terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Olhar para bens inalienáveis.

Levarei mais que um certificado, levarei preciosidades.


By Érica

Parte principal da minha dissertação.

DEDICATÓRIA

Para Victória, Julia e Mauricio, meus filhos. Meus órgãos vitais. Posso ter dúvidas imensas sobre tudo, mas tenho uma única certeza: nasci para ser mãe. E ser mãe de três seres humanos tão especiais como vocês, é um privilégio.
Obrigada pela paciência que tiveram nesse período de separação, pela generosidade de me deixarem crescer, pelo tempo que doaram para que esse trabalho pudesse ganhar corpo, pelo amor que recebo a cada novo amanhecer, por me amarem, e me respeitarem, como Érica e como mãe.
Ser mãe de vocês é o título principal da minha vida. Eu os amo, infinitamente.

Ao Mauricio Lins Ferraz, mais que meu marido, meu companheiro de vida.
                                                                                                                
 Eu te amo pelas tuas faltas,
pelo teu corpo marcado,
pelas tuas cicatrizes,
pelas tuas loucuras todas, minha vida.
Eu amo as tuas mãos,
Mesmo que por causa delas
eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo teu jogo triste
As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.
Amo tua alegria
mesmo fora de si.
Eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido,
se a maré das circunstâncias
não tivesse te banhado
nas águas do equívoco.
Eu te amo nas horas infernais
E na vida sem tempo, quando,
sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana.
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
e pelos teus sonhos inúteis.
Amo teu sistema de vida e morte.
Eu te amo pelo que se repete
e que nunca é igual.
Eu te amos pelas tuas entradas, saídas e bandeiras.
Eu te amo desde os teus pés
até o que te escapa.
Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila.
                                                      
“Quando o amor vacila”, Maria Bethânia .




AGRADECIMENTOS


Viver é uma aventura realmente exigente. É penetrar em uma floresta infinitamente densa, intrincada, complexa, cheia de cores, sons, sugestões, vibrações de todo o tipo, aromas e belas e estranhas formas infinitamente multiplicadas – cada recôndito esconde um segredo. Mas entrar nesta floresta é também ser tomado de inquietação, de indignação mesmo, é aproximar-se de sombras, do horror, do inaceitável, de regiões escuras que a vista não alcança; é ouvir sons que o ouvido não distingue completamente. É também se chegar a encruzilhadas, hesitar frente a muitas possibilidades, correr o risco até mesmo decair na areia movediça. Viver é correr o risco de perder-se na floresta. Ou achar-se.
Mas viver é, antes de tudo, encontrar Outros, outros variados, com outras linguagens, outros sentidos, outras realidades: outros mundos, outras vidas. Viver é estranhar o mundo... é o não poder repousar, ter de responder por si frente à realidade, à realidade múltipla, exigente, que tudo o que é diferente de mim significa...viver é a aventura por excelência, a mãe de todas as aventuras possíveis.
                              Ricardo Timm de Souza

                                                                
O mestrado no Sul do país, especificamente a 1400 km da minha cidade, Ribeirão Preto, era um sonho que nutria há anos. Após a conclusão da minha especialização, tomei coragem e fiz minha inscrição para o processo seletivo. Recordo-me, até hoje, das pernas bambas ao ver o tamanho do campus da PUC/RS. Decifra-me ou devoro-te. Resolvi decifrar. E ver meu nome na lista de aprovados foi como ganhar na loteria sozinha.
Havia, no entanto, um outro lado. Ter que ‘deixar’ filhos, marido e ir ao encontro do desconhecido. O desconhecido chamava-se Porto Alegre, aquele que rapidamente seria meu porto. Já no avião o rio Guaíba sorria para mim em cada segunda-feira, dando-me as boas-vindas. E a paixão entre mim e Porto Alegre só aumentava. As ruas, a neblina, o cheiro da cidade, o verde por todos os cantos, a chuva fina, o frio de arrebentar qualquer ribeirãopretano e até mesmo seu trânsito caótico, tudo me encanta(va). Aprendi a gostar desse povo que parece ríspido ao primeiro contato, mas que possui um coração enorme. Aprendi seu gauchês; troquei o “R” da minha fala e incorporei o “bah” e o “tchê”; aprendi seus costumes, suas músicas, seu hino que emociona e ganhei um time - o melhor do mundo – o Internacional. De tudo, e o principal, aprendi a admirar esse povo culto e suas tradições. Ganhei amigos para uma vida e um novo coração pintado de vermelho, verde e amarelo.
 Caio Fernando Abreu, que morava no bairro Menino Deus, dizia que Porto Alegre era apenas o que havia em volta do bairro Menino Deus e eu digo que os outros lugares são apenas o que há em volta de Porto Alegre.
Parto com lágrimas nos olhos e o coração na mão. Mais que acolhida, esse povo me fez pertencer e como disse Clarice Lispector “pertencer é viver”.
É assim, sem ordem hierárquica, que inicio meus agradecimentos:
                                               
