segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Olhar para Gaiarsa


Morreu neste sábado (16), aos 90 anos, o psiquiatra e psicoterapeuta José Ângelo Gaiarsa.
Gaiarsa foi o primeiro psquiatra a introduzir a psicologia analítica de Carl Gustav Jung e os estudos sobre sexualidade de Wilhelm Reich no Brasil.
Gaiarsa acreditava que viveríamos em um mundo mais justo e livre se fizéssemos mais amor. Ou, colocado de outra forma, se nossas relações sexuais fossem mais intensamente exploradas e menos reprimidas.
Agente das mudanças que gostaria de promover no mundo, teve cinco mulheres e, com duas delas, conseguiu aplicar sua teoria de amor livre. Funcionou. Mais para elas do que para ele.
Foi autor consagrado, publicou 30 livros e passou mais de 60 mil horas em seu consultório ouvindo discursos inconformados sobre o que chamava de lado podre da família.
 
 
O casamento é uma prisão?

Nem discuto isso porque para mim é a coisa mais evidente do mundo. Aliás, você jura diante de Deus, das testemunhas, que vai amar até o fim da vida. Não tem cabimento uma coisa dessas.

E isso é impossível?
 
Não acho impossível, mas acho impossível jurar isso. Como é que posso prometer uma coisa dessas? Tinha que ser: “Estou amando você, vamos fazer força para durar”. Agora, “Juro que vai durar a vida toda?”. É a repressão matrimonial. Ou seja, falamos da repressão sexual e agora da matrimonial, que é seguida pela repressão maternal.
 
Em alguns dos cinco casamentos o senhor conseguiu pôr em prática a liberdade de amar que prega?

Nos dois últimos, mais elas do que eu.
(trechos de uma entrevista de Gaiarsa - TPM)
 
 
 
 

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