quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Olhar para o novo ano...


Que seja doce!

Fechando 2009...




Posso ter defeitos,


viver ansioso


e ficar irritado algumas vezes


mas não esqueço de que minha vida


é a maior empresa do mundo,


e posso evitar que ela vá à falência.


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver


apesar de todos os desafios,


incompreensões


e períodosde crise.


Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas


e se tornar um autor da própria história.


É atravessar desertos fora de si,


mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.


É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.


Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.


É saber falar de si mesmo.


É ter coragem para ouvir um "não".


É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.


Pedras no caminho?


Guardo todas,


um dia vou construir um castelo…
(F.Pessoa)

Olhar...


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
(F. Pessoa)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz.
(C.F.Abreu)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Olhar de hoje...


Aí está ele, o mar, o mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ela e o mar.

Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões.

Ela olha o mar, é o que se pode fazer. Ele só lhe é delimitado pela linha do horizonte, isto é, pela sua incapacidade humana de ver a curvatura da terra.

São seis horas da manhã. Só um cão livre hesita na praia, um cão negro. Por que é que um cão é tão livre? Porquê ele é o mistério vivo que não se indaga. A mulher hesita porque vai entrar.

Seu corpo se consola com sua própria exigüidade em relação a vastidão do mar porque é a exiguidade do corpo que o permite manter-se quente e é essa exiguidade que a torna livre gente, com sua parte de liberdade de cão nas areias. Esse corpo entrará no ilimitado frio que sem raiva ruge no silêncio das seis horas. A mulher não está sabendo: mas está cumprindo uma coragem. Com a praia vazia nessa hora da manhã, ela não têm o exemplo de outros humanos que transformam a entrada no amor em simples jogo leviano de viver. Ela está sozinha. O mar salgado não é sozinho porque é salgado e grande, e isso é uma realização. Nessa hora ela se conhece menos ainda do que conhece o mar. Sua coragem é a de , não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.

Vai entrando. A água salgada é de um frio que lhe arrepia em ritual as pernas. Mas uma alegria fatal - a alegria é uma fatalidade - já a tomou, embora nem lhe ocorrera sorrir. Pelo contrário, está muito séria. O cheiro é de uma maresia tonteante que a desperta de seus mais adormecidos sonos seculares. E agora ela está alerta, mesmo sem pensar, como um caçador está alerta, mesmo sem pensar. A mulher é agora uma compacta e uma leve e uma aguda- e abre caminho na gelidez que, líquida, se opõe a ela, e no entanto a deixa entrar, como no amor em que a oposição pode ser um pedido.

O caminho lento aumenta as coragem secreta. E de repente ela se deixa cobrir pela primeira onda. O sal, o iodo, tudo líquido, deixam-na por uns instantes cega, toda escorrendo - espantada de pé, fertilizada.

Agora o frio se transformou em frígido. Avançando, ela sobre o mar pelo meio. Já não precisa da coragem, agora já é antiga no ritual. Abaixa a cabeça dentro do brilho do mar e retira uma cabeleira que sai escorrendo toda sobre os olhos salgados que ardem. Brinca com a mão na água, pausada, os cabelos ao sol quase imediatamente já estão endurecendo de sal. Com a concha das mãos faz o que sempre fez no mar, e com altivez dos que nunca darão explicação nem a eles mesmos: com a concha das mãos cheia de água, bebe em goles grandes, bons.

E era isso o que estava lhe faltando: o mar por dentro como o líquido espesso de um homem. Agora está toda igual a si mesma. A garganta alimentada se constringe com o sal, os olhos avermelham-se pelo sal secado pelo sol, as ondas suaves lhe batem e voltam pois ela é um anteparo compacto.

Mergulha de novo, de novo bebe mais água, agora sem sofreguidão pois não precisa mais. Ela é a amante que sabe que terá tudo de novo. O sol se abre mais e arrepia-a ao secá-la, ela mergulha de novo: está cada vez menos sôfrega e menos aguda. Agora sabe o que quer. Quer ficar de pé parada no mar. Assim fica pois. Como contra os costados de um navio, a água bate, volta, bate. A mulher não recebe transmissões. Não precisa de comunicação.