A minha orientadora, Dra. Ruth Chittó Gauer, é assim que gosto de chamá-la. Nosso encontro foi de almas. Assim, não vejo como mero acaso ser sua orientanda. Aos poucos soubemos de muitas coincidências da vida, que compartilhamos em tempos distintos. Certa feita, em uma palestra, Dr. Jacinto Coutinho disse que Dra. Ruth nascera já colocando ordem na sala do parto e essa é a Dra. Ruth. Uma pessoa de um carisma imenso, sempre disposta a ajudar, a compartilhar seu vasto conhecimento, a dar um colo de mãe. Ensinou-me que é preciso que razão e emoção sejam dosadas em tudo na vida, que é possível ir atrás dos seus sonhos em qualquer idade, que é possível ser mãe e uma profissional respeitada. Abriu mundos nunca antes visitados por mim com sua História das Idéias. Quando a vejo em um tablado palestrando, geralmente em meio a multidão de homens/doutores, meu peito se enche de orgulho. Orgulho por tê-la em minha história de vida e acadêmica. Meu agradecimento eterno!
Em seu nome, agradeço a Instituição de ensino, PUC/RS. Saiba que todo investimento físico, emocional, financeiro foram retornados em minha vida profissional em dobro. Meu muito obrigada.  
Ao meu estimado co-orientador Dr. Ney Fayet de Souza Júnior, pela pessoa que é. Sempre disposto a orientar para além do mundo acadêmico, com sua vasta cultura, sua elegância, seu carinho, sempre disponíveis aos seus alunos. Meu braço direito no aprimoramento dos meus conhecimentos. O meu sincero agradecimento.
Ao Salo de Carvalho, a razão da minha vinda para Porto Alegre. Ele me ensinou, com sua generosidade ímpar, que magistério pode ser feito sem estrelismo, sem autoritarismo. Aprendi com ele, que não importa título, a marca do seu carro e sim a prática da alteridade. Ele me acolheu e me deu a honra de estar entre os seus. Muito obrigada por tudo, meu querido.
Aos meus companheiros de mestrado que tanto me acolheram. Dividimos anos de nossas vidas com sorrisos, inseguranças, aulas, pesquisas empíricas da carne e da cerveja no corpo do estudante de mestrado e aprendemos o sentido da palavra companheirismo. Sinto e sentirei falta de todos vocês. Em especial Roberta Coelho, Giovana Foppa, Ângelo Xavier, Ângela Trentin, Guilherme Böes, Denise Luz, Filipe Dall’Agnol e Sandro Frohlich, parceiros além dos muros da PUC. Certa que nem o tempo, nem a distância física nos separarão.
Aos meus mestres, que me proporcionaram novas descobertas, que ampliaram meus horizontes com seus conhecimentos, paciência, histórias de vida compartilhadas generosamente com nossa turma. Em nome dos professores Alfredo Cataldo, Ricardo Timm, Nereu Giacomolli e Gabriel Gauer, faço minhas homenagens a todos.
A Márcia Brum Lopes, querida. Não tenho palavras para agradecer tamanha disponibilidade, carinho e atenção sempre que precisei. E olha que precisei muito! Deixo aqui, em seu nome, meu abraço fraterno a todos que compõem o quadro do programa de mestrado da PUC/RS. Somos uma colcha de retalhos, todos juntos construindo um novo modelo de educação.
Ao Rodrigo Guiringhelli de Azevedo e sua Fernanda Bestetti, pelo carinho, pelo apoio, pela confiança, pelos ensinamentos e pela amizade.    
Ao Cleópas Isaías, meu primeiro contato no Sul. Pela recepção, pelos cuidados e por nossa amizade.
