebe, quem diria, uma delas), é racional: ela se alimenta para fins de sobrevivência e ponto. Se pudesse se manter com uma pílula diária, provavelmente o faria.
Minha mãe e eu também não desfrutamos da mesma visão do que é um lar, do que deveria ser uma casa. A relação dela com o lugar onde mora é meramente funcional: a residência tem que ser a menor possível, para custar o mínimo e oferecer manutenção fácil, e deve ter apenas o espaço necessário para abarcar seus livros, e seus recortes de jornais e revistas, e todas as anotações que lhe escapam das páginas das publicações e cobrem seus papéis avulsos com manuscritos cheios de pontos de exclamação. Recentemente repassei a ela um notebook antigo, que ela vem utilizando como máquina de escrever. Seus pergaminhos, portanto, começaram a ser digitalizados. E ela está gostando de poder mexer nos textos sem ter que riscar, escrever por cima e puxar mil setas quando o espaço para refações realmente acaba. Mas a verdade é que ela adora papel, tem repulsa pelo mundo da tecnologia, da internet, dos bits. Ela gosta de ter uma relação intestina (termo dela), orgânica, visceral, física com a sua produção. Não gosta de máquinas nem de inteligências artificiais. Tudo o que é virtual não lhe apraz. É curioso ver uma integrante tão aguerrida de uma geração tão revolucionária finalmente cerrando fileiras do lado da reação, finalmente abandonando a vanguarda e indo defender os jeitos antigos de fazer as coisas. Em meados do século 21, minha mãe está mais ludita do que nunca.
Falando nisso, ela e eu também não dividimos mais a mesma barricada política há anos. Já passeamos juntos por plenárias, caminhadas, comícios, atos públicos. Aí um dia eu fui morar fora do Brasil e não demorou muito para eu começar a ver tudo diferente e me tornar um cara que acredita no modelo liberal anglo-saxão: Estado pequeno, governo como árbitro e não como jogador, sistema judicial ágil e imparcial para resolver os conflitos (o que significa, provavelmente, legislar mais a posteriori do que a priori, mais pela jurisdição e menos pela letra fria que é a tradição do direito romano que nos formou). Além de livre mercado baseado na competição e na meritocracia, menos impostos e mais liberdades (e responsabilidades) individuais etc. Minha mãe continua sonhando o sonho esquerdista da sua geração. Para ela, a exploração do trabalho pelo capital é indesculpável – o risco do empreendimento, a coragem sublime de tomar a iniciativa privada, que move o mundo e que pouca gente topa encarar, para ela não justifica de modo alguns os lucros do empreendedor sobre o trabalho de seus funcionários.
Para a minha mãe, os Estados Unidos são a nação mais desprezível da Terra e Cuba é um modelo formidável de organização econômica e política de uma sociedade – ela admira (com razão) os sistemas de saúde e educação universais e gratuitos de Cuba, simpatiza com o sistema de eleições sem candidatos de lá (curioso que não tenha a mesma simpatia pelos candidatos biônicos que havia no Brasil na época em que ela – com boa dose de razão – quase pegou em armas por aqui) e acha que tudo o que ocorre de ruim em Cuba advém de Washington e Miami. Minha mãe é quase uma anarquista, uma simpatizante ativa da desobediência civil, em sua conduta com cidadã aqui no Brasil. Ela adora a coisa gauche de Michael Moore. No entanto, não se opõe a coisas como a proibição de ir e vir em Cuba, as regulações estatais à vida dos cidadãos, a censura, a perseguição aos dissidentes e a práticas poucos sofisiticadas de debate como, por exemplo, o Paredão. É um pouco como se a luta anticapitalismo e a utopia comunista fossem valores mais fortes do que os direitos humanos e civis. Como se os fins (uma quimera ideológica acalentada de boa fé) justificassem os meios mais torpes. Como se, enfim, os pecados da direita virassem práticas plenamente justificáveis quando utilizadas pela esquerda.
Minha mãe morre de medo dos transgênicos (com alguma razão) e não acha ruim quando um Bové da vida destroi alguma plantação de soja de laboratório por aí. Ela também não se opõe a figuras como Hugo Chávez, Evo Morales e Ahmadinejad. (Mãe: o Irã vai matar a pedradas uma viúva que namorou outro homem depois da morte do marido. Por achar que isso é justíssimo e que conta com a bênção de Alá. O que esses caras vão fazer quando puderem atirar ogivas nucleares, ao invés de pedregulhos, sobre quem consideram, na sua visão medieval, talvez obnubilada pelo excesso de pêlo facial, ser as prostitutas do mundo? Chamo à lide o seu feminismo histórico, heroico, de primeira geração e de refinada cepa contra esse seu esquerdismo – ou mero antiamericanismo – empedernido, mãe!)