Depois caminha dentro da água de volta à praia. Não está caminhando sobre as águas - ah, nunca faria isso depois que há milênios já andaram sobre as águas - mas ninguém lhe tira isso: caminhar dentro das águas. Às vezes o mar lhe impõe resistência puxando-a com força para trás, mas então a proa da mulher avança um pouco mais dura e áspera.

E agora pisa na areia. Sabe que está brilhando de água , e sal e sol. Mesmo que o esqueça daqui a uns minutos, nunca poderá perder tudo isso. E sabe de algum modo obscuro que seus cabelos escorridos são de náufrago. Porque sabe - sabe que fez um perigo. Um perigo tão antigo quanto o ser humano.
(C.Lispector)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Natal! Meu presente para você...


Poesia a minha velha amiga…
eu entrego-lhe tudo a que os outros não dão importância nenhuma…
a saber: o silêncio dos velhos corredores
uma esquina
uma lua (porque há muitas, muitas luas…)
O primeiro olhar daquela primeira namorada que ainda ilumina,
ó alma como uma tênue luz de lamparina, a tua câmera de horrores.
E os grilos? Não estão ouvindo, lá fora, os grilos?
Sim, os grilos…Os grilos são os poetas mortos.
Entrego-lhe grilos aos milhões
um lápis verde
um retrato amarelecido
um velho ovo de costura
os teus pecados
as reivindicações
as explicações –
menos o dar de ombros e
os risos contidos
mas todas as lágrimas que o orgulho estancou na fonte
as explosões de cólera
o ranger de dentes
as alegrias agudas
até o grito
a dança dos ossos…
Pois bem
às vezes
de tudo quanto lhe entrego,
a Poesia faz uma coisa que parece que nada tem a ver com os ingredientes
mas que tem por isso mesmo um sabor total:
eternamente esse gosto de nunca e de sempre.
(Quintana)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Pausa para o riso

Meus filhos, por amor e por opção. "Sorte, sorte na vida, filhos feitos de amor!!"


Recebi esse e-mail da minha enteada...
Estou sendo uma boa mãe, rs.


Ensinamentos de mãe. (as mães entenderão!!)


Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO...
"ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!"

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO.
"EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!"


Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS...
"SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!"


Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA...
"PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?"


Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO...
"CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!"


Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO...
"FECHA A BOCA E COME!"


Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO...
"ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!"


Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA...
"CALMA!... QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ..."


Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS...
"OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!"


Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...
"SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!"


Minha Mãe me ensinou MEDICINA...
"PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE."


Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL...
"SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!"


Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA...
"VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!"


Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES...
"TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?"


Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE...
"QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER."


Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA...
"UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRA VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!"


Minha mãe me ensinou RELIGIÃO...
"MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!"


Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ...
"SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!"


Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO.
"OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!"


Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO...
"VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!"


Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRÍLOGO...
"NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?"


Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO...
"EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!"


Minha mãe me ensinou a ESCUTAR ...
"SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!"


Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS...
"SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!..."


Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA...
"JUNTE AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!"


Minha mãe me ensinou os NÚMEROS...
"VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!"
Brigadão Mãe !!!


Não por isso Laurinha!!hahaha
Mãe é mãe, um amor imenso, tentando acertar...
Cazuza já dizia: "Mãe é bom, mas dura 24 hs por dia!"
Amo vocês!!

PS: eu sei que vocês não irão gostar da foto, reclamarão que é velha, que estão feios...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
(C. Lispector)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Olhar de votos!


Natal, fim de mais um ano. Uma etapa fechando, partindo com ela lembranças, momentos, pessoas.

A vida passando diante de meus olhos...

Um ano novinho chegando. Esse, mais do que nunca, cheio de oportunidades, novidades.

Pensei em fazer uma retrospectiva, deixar palavras belas, mas sou intuitiva e nada do escrevia eu gostava.

