quarta-feira, 27 de junho de 2012

Meu olhar.


Explicar as coisas que eu sinto, 


é quase como explicar as cores para um cego.



B.Marley





terça-feira, 26 de junho de 2012

Olhar de mulher-maravilha.


Hoje acordei cansada dessa brincadeira. Cansada de ser sempre forte, guerreira, mulher-maravilha. Não, não sou nada disso por opção. D. Vida me fez assim. Por opção eu gostaria de ser a Sandy. Tenho por mim que mulheres de fala mansa são "bem tratadas" pela vida. Mulheres como eu assustam, afastam. Tudo   eu consigo resolver, me virar...sou forte. Todos acreditam nessa minha fortaleza. Mal sabem eles que sou feita de carne e osso.   Todas as manhãs abro meu guarda-roupa e colo minha fantasia de super-mulher. Faça chuva ou faça sol; sorrindo ou chorando faço o meu trabalho. Confesso que hoje não tive vontade. Confesso!

domingo, 24 de junho de 2012

O olhar.


Porque tu sabes que é de poesia minha vida secreta.

Hilda Hilst

terça-feira, 12 de junho de 2012

Vai um amor aí?


Amooo o dia dos namorados. E nem venha me dizer que é uma data inventada pelo comércio ou com qualquer outra frase que estrague minha alegria em comemorar esse dia. Simplesmente amo. Dá uma vontade de sair abraçando, beijando todo mundo, colando coraçãozinho em tudo que vejo.
Dia de celebrar o amor e seja "ele" quem for, como for, celebre!
Você: casado, solteiro, separado, tico-tico no fubá, ficante, amante, pegante, resolvido...aproveite o dia para consumir. Consuma, consuma muito amor nesse dia!! 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Olhar de vadia.




Vadi@ ou vadia, eis que a questão. A primeira é de mentirinha, a segunda é pra valer.
Você me pergunta como pronunciar a palavra "vadi@"? A resposta é: não se pronuncia. A intenção no uso de "@" no lugar da vogal que designa o gênero de uma palavra é exatamente ser politicamente correto e emudecer a palavra. Coisa de fascista.
Pergunto-me: que mente brilhante teve tempo vazio o suficiente para pensar em algo tão sublimemente vazi@? Mas e "vadia"? Vadia, até ontem, era uma mulher fácil. Mas, agora, é um termo que designa um novo direito: aquele de vestir saia curta, mostrar os seios, e não ser objeto de violência sexual. Tem todo meu apoio. "Homem que é homem não bate."
No fundo, o novo uso da palavra "vadia" significa: "só gosto de apanhar de quem me dá tesão", como me disse, uma vez, mais ou menos assim, uma aluna, para definir o que era, para ela, uma mulher emancipada.
O movimento das vadias, nascido no Canadá, retoma a ideia de ser vadia de uma forma bem-humorada e, espero, sem incorrer no erro clássico do feminismo: deserotizar a mulher a fim de torná-la "cidadã".
Uma das coisas que me faz simpatizar com a "agenda das vadias" é sua estética, que a distancia da agenda careta e puritana do feminismo institucionalizado. O puritanismo feminista, que não entende nada de mulher, faz da mulher uma "camarada" vestida de homem em meio a um mundo brocha de tanta exigência de igualdade entre os sexos.
Pecado dá mais tesão do que a revolução sexual, esta brincadeirinha de menina de classe média.
Não existe "sexo correto", sexo é o lugar no qual nos perdemos, e por ser gostoso, sempre "metemos" os pés pelas mãos.
Aliás, o sentido ambíguo da palavra "metemos" nesta frase (num contexto sobre sexo) fala mais de sexo do que uma lei que diga que "sexo é dever do Estado e direito de todo cidadão" ou que "sexo é saudável e que devemos praticá-lo três vezes ao dia, segundo pesquisas em Harvard".
Como diria Freud, sendo irônico: "Penis normalis dosim repetatur" não resolve o problema da histérica. Veja, por exemplo, a literatura sadiana (do Marquês de Sade, autor do século 18, chamado de "divino" por quem provavelmente não faz sexo): existe coisa menos erótica do que sua histeria a favor do "sexo livre"? Sade cresce quando fala que a natureza é perversa e não quando fazem dele arauto da Revolução Francesa e sua breguice ideológica.
O risco maior é do movimento das vadias fazer da vadia uma vadi@ e com isso revelar nosso preconceito contra as verdadeiras vadias, mulheres que encantam o mundo com seu Eros intratável.
As verdadeiras vadias devoram homens porque em sendo promíscuas, entendem mais sobre a alma humana do que "padres, freiras e revolucionários", parentes muito próximos das feministas, e mais afins com a tendência de fazer do sexo um "direito de todo cidadão".
Quem diz coisas como "sexo é saudável" faz gargarejo e escova os dentes depois de fazer sexo oral.
Recomendo para quem quiser ser vadia pra valer e não vadi@, a trilogia de E.L. James, uma inglesa, "Fifty Shades", cujo primeiro volume, "Fifty Shades of Grey" (cinquenta tons de cinza) é best-seller absoluto no mundo de língua inglesa.
O livro narra o romance entre um homem de cerca de 30 anos, "macho alfa" (rico, bonito, seguro, inteligente) e uma mulher de cerca de 20 anos, também arrasadora. Surpresa: ele curte "sadomasô" light e ela se descobre apaixonada pela submissão sexual ao homem como jogo de prazer. Contra quem acusa seu livro de "machista", a autora diz que graças ao seu livro as mulheres estão conseguindo falar de sexo de novo depois de anos em silêncio devido à patrulha das "camaradas".
A diferença entre vadi@ e vadia é que enquanto a primeira geme de ressentimento porque é mulher, a segunda geme de tesão quando puxam seu cabelo. Depois, ela toma um banho e vai numa reunião de negócios sem que ninguém suspeite em qual secreta posição ela gosta de apanhar de quem lhe dá tesão.
Amanhã é Dia dos Namorados. Compre uma saia de vadia pra sua namorada. E não escove os dentes depois.

(Pondé, Folha, 11/06/2012)


domingo, 3 de junho de 2012

Meu olhar




O mundo não tem ordem visível e eu só tenho a ordem da respiração. 

Deixo-me acontecer.

Clarice Lispector