Plantei uma pitangueira no jardim de casa. Não havia modo de vingar: adubo, vigília, conversas, água pontual, terra nova.
Engatinhava no jardim, retorcida, orando para deitar entre as pedras e não ser incomodada. O vento se desculpava ao passar pelo pequeno quarto de raízes.
Como última saída, busquei uma lenha e coloquei como esteio para segurá-la. Amarrei a haste com uma corda de varal e abandonei seu fim. Não sabia se o apoio era uma escada ou a própria lápide.
Depois de um mês, a pitangueira não floresceu, mas o esteio.
(Carpinejar, o jardineiro)
**Érica, a que floresceu.
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