Eis que achei o que quero deixar para vocês:

Meus votos de um Feliz Natal e para um Novo Ano, por Luís Fernando Veríssimo:

"Os cartões de fim de ano são um desafio à criatividade humana. Pois todas as suas variações também já foram inventadas.
Quando eu trabalhava em publicidade, todos os anos recebia encomendas de saudações de Natal e Ano Novo "diferentes".
Os clientes não se contentavam em apenas desejar que o Natal fosse feliz e o Ano Novo fosse próspero.
Uma vez sugeri um cartão de Natal completamente em branco com a frase "Aquelas coisas de sempre..."
Mas acho que este foi considerado diferente demais.
E dê-lhe poesia, pensamentos inspiradores, má literatura e a busca desesperada do diferente.
Um cartão em forma de sapato, de dentro do qual saía uma meia.
A meia para o Papai Noel encher de presentes e o sapato para entrar o Ano Novo de pé direito. Coisas assim.
Enfim, tudo isto é apenas para desejar a você...
Aquelas coisas de sempre."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Olhar de sonho, de agradecimentos!


“Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita.
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz.
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz... “

Aqui, nestas páginas, sou a Érica da forma mais nua e crua possível. Escrevo sem pensar em quem irá ler, se vai gostar ou não, aqui sou inteira (como tento ser em minha vida, sempre).
Uma Érica que está em constante movimento, procurando ser um ser humano cada dia mais humano. Falar menos, ouvir mais; olhar quem está ao meu lado – já percebeu o quanto deixamos de olhar para as pessoas que estão bem próximas?
É assim que, hoje, venho dividir um momento de felicidade intensa com você, meu leitor, meu amigo.
E começo com a seguinte indagação: você já teve um sonho?
Não, não falo de um sonho qualquer, um objetivo, um capricho, uma meta ou qualquer outro nome que pode camuflar um sonho.
O sonho, do qual eu pergunto, é um sonho desejado, amadurecido.
Sabe aquele sonho que faz você perder noites de sono e achar ótimo; escrever até de madrugada, esquecer de salvar, perder tudo e recomeçar com o mesmo entusiasmo; chorar, se desesperar e continuar. É deste sonho que falo.
Somente quem sonhou poderá me entender...

"Hoje vai ter uma festa
e eu vou dançar até
o sapato pedir pra parar
Aí eu paro, tiro o sapato
E danço pro resto da vida!"