Bem, eu disse que tínhamos nos distanciado politicamente…
Mas disse também que admiro minha mãe. E é verdade. A admiro muito.
Admiro minha mãe por sua independência, por sua coragem de ser ela mesma – desde muito cedo na vida até hoje. Ela saiu de casa aos 17 para nunca mais voltar. Sem nada no bolso ou nas mãos. Rompendo com sua família, com seus amigos, com sua cidade, com seu passado, com muito do que ela era até ali. Decidiu não casar com um fazendeiro quando era tudo que uma menina como ela poderia querer. Foi lanterninha de cinema, morou em quarto de pensão, viveu a situação de só poder comer uma vez ao dia. Engravidou aos 19 e considerou interromper a gestação, quando isso era um tabu ainda maior do que é hoje. O que teria sido algo plenamente compreensível, dadas as circunstâncias. O que teria tornado a sua vida muito mais simples, escorreita, menos sofrida. (Claro que agradeço muito o fato de ela não ter tomado essa decisão! Assim como agradeço muitíssimo a quem a influenciou a resolver a questão de um modo que me permitiu existir…) Ela se divorciou aos 27, quando esse era outro tabu enorme no país. Minha mãe, a seu modo, foi Leila Diniz. E raspou o cabelo, usou black power, aboliu o sutiã (recentemente aboliu as calcinhas – está usando cuecas de algodão por serem mais confortáveis), desafiou os homens, os poderes instituídos por onde andou, as convenções. E leu Shere Hite, Coojornal, Pasquim, Liv Ullmann, Marina Colasanti, Marisa Raja Gabaglia, Fernando Gabeira, Alex Polari, Ferreira Gullar e mais um monte de gente. Ouviu muito Vandré e Mercedes Sosa. Mais tarde, suas paixões atuais chegaram e dominaram a cena em definitivo: Foucault, Deleuze, Guattari, Artaud, Spinoza. Minha mãe trocou de carreira com quase 40 e se se formou já quarentona, com um camisão multicor, quebrando o protocolo da circunspecta Reitoria, quando todo mundo no palco usava toga – e foi aplaudidíssima pela turma e por toda a plateia ao encerrar dizendo: “Peço desculpas a todos vocês por todas as vezes em que não fui suficientemente radical”. Eita frase boa. Eu estava lá, orgulhoso.
Admiro minha mãe por conviver tão bem com as suas excentricidades – quase todas elas citadas acima, menos a última: abolir a toalha de banho para se secar em toalha de rosto. Admiro minha mãe por assumir suas estranhezas, suas esquisitices, suas etezices. Por se respeitar cada vez mais. E por dar cada vez mais risada – inclusive de si mesma e de suas idiossincrasias divertidas. Por viver cada vez mais do seu jeito. Por ser cada vez mais parecida com quem ela de fato deseja ser. E, como consequência, por viver cada vez mais feliz, tranquila, realizada. É uma vencedora, no plano individual, em meio a uma geração que perdeu a queda de braço no plano coletivo. Deveria ter aprendido mais sobre isso com ela – da importância de respeitar o próprio estilo, de defender seus princípios e convicções, de se dar o tempo devido. Uma das radicalidades mais bacanas dela está na arte de montar a sua vida do jeito que melhor lhe apraz – e não abrir mão disso por (quase) nada.
Admiro minha mãe, por fim, pela avó que ela se tornou. Amorosa, paciente, atenciosa, disponível, generosa como talvez nunca tenha sido antes. Há sorrisos que brotaram em seu rosto com os netos. E uma maciez maior no toque que tem a idade dos meus filhos. Ela está sendo mãe agora, em certo sentido. E eu gosto de assistir sua maternidade acontecendo de modo mais pleno com meus pequenos. Funciona um pouco como um resgate, para mim. Ademais, quem faz bem aos nossos filhos faz bem à gente, não é assim? Mesmo que seja – por que não? - a nossa própria mãe.
Olhar...
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Olhar para meu guri, Mauricio.