Aos amigos do GPESC da PUC e ao GCRIM da UFRGS, e do Instituto de Criminologia e Alteridade, parafraseando Morin: “Nós podemos não chegar ao melhor dos mundos, mas a um mundo melhor.” E é para isso que pesquisamos!
Ao Dr. Alexandre Rosa de Morais, pelas interlocuções, leituras, pela disponibilidade e pela amizade. Obrigada, querido.
A Simone Hailliot, my teacher e a Caroline Corrêa, mais que professoras, amigas que compartilhavam risos e lágrimas. Meus colinhos em POA. Meu carinho eterno.
Ao Dr. José Antônio Daltoé Cezar e suas meninas: Vânea Visnievski, Betina Tabajaski, Claúdia Paiva e Maria Luíza Tremea. Fazer pesquisa no Brasil é difícil por vários aspectos e o maior deles é achar pessoas dispostas a colaborarem. Acredito que o maior bem que possamos fazer é darmos as mãos para o crescimento de quem vem atrás e foi isso que vocês fizeram comigo. Deram-me mãos, pernas, braços, abriram caminhos, apresentaram-me pessoas, enviaram materiais, sem nunca perguntar ou interferir na minha pesquisa. Um ato que jamais esquecerei, que tentarei repassar quando tiver oportunidade. Obrigada seria singelo demais para agradecer tudo que recebi de vocês.
A Amanda Martineti, Elizabete Novaes e Maria José Gimenez, pelas suas revisões, observações e colaborações mais que oportunas. Obrigada!
A Web Jet, a Tam e a Passaredo, por me ensinarem a lidar com meus medos e principalmente, por me ensinarem que instabilidades são passageiras.
Aos meus amigos do mundo virtual. Em nome da Andréa Beheregaray, minha loira (que de virtual virou real), pela troca de todos esses anos, o carinho compartilhado, demonstrando assim, que a tecnologia vai além da frieza das telas. O meu olhar de gratidão.
   Ao Paulo Ferrareze Filho, pelos sentimentos verdadeiros que compõem nossa amizade e perpassam esse mundo líquido. Obrigada, querido meu! Extensivo ao seu pai Paulo Ferrareze e a sua irmã Camila Ferrareze.
Ao Gabriel Divan, ao Moysés Pinto Neto, ao José Linck e ao Daniel Achutti, exemplos que levo para vida. Quando eu crescer quero ser igual a vocês! Deixo aqui meu agradecimento a cada um de vocês por toda receptividade e atenção que sempre recebi.
Ao Dr. Richard Kim, a Paola Barbieri, a Childhood, ao Dr. Wanderlino Nogueira, ao Dr. Eduardo Rezende Melo, ao Dr. Brenno Cesca, por todas as portas abertas, material enviado e oportunidades que foram essenciais para a conclusão deste trabalho.
A Eliane Soares, do CRAI de Porto Alegre, pela receptividade e disponibilidade, mostrando-me que há esperanças em um novo caminhar.
A Fernanda Regis Cavicchiolli, da SEDH, pelos dados gentilmente fornecidos e que foram essenciais para conclusão da pesquisa.
Ao meu amigo Carlos Prado, pela acolhida, pelo dom de encurtar caminhos geográficos através dos caminhos do coração. Obrigada por me fornecer lentes de aumento ao meu olhar, mostrando-me tudo que eu ainda possuia de belo e de delicado. Acreditando sempre na minha caminhada. Obrigada!
Ao meu querido Albano Pepe, um presente que a vida me concedeu. Que possamos continuar caminhando na beira do mar.
Ao Jorge Trindade, por nossa amizade genuína, pelos conhecimentos generosamente compartilhados e pelo carinho sempre a mim ofertado.
 A todos os mestres que contribuiram para minha formação acadêmica, em nome do Dr. Sérgio Miyahara, deixo aqui minha gratidão eterna.