Quem acompanha meu modesto mundo sabe bem do sonho que estou falando.
...
Foram meses de namoro, planos, expectativas e uma “quase desistência”.
Acredito piamente que todos nós temos uma tarefa neste plano em que vivemos e, assim, não podemos fugir de algumas coisas. Temos sim o livre-arbítrio, mas há uma força maior que nos move.
E assim, recuperadas as forças físicas, me voltei, novamente, de frente para o sonho.
Foi tudo muito rápido e quando vi já era a hora do primeiro encontro.
Um encontro não propriamente com o sonho, mas com sua estrutura física.
Voltei a ter 7 anos, meus olhos brilhavam ao ver a imponência, a arquitetura, e o medo do desconhecido pulsava dentro de mim.
O destino, sim, não há acaso nesta vida, ainda reservava uma surpresa: o elevador. É, você pode não entender, mas o elevador me trouxe a mais grata alegria!
Saio dali amedrontada, com o coração na mão. Encosto no meu sempre companheiro e vejo o quanto ele também teme tudo ter ido embora.
Não há o que fazer. Me esforcei muito, fiz o melhor, “agora Inês é morta”.
Dias depois fico sabendo que vou para o último passo rumo ao sonho – dias de felicidade.
Desta vez parto sozinha.
Mudanças, o desconhecido, abrir e fechar ciclos, tudo muito difícil e doloroso. Eis a mágica da vida.
Do que mais me arrependo na vida, é quando vejo pessoas passando por mim sem que eu tenha tempo de conhecê-las. No mais, não há arrependimentos, tudo é válido. Cair e levantar, é a vida!
A preparação é complicada. Choro, baixinho para que ninguém me ouça. Ligo pra casa, me finjo de forte, para que todos possam ficar calmos também.
Quando se tem uma família, todos se envolvem na busca do sonho. Mesmo que signifique perdas temporárias, mudanças bruscas. Não importa. O que importa é que um de seus membros está indo em busca de um sonho.
Chega o horário.
No caminho vou jogando conversa fora com o taxista (adoro conversar com taxistas! – não, não é tara por taxistas rs. Gosto de ouvir as histórias da cidade, seu olhar da cidade em que vive...).
Quando vou descer do carro, o taxista beija minha mão e diz: “- Todo sorte do mundo, tudo vai dar certo!”.
Puxa, sou uma pessoa de sorte. Acho que já comentei neste blog como em todos os momentos decisivos da minha vida aparece um estranho, que não sabe o que estou vivendo e me diz algo exato.
Sigo o caminho pensando nas lendas que ouvi daquelas terras, de seus habitantes. No que já imaginei, criei.
Sinto o vento batendo em meu rosto, o cheiro da cidade nova e uma sensação de paz me invade.
Quando chego ao encontro das pessoas que decidirão o destino do meu sonho, sou recepcionada com a gentileza e o carinho que recebi desde que pisei pela primeira vez nestas terras.
Conto do meu sonho para meus ouvintes e sinto que eles gostam, acreditam...
Parto dali com o coração em festa. Algo me diz que tudo dará certo.
Para conquistarmos sonhos, não basta sonhar, é preciso esforço. Sabia do meu esforço e, se desse certo ou não, havia feito o melhor.
Dia 14/12: meu nome está na lista de aprovados!
Meu momento mastercard, não têm preço!!!
Como disse no início, não é apenas um projeto de vida e sei que pode parecer pequeno para muitos, mas é uma paixão, um sonho realizado.
A vida é feita de pequenas alegrias. Só levaremos o que aprendemos, o que sentimos, o que vivenciamos. Carros, imóveis, roupas, cargos, estes ficarão por aqui.
Assim, este singelo sonho tem uma dimensão imensurável em minha vida. Meu papel no mundo. O início da pequena contribuição para um mundo mais humano.
Quero agradecer, sem exceção, a todos. Cada e-mail trocado, bilhete, tempo doado, colinho recebido, palavras de incentivo, de carinho, dúvidas esclarecidas. Enfim, sem cada um de vocês não chegaria até aqui.
Mauricio e meus filhotes, faço aqui um agradecimento público, pelo tempo que deixei de estar com vocês e recebi amor e mais amor, pelo incentivo, pelo sofrimento da expectativa, pela alegria que vocês me proporcionam a cada dia. Será um grande passo para todos nós. Eu os amo!

Bueno, POA, lá vou eu. Com muito chimarrão e o Inter, já cravado no coração!!

Um beijo, com todo meu carinho a cada um de vocês.

Deixo-os com Quintana:

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube o que dizer-te e este poema vai morrendo,
ardente e puro, ao vento da Poesia...
como uma pobre lanterna que incendiou!”

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cem anos de perdão.


Quem nunca roubou não vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu, em pequena, roubava rosas.

Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes que ficavam no centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes. "Aquele branco é meu." "Não, eu já disse que os brancos são meus." Parávamos às vezes longo tempo, a cara imprensada nas grades, olhando.

Começou assim. Numa dessas brincadeiras de "essa casa é minha", paramos diante de uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar. E, à frente, em canteiros bem ajardinados, estavam plantadas as flores.

Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo. Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas fechadas. Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume.

Então não pude mais. O plano se formou em mim instantaneamente, cheio de paixão. Mas, como boa realizadora que eu era, raciocinei friamente com minha amiguinha, explicando-lhe qual seria o seu papel: vigiar as janelas da casa ou a aproximação ainda possível do jardineiro, vigiar os transeuntes raros na rua. Enquanto isso, entreabri lentamente o portão de grades um pouco enferrujadas, contando já com o leve rangido. Entreabri somente o bastante para que meu esguio corpo de menina pudesse passar. E, pé ante pé, mas veloz, andava pelos pedregulhos que rodeavam os canteiros. Até chegar à rosa foi um século de coração batendo.