As provinhas, para as lembrancinhas, vieram repletas de dinossauros selvagens e Mauricio ficou inconformado:
"Muito violento mãe. Eu quero é minha foto e com dinossauros bonzinhos!"
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí,

"Como eu nunca lutei para deixar-te nada além do amanhã indispensável: um quintal de terra verde onde corra, quem sabe, um córrego pensativo; e nessa terra, um teto simples onde possas ocultar a terrível herança que te deixou teu pai (tua mãe) apaixonado(a) - a insensatez de um coração constantemente apaixonado."
(V. de Moraes)
Mauricio foi um filho mais que planejado, foi DESEJADO - assim, com essas letras garrafais mesmo.
Quando soube que o carregava no ventre, virei fêmea, me senti poderosa e vivenciei cada segundo da minha maternidade.
Cada cheirinho, cada choro, cada descoberta.
Ele é o homenzinho da casa, coisinha linda, guti-guti da mamãe.
As meninas precisam estudar, morar fora, mas o Mauricio não.
Para o Mauricio tudo é permitido...
Fui mãe muito cedo e minha maternidade com o Mauricio é outra. Não tenho pressa, exigências...
Se ele quer brincar, comer algo diferente, mamar na mamadeira até hoje, pode, pode sim, querido. Ele tem o todo tempo do mundo e por que exigir dele?
E não pense você que ele é mimado, chato ou sei lá o quê. Por onde ele passa fica o seu encanto.
Sofre por ser bonzinho demais. Não se conforma com quem não pede desculpas e como ele mesmo diz:"Tem que falar desculpa e também falar que foi SEM querer. Porque se for POR querer não vale".
É isso, meu gurizinho, magoar o outro só se for sem querer!
Se algo sai errado, lá vem Mauricio: "Não faz problema, mãe!"
Hoje, o quando o Woody, do Toy Story, seu brinquedo preferido, quebrou o chapéu, ele me disse: "Mãe, mesmo ele quebrado, com defeito, ele continua sendo meu amorzinho!! "
Assim é o meu pequeno homenzinho. Homenzinho que me ensina a amar sem medida, a prestar mais atenção em tudo, reclama quando não o ouço de verdade, se fico brava com ele ou com suas irmãs, ele trata rapidamente de me lembrar da doçura que não posso perder.
É lindo, loirinho, de olhos que mudam de cor, como ele mesmo diz, sabe pintar, cantar (a do tomatinho vermelho é minha preferida!), dançar, sabe os números, é encantador, fala o "ira" mais lindo mundo (é o "iria" dele!), fala coisas de gente grande, ama um ataque de beijos e muita, muita massagem nos pés. Tem os olhinhos mais lindos do mundo!
É meu "pimpi", é meu "pesseguinho" (é asim que o chamo), tem sempre uma florzinha, um desenhinho, um beijinho. Sou sempre a princesa, a heroína mais forte, a power ranger cor de rosa, sou eu quem prepara a melhor mamadeira do mundo, quem canta e dança como ninguém, sou quem tem os melhores beijos e o melhor colinho.
Sempre sonhei em ter um menino, coisa de mulher, mas hoje, ao vê-lo, é quase surreal.
Hoje, o dia em que ganhei Mauricio em minha vida, é um dia de festa para todos.
Aqui em casa, uma família enorme, os aniversários começam em abril e vão até outubro, sem pular um só mês. A cada aniversário um sofrimento:"Por que nasci depois, mãe?"
O mesmo com as irmãs: "Por que tantas meninas? Eu quero um irmão!"
Ok, depois que expliquei que o tal irmão precisará do colo da mamãe, ele resolveu mudar de ideia. Não quer mais o irmão, quer continuar sendo o bebê da mamãe, para meu deleite!
Mas Mauricio, no auge dos seus 4 anos, me ensina que um dia ele vai deixar de ser meu pessseguinho. Sim, eu já havia pensado que os 40 anos de Mauricio seria uma idade ideal para ele começar a pensar na outra. Aquela..., aquela que levará o pesseguinho para a terra das perdições. Eu sei, eu sei que não existirá mulher apropriada para dividir uma vida com o tesouro da mamãe, mas, em terra de perdição, não há como concorrer. E, assim, vou transformar "aquela"na minha nora preferida - o que a gente não faz por um filho? Ela pensa e eu faço. Não sou boba, nem nada. Que os genros me agradem e eu agrade a nora! Esse é o lema.
