terça-feira, 13 de setembro de 2011

O olho que tudo vê.



"Na sociedade escópica, o paradoxo do gozo faz com que cada homem queira fazer de seu próximo um ator e um espectador de um espetáculo obsceno e feroz à altura do supereu que vigia e pune.
Diz-se que a "justiça é cega", mas ela não deixa de ver. O supereu é o lugar desse paradoxo da lei: é uma lei que não tem objeto, como nos ensina Kant, mas não deixa de tê-lo, como nos mostrou Lacan. Esse objeto é o objeto (a), que se apresenta ao sujeito como o olhar da vigilância da lei, e como a voz da instância crítica. A lei como máxima pura (S1) e a lei como instância de vigilância e crítica (a) são as duas faces do que o sujeito sofre de sua instância moral. Sua conjunção (S1/a) faz do Outro o Um que o vigia, julga e pune. O objeto presente na lei se exprime, na clínica pelo delírio de observação e, na civilização, pela estrutura "panóptica" da sociedade escópica em que o olhar do Outro faz a lei."

Quinet.


2 comentários:

  1. Érica,

    O doce fascinio de um olhar viola todas as regras, todas as teorias, todas as lógicas!!!


    Beijos,
    AL

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  2. Patricia, obrigada pelo carinho!

    É verdade AL, um olhar pode mudar rotas!

    bjos carinhosos para vcs dois!!

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