Eis-me afinal diante dela. Para um instante, perigosamente, porque de perto ela é ainda mais linda. Finalmente começo a lhe quebrar o talo, arranhando-me com os espinhos, e chupando o sangue dos dedos.

E, de repente - ei-la toda na minha mão. A corrida de volta ao portão tinha também de ser sem barulho. Pelo portão que deixara entreaberto, passei segurando a rosa. E então nós duas pálidas, eu e a rosa, corremos literalmente para longe da casa.

O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha.

Levei-a para casa, coloquei-a num copo d'água, onde ficou soberana, de pétalas grossas e aveludadas, com vários entretons de rosa-chá. No centro dela a cor se concentrava mais e seu coração quase parecia vermelho.

Foi tão bom.

Foi tão bom que simplesmente passei a roubar rosas. O processo era sempre o mesmo: a menina vigiando, eu entrando, eu quebrando o talo e fugindo com a rosa na mão. Sempre com o coração batendo e sempre com aquela glória que ninguém me tirava.

Também roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa que impossibilitava a visão da igreja. Nunca cheguei a vê-la, além de uma ponta de telhado. A sebe era de pitangueira. Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com os dedos que ficavam como ensangüentados. Colhia várias que ia comendo ali mesmo, umas até verdes demais, que eu jogava fora.

Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão. As pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.
(C. Lispector)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lançamento

Tim-tim!

Um brinde as merdas (me perdoem, mas é a única palavra que exprime com exatidão os tropeços desse ano!) do ano que vai nos deixando...

"Se bebemos para ser mais idiotas e se, idiotas, ficamos dionisiacamente felizes; então os idiotas que o são sem qualquer álcool vagando pelo sangue, são dionisíacos sóbrios, que fazem da vida uma felicidade plena. Que fortuna ser um idiota completo! Por isso, devemos brindar quando estivermos bêbados e efemeramente idiotas, aos idiotas de verdade, os mais sábios entre os sábios mais idiotas...tim-tim! (extraído do blog: http://entrehermes.blogspot.com)"

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

STF e revisão das regras mínimas da ONU.

Comitê se reúne no STF para revisar regras mínimas da ONU para tratamento de presos.

O Supremo Tribunal Federal sediará, nos dias 2 e 3 de dezembro, reunião da Comissão de Redação do Comitê Permanente da América Latina para revisão das Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Presos.
O Comitê, instituído em 2007 pela Fundação Internacional Penal e Penitenciária (constituída, em 1951, pela Assembleia Geral da ONU), é presidido pelo ministro Cezar Peluso, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Depois de dois anos de trabalho, o Comitê apresentou o relatório final durante Assembleia Geral, realizada nos dias 21 e 22 de outubro de 2009, em Belém (PA).
Agora, a Comissão de Redação está encarregada do fechamento do texto e incorporação dos comentários elaborados na ocasião. O texto será submetido ao XII Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal: “Estratégias amplas para desafios globais: prevenção ao crime e justiça criminal e seu desenvolvimento em um mundo em transformação”, que será realizado em abril de 2010, em Salvador (BA).
No Congresso, durante o workshop “Survey of United Nations and other Best practices in the treatment of prisoners within the criminal justice system”, o Comitê apresentará o relatório à comunidade internacional, antes de seu encaminhamento ao ECOSOC (Conselho Econômico e Social das Nações Unidas).
A oportunidade é importante, pois estarão presentes os chefes de Estado e diversas outras autoridades dos países membros da ONU, para definir o plano de investimentos a ser adotado pela UNODC (Escritório contra Drogas e Crime das Nações Unidas) nos anos de 2010 a 2015, na área de controle da criminalidade e de segurança pública.