Mauricio, namora sério há mais de dois anos, planeja uma casa, escolheu o nome das suas crianças (Gabriela e Enzo) e para minha alegria planejou meu quarto (bem ao lado do dele, eba!!). Generoso e sábio que é, aumentou a casa porque a tal namorada arrumou outro namorado. Melhor dividir o que é bom!! O menino sabe tudo!
Assim, recebo os desenhos, os beijinhos, as cenas de ciúmes, danço, canto, amasso muito, dou massagem, sou power ranger, o Bala no Alvo (o cavalo do Woody!!), preparo a mamadeira mais gostosa do mundo e faço tudo por ele. Aprendi com minhas meninas que tudo passa tão rápido.
Loguinho estarei a cuidar da Gabriela e do Enzo, meus netos.
Feliz Aniversário meu amor!
O segredo dos seus olhos.

Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!”
(Quintana)
Ontem, fui ver o filme O segredo dos seus olhos.
Perdi um pouco o encantamento do filme porque já conhecia todas suas passagens.
Li diversos artigos sobre o filme, conversei com quem havia visto o filme e, assim, já sabia o que me esperava.
No entanto, o que ficou pra mim, não li em nenhum artigo.
Benjamim, nas palavras de Irene, “é lerdo” e nas minhas é covarde.
Dias atrás li, em um livro de Jung, a diferença do tempo para se envolver, do homem para a mulher.
Pense em relacionamentos e poderá constatar que, em sua maioria, são as mulheres que o embalam na fragilidade do início de qualquer relação. Sim, todo início é frágil, há o medo, o temor, mas isso existe para ambos os lados. E, sempre, há uma mulher mostrando, delicadamente, "a possibilidade" maior que o temor.
Benjamim demorou 25 anos para ter a coragem necessária e colocar a letra “A” em seu TEMO(R).
Uma simples letra, um simples passo para preencher uma “vida vazia”.
Quantos de nós, em nome desse temor, de dores que nada têm a ver com esse presente, com essa pessoa que se apresenta ao nossos olhos, fogem sem saber que ali estava o AMOR.
Termino com a última fala de Benjamim e Irene, mas na esperança de que possa ser empregada hoje e não depois de 25 anos:
“- Vai ser complicado, diz Irene.
- Não me importo, diz Benjamim”.
Remar...

quinta-feira, 15 de julho de 2010
Olhar para meus prazos.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Intuir.
A intuição é uma aptidão que todos nós temos, mas que precisa ser desenvolvida – assim como a própria capacidade de pensar. É aquela percepção ou decisão que aparentemente não tem uma explicação lógica e que até contraria o senso comum, mas que no fim das contas faz todo o sentido. Ela funciona como um guia interno, que se manifesta através de um conhecimento“Por isso a intuição aparece através de sensações inexplicáveis, insights, sonhos, ou de uma voz interna que parece dizer ‘sim, isso está certo’ ou ‘isso não vai funcionar’”, diz a psiquiatra americana Judith Orloff, autora do livro Second Sight (“Outro olhar”). É difícil explicar a intuição porque ela é como um lampejo, uma resposta imediata que nossos neurônios constroem diante uma situação. “Um pressentimento sempre nos inquieta porque não sabemos de onde ele surgiu, ele não vem a partir de um raciocínio consciente, mas de um lugar desconhecido da nossa mente”, escreve Judith.
A lógica e os modos conscientes de pensamento monopolizaram nossa forma de compreender o mundo. Mas, no entanto, a lógica é apenas umas das muitas ferramentas úteis de que a mente pode se valer. “Até porque há informações e percepções que vão direto para o inconsciente, sem passar pelo filtro do nosso consciente”, diz o filósofo Ari Rehfeld.
Em plena era da informação, sofremos mesmo do mal do “pensar demais”. Tanto que, de muito raciocinar, sobrecarregamos toda a capacidade de atenção do cérebro, comprometendo a saúde.
Desenvolver a intuição significa adotar uma postura mais reflexiva e trabalhar a autoconfiança. Apostar naquilo que você percebe e sente. Dedicar-se um tempo ao silêncio e ao recolhimento ajuda. Registrar e interpretar sonhos e impressões, também, porque essas práticas facilitam o acesso ao mundo interno, assim como ler, conhecer, assistir, viajar. Outros sinais aparecem em nosso próprio corpo, não apenas na mente. Sintomas físicos como insônia e agitação podem indicar desconforto com uma situação ou decisão que se esteja pensando em tomar. “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento de que necessita em seu próprio interior”, escreveu o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, um defensor da intuição. Precisamos só estar abertos a identificá-los, já que, afinal, tendemos a viver tão melhor à medida que percebemos o que nos rodeia.