A Helena, minha gata, pela companhia em todas as horas de estudo. Sorte a minha tê-la encontrado.
Ao Théo, ao meu pequeno Guiñazu, a Maria Fernanda e ao Bupi, meus filhos de quatro patas e a Flor, pelo amor incondicional que recebo de vocês.
A Helenice de Jesus, por cuidar dos meus na minha ausência com todo carinho. Obrigada, querida!
Ao Haroldo Lourenção, meu companheiro de vida que sempre apostou no meu caminho. Quem diria que meus passos chegariam até aqui! Obrigada por acreditar em mim! 
A Laura Degan, Márcio Degan e Paula Ferraz, por serem parte da minha família, me ensinando que o amor vai além do sangue.
A Marina Bazon, que abriu esse novo caminho em minha vida, apresentando-me a Criminologia.
A Fernanda Zucarelli, por me ajudar trilhar novos caminhos, com seu carinho de sempre.
A minha mãe Jusceléia Ovídio, meu norte e quem me ensinou o significado da palavra persistência. Aos meus irmãos: Elen e Erlon Santoro, a minha sobrinha Sofia S. Santos, significados puros de amor e a minha avó Maria Francisco Ramos, pelo amor que nos une eternamente. Obrigada por tudo, queridos!
In memorian, ao meu pai, Heraldo Santoro, que me ensinou a olhar para as delicadezas do próximo.
A Patrícia Izique e ao Jairo Machado, pelas escutas, pelo meu equilíbrio emocional e por fazerem com que eu possa me conhecer cada vez mais.
A minha sogra D. Zilá Lins Ferraz, meu cunhado Paulo Ferraz e minha cunhada Maristela Romano, pelo carinho sempre a mim doado.
As minhas amigas, Gabriela Jacinto, Ariana De Campos e Renata Celestino, por tudo que fomos e somos juntas.
Ao meu amigo de sempre Mohamad Hussein, por estar ao meu lado durante todos esses anos.
Ao meu grupo de estudos em psicologia de Ribeirão Preto, Em nome do Dr. José Florenzano, pela receptividade, pelos ensinamentos compartilhados.
Ao Internacional Futebol Clube, por todas as alegrias que recebi e recebo!!!
Ao Sérgio Salomão Shecaira, meu mestre eterno. Sempre disposto a colaborar com meu crescimento. Obrigada, sempre!
                                                               
Termino com Quintana, aquele senhorzinho que “mora” na casa rosada e fala das delicadezas do viver. Ele me acompanhou todos os dias em Porto Alegre em uma foto linda, doce...ele com o Guaíba ao fundo. E embora meu eletricista insistisse que aquele era um político muito importante do Sul, chamado Leonel Brizola, eu costumava chamá-lo de meu Quintaninha.

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...

Saudações Coloradas, junto com um beijo carinhoso e já saudoso meu, em cada um de vocês.



5 comentários:

  1. Tu é demais! ficou show! Só falta acrescentar as novas fotinhos. heheh

    Beijos

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  2. Érica, ficou muito bacana... só poderia vir de ti esse tipo de coisa! Excelente... hehehe
    Bjo!

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  3. Obrigada querido!!
    Vou deixar o seu na secretaria.
    bjinho

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  4. oi... tudo bem.. achei seu blog por acaso! .. muito bom.. vc escreve muito! te convido a passar no meu blog http://pensamentosdovacuo.blogspot.com/ bjo t+

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