Humanização do sistema penitenciário

Durante a Assembleia Geral de Belém, o ministro Cezar Peluso declarou que a revisão das regras mínimas da ONU para o tratamento de presos constitui um pequeno mas significativo passo para a humanização do sistema penitenciário. De acordo com ele, os diversos encontros e debates sobre o tema se pautaram na consideração das particularidades dos sistemas prisionais e das políticas criminais adotados nas diferentes regiões, com os olhos postos permanentemente na necessidade de observância de determinados padrões de punição civilizada.
Em sua palestra, o vice-presidente do STF afirmou também estar convencido da necessidade da celebração de uma convenção sobre o tratamento de presos, dotada de todos os instrumentos indispensáveis à sua execução, tais como previsão da realização de cursos, de formação de comissão internacional que auxilie na elaboração das legislações internas e no cumprimento das medidas propostas, de mecanismos de avaliação da implementação e de criação de um fundo internacional.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O final do Brasileirão


Bueno, como prometi, aqui estou para cumprimentar o vencedor do Brasileirão: parabéns!!
O Maracanã estava realmente MARAVILHOSO!!
Aquele pessoal de azul realmente, quando promete, cumpre.
Mas estamos no final do ano e um novo ano nos espera.
Previsões para 2010?
Algo me diz que o Cristo vai se despindo do negro e ficando apenas colorado...
Até o próximo Brasileirão.
Dá-lhe Inter!!

sábado, 5 de dezembro de 2009


- A roseira não assusta você? perguntou suave.
- Esta não: esta tem espinhos.
Vitória franziu as sobrancelhas:
- E que diferença faz se tem espinhos?
- É que só tenho medo, disse Ermelinda com certa voluptuosidade, quando uma flor é bonita demais: sem espinho, toda delicada demais, e toda bonita demais.
(C.Lispector)

Paulo


O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.
(C. Lispector)
Com todo meu carinho, um beijo meu doce!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
(C. Meireles)

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: quero uma verdade inventada.
(C. Lispector)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


O mundo não tem uma ordem visível
e eu só tenho a ordem da respiração.
Deixo-me acontecer.
(C.Lispector)

Brasileirão.


Já escrevi aqui (06/11) que meu amor pelo futebol é muito mais por fidelidade partidária do que um amor propriamente dito.

Neste ano, resolvi pular de cabeça, torcer com toda minha força e gritos (diriam minhas filhas) e me ferrei (com o perdão da palavra).

Por favor, quem sou eu para avaliar o time do Goiás (tirando o goleiro maravilhoso, que aprendeu a arte do futebol aqui em Ribeirão, no Comercial do Mauricio), mal consigo definir quem é quem dentro de campo, mas daí a golear o São Paulo não vale.

Ok, eu torci para o Goiás contra o Flamengo, vibrei quando o jogo acabou!! (e estou começando a achar que os Deuses resolveram se vingar - quem canta vitória antes da hora...).

Domingo foi um parto, não acreditava no que assistia. Acho que qualquer pesadelo seria melhor do jogo que o São Paulo demonstrou em campo.

E o Corinthians? Timinho, nem para jogar bola serve!!

O que salvou meu domingo foi ver o meu Inter vencer, mas, como diz o ditado: “...alegria dura pouco”. E quem vai enfrentar o Flamengo? Grêmio.

Um sábio amigo oculto do Sul me alerta: "Não confie nos de azul!!"

E assim, meu caro, segue o Brasileirão.

Eu sei, prometi para o Geraldo (carioca/flamenguista) que saberei perder (sou uma mulher que sabe perder!), mas quero deixar aqui uma reflexão para os “vitoriosos de plantão”:

1- nenhum dos meus times (SP e Inter) é o queridinho da Globo – aquela emissora que tudo pode, que elege até presidente, que embolsa uma malinha ao final do campeonato e

2- imperativo ressaltar:

a- sofremos punições sem sentido,

b- ninguém nos deu pontos (sim, nossos pontos foram conquistados) e

c- não vamos ganhar o campeonato com um timinho, como é o Grêmio, entregando o jogo para não ver meu Colorado sendo campeão.

Assim, meus queridos Flamenguistas (Gremistas aproveitem tbém, será uma oportunidade única de comemorar algo!), podem comemorar sua “vitória”!!

E não se fala mais em Brasileirão aqui! hehehe


PS: Para meus amigos flamenguistas e gremistas:
Futebol é futebol, é disputa e amizade não, é algo caro!!