Intuir, portanto, é enxergar melhor o mundo olhando para dentro de nós mesmos. Por isso é preciso confiar nas nossas próprias intuições. De nada adianta abrir uma comunicação com o inconsciente se esse conhecimento não impulsionar ações. “A intuição é vivencial, precisa ser praticada”, diz a psicóloga Virgínia. Assim como precisamos experimentar relacionamentos para quebrar a cara ou colocar a mão no fogo para perceber que ele queima. E viver é mesmo correr riscos, fazer apostas. E, para isso, nem sempre basta apenas pensar.
Desejos.
— O quê?
— Fazer um pedido de amor?
— Isso não é uma fonte de desejos.
— É que ninguém ainda descobriu o poder religioso desse ponto.
— Para de fiasco.
— Quando a gente iniciar a prática, outros verão a moeda no fundo e seguirão jogando, e logo teremos uma romaria de fiéis. O destino da fé é virar ponto turístico.
— Mas há peixes ali?
— Não vamos machucar, eles fogem dos objetos, são espertos.
— Não, não é justo.
— Tenta, por favor, por mim…
Diante da implicância, Cínthya se posiciona e joga de costas uma moeda de R$ 1. Apostou bem alto em nossa longevidade amorosa. Numa casa espaçosa, com quintal e varandas. Numa lua-de-mel nas Ilhas Gregas.
Corro para ver onde caiu. Não digo para ela. Um peixinho dourado engoliu o nosso casamento."
*Eu sei de pessoas que comeram o Santo Antônio que estava dentro do bolo...
Novo livro.

Mas o que me tocou (muito) nesta obra, para além do encerramento de um importante ciclo da minha vida, foi a dedicatória do Timm no artigo O Nervo Exposto. Fico emocionado ao lembrar da ocasião em que o artigo foi lido, o que representou naquele momento e o que significa hoje."
Link: http://www.pucrs.br/edipucrs/Crimin.eSist.Jurid.PenaisContemp.II.pdf
terça-feira, 13 de julho de 2010
Olhar contra a solidão.
Para ela não se sentir só Joy Bloors, a dona do santuário, colocou uma tartaruga de plástico em seu viveiro e desde então os dois são inseparáveis. Timmy aparenta demonstrar afeto e traz até comida para Tanya, a tartaruga de brinquedo.
Segundo a dona do santuário, para que Timmy vá dormir, ela tem que colocar Tanya dentro de sua casinha primeiro.
Fica a dica meninas: compre brinquedos plásticos e acabem com a solidão! hahaha
Calcinhas...

Devido à inúmeras calcinhas que apareceram por todo o condomínio, algumas deixadas na piscina, outras vistas a voar e algumas extrapolando os limites de nossa área e se espelhando pelas vías públicas, rogamos aos responsáveis, e mesmo aos interessados, que mantenham suas roupas íntimas em suas respectivas unidades residenciais e, em sendo necessário que elas avancem os limites dessas, que sejam mantidas no corpo de suas usuárias enquanto em espaços externos do condomínio, de preferência cobertas por outras peças de roupas.
Sugerimos que, no caso de as usuárias dessas peças íntimas optarem por retirá-las fora das unidades residenciais, que tomem ao menos o cuidado de levá-las consigo quando deixarem os espaços comuns. Pedidos de devolução de peças assim abandonadas somente serão atendidos excepcionalmente e desde que as calcinhas tenham os nomes e números de suas proprietárias escritos na parte externa da peça.
Salientamos que foram denunciados alguns casos em que calcinhas foram vistas deixando as unidades residenciais, voluntariamente ou não, coletiva ou individualmente, pela varanda, e deve ser observado que, mesmo nessas hipóteses, o regimento interno do condomínio autoriza a punição dos responsáveis a título de dolo ou culpa.
Não serão admitidos pedidos de não autuação em hipótese alguma, mesmo que as calcinhas sejam bem usadas, puídas ou em consideração a seus pequenos tamanhos, formosura ou mesmo sob o argumento de que calcinhas perdidas podem, eventualmente, trazer benefícios ou alguma forma de satisfação para quem as veja ou delas se apodere.
Tratando-se de situação inédita em nosso condomínio, foram feitas consultas a profissionais especializados e conseguimos a elaboração de projetos de prendedores de calcinhas, de uso pessoal ou fixos (para residências), que poderão ser produzidos com preços reduzidos se houver número mínimo de interessados. Pedidos podem ser feitos e registrados na administração.
Para evitar que o condomínio possa ser alvo de ações de reparação de danos, especialmente morais ou afins, ficam todos advertidos de que as presentes disposições não pretendem, de maneira alguma, estimular que se deixe de usar calcinha. Da mesma maneira, registra-se que todas as referências às pessoas do sexo feminino como principais destinatárias destas recomendações não importa em preconceito contra pessoas do outro sexo que igualmente fazem uso dessas peças íntimas.
Também observamos que as presentes recomendações não se estenderam a outras peças de vestuários, como soutiens, cuecas e meias, por entendermos que essas peças não estarão sujeitas às mesmas ocorrências antes tratadas ou a seus efeitos, seja em função de que não costumam ser lavadas pelos próprios usuários ou porque presumivelmente não provocam mais danosas consequências morais e sensitivas, como as calcinhas (registra-se que foram noticiadas situações altamente indesejadas quando dos eventos com as calcinhas, como disputas corporais que resultaram em brigas, reações iradas de alguns de nossos mais compreensivelmente pudicos moradores e até mesmo colisões de veículos).
A reincidência importará em penalidades diversas, que incluem a possibilidade de confisco e a imposição de revistas pessoais e domiciliares para constatação de situações de risco potencial.
Pedimos encarecidamente que todos os nossos condôminos se transformem em guerreiros desta cruzada contra o que vem se popularizando com o reprovável nome de "liberdade para as calcinhas".
Particularmente a uma pessoa deste nosso condomínio, que não será identificada por falta de provas e pelo justo receio de ações contra o condomínio, deixamos um recado, que ela saberá compreender: "livros podem muito bem servir de eficientes pesos para contenção de calcinhas!".
Joana Silva
Síndica
13.07.2010
Olhar de cheiro.
E hoje, mãe, você não precisa deixar nada, porque hoje você está aqui e tenho seu cheirinho inteiro."
Amor e cheiro, um não anda sem o outro. Quer coisa melhor do que o cheiro do amor?
O cheiro é um pouquinho do inteiro que podemos carregar.
Olhar açucarado.

Gosto mesmo dessa sutileza amorosa que cheira a cuidado. Que se você não vem, avisa, se você vem primeiro, deixa passar, abre a porta, puxa a cadeira, e então sorri.
Por que sorrir de verdade, leve, suave é de uma delicadeza infinita. Aquela coisinha algodão que está lá, bem simples, bacana e que toca com cuidado.
Penso mesmo que a delicadeza no trato, a educação miudinha é coisa de gente que tem tristeza na alma, mas não perdeu por isso, a paixão pela vida.
Aquele que viu, aquele que sabe que viver é delicado, viver exige um cuidado e olha para o outro sabendo disso. Por que essa tristeza do triste, de quem já sentiu muita coisa, e tem no peito um buraco olha o buraco do outro, e trata com educação. Melhor mesmo seria, dizer que o triste trata a si mesmo e ao outro com delicadeza e emoção. Que educa-ação é palavra apertada, colada na obriga-ação e o triste já sabe já viu que emoção não exige esforço, ela brota no peito e desagua no outro.
O triste que tem a pele sensível, tocado por tudo que é ível - do invisível, indizível,incrível e chá quente, que não é ível, mas é bom, o triste então é sensível a tudo que no mundo está. Por isso essa delicadeza. E até quando estabanado o triste é de uma atrapalhação estranha, não bruta, desengonçada. O triste atrapalhado dá vontade de abraçar, é como um triste feio, daqueles tipo bichinho da maçã, você olha pra ele, e de tão feio, sorri. O triste feio é de um encanto só.
Então meu amigo, toca a vida com cuidado, que grosseria é coisa de triste revoltado que, por ser machucado, sai por ai maltratando. Um Quíron torto, ao contrário. Então meu amigo deixa tua estupidez no armário que viver exige coragem e muita delicadeza.
E isso tudo só pra dizer que, eu gosto muito de delicadeza no trato, isso diz do quanto de amor você traz no peito, pela vida, pelo outro, por você."