quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vergonha alheia

Caminhos


Vestiu meias de lã, encheu o coração de esperança e saiu para caminhar.

Caminhava docemente...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olhar para vizinhos.



Creio que eu já tenha dividido com vocês minha estranheza por residir em um apartamento.

Sempre morei, e moro, em casa.

Ao vir para POA não tive escolha e lá fui eu para minha primeira gaiola.

Tudo diferente. Apesar de morar em um condomínio em Ribeirão, viver em comunidade em um prédio é bem diferente.

Meu prédio foi projetado para adultos, o que já facilita um pouco. Quase todos residem sozinhos e encontrar alguém no elevador ou no corredor é coisa rara.

Bueno, você deve estar pensando que tudo é paraíso. Ledo engano e escrevo justamente por isso.

Que graça teria residir no paraíso sem a existência de um inferno?

Pois bem, tenho uma vizinha que me faz lembrar, todas as quintas e sextas, que o meu aparente sossego é realmente aparente.

Vejam minha situação, meus caros: resido sozinha nesta terra gelada, de dias cinzentos, onde o vento uiva, chego das aulas depois das 22h30 e acordo cedo para malhar este corpinho tão necessitado de uma musculação.

Minha querida vizinha chega todos os dias às 23h e anda de salto, arrasta os móveis (é preciso mudar a decoração!), até por volta de 1h . Mas isso não é tudo.

Conto nos dedos os dias faltantes para chegada da quinta e da sexta. Ah, quinta e sexta-feira!!

É chegada a hora do namorado da minha vizinha vir visitá-la e é aqui que minha alegria redobra.

Eles chegam por voltam das 23h (adoro gente pontual!) e iniciam o ritual da dança do acasalamento !!

Logo após, eles incorporam animais selvagens (creio que rinocerontes) e é um tal de cama arrastando, gemidos, gritos...

Lembrem-se da minha situação: frio, chuva, solidão, enfim, ouço-os alegremente!

Como eles possuem uma rotina , eu já sei de cor qual é o próximo passo do ritual: o xixi da espécie dominante.

Sim, quando ouço o xixi (estruturas modernas da construção civil nos propiciam essa troca) sei que estamos quase no final. Estamos mesmo, pois me sinto quase parte desse ritual do final de semana.

Aliás, sinto por não ficar aos sábados e domingos para participar do todo, é uma pena.

Em ato contínuo, o casal vizinho se despe das vestimentas selvagens e encara uma outra espécie: transformam-se em araras.

É o momento de contar como foi a semana, na quinta-feira e discutir a relação, na sexta. Tudo, sempre com horário certo para terminar (eles são pontuais, lembram?): 3h da manhã.

E agora o casal, pensando em não me deixar solitária durante o dia, resolveu reformar o apartamento e o som do martelo inicia-se às 8h e vai até às 18h.

O que seria da minha vida sem essa alegria que eles me proporcionam? 

E amanhã já é quinta-feira, eba!!!

Olhar para o amanhã.


Uma alma cheia de luz,

pronta para explodir fogos de artifício numa noite de lua cheia.

A fé pendurada no pescoço

Fita do Bonfim no tornozelo

Barra da saia carregada de esperança,

nos olhos a cor da paz tão esperada.

Estende os braços pra sentir o vento

Um braço de esculpir sorrisos

Um sentimento faz claridade nos olhos

até a pupila parecer arco-íris.

Suspiro.

É mudança.

Muitas, vê?

Já escolhi o destino.

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Gala-Dali II


"Inicialmente eu acreditava que ela iria me devorar, mas ao contrario ela me ensinou a comer o real”

(Vida Secreta de Salvador Dali - Amor e suas letras)

Gala-Dali

"Dali conheceu Gala, sua mulher, em 1928, numa festa do grupo surrealista. Ela era a mulher do poeta Paul Éluard. A devoção com que tratava a mulher despertou a ira de muitos críticos. Dali relata que Gala o seguia por toda a parte, o defendia e o protegia. “Custava-se a crer que , no meu próprio atelier, estivesse uma ...verdadeira mulher com seios, pêlos e gengivas”.. Quando ele casa com Gala, declara “somos agora dois seres arcangélicos... Gala e eu somos filhos de Júpiter... Para Dali, ele e Gala encarnam o mito sublime dos Dióscuros, nascidos de um dos ovos divinos de Leda. São eles “Castor e Pólux, os gêmeos ... divinos” .
(E. M. Lessa, O mundo genial e psicótico de Salvador Dali - Amor e sua letras)




Gala é a estrutura que faltava na minha vida... trouxe-me ... a ordem que faltava na minha vida. Eu existia apenas num saco cheio de buracos, mole e delicado, sempre dependente de uma muleta. Ao juntar-me a Gala, encontrei a minha coluna vertebral e, ao fazer amor com ela ,renovei a minha pele. .. Ao assinar os meu...s quadros Gala-Dali, dei apenas um nome a uma verdade existencial, já que sem a meu gêmeo Gala, não existiria de modo algum.”
Diário de um Gênio escrito por Dali


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Meu olhar

Primavera e o final de semana chegando. Cheirinho de dias de paz no ar...



* há sempre uma boa coisa nos esperando, sempre.
  E ela acredita, sempre! *

Olhar para amantes


Dia 22 foi o dia do amante e deixo aqui, atrasada, meus cumprimentos a todos os Ricardões e ...

(?) Não há o feminino de Ricardão?
 
Para os arrumadinhos existem os Mauricinhos e Patricinhas, mas para os amantes só existe o Ricardão.

Ricardão!! O cara que dá um "trato" na patroa alheia.

Será que o mundo masculino evoluiu e "nos deram o direito" de somente nós termos amantes? Não meninas, pelo contrário, a coisa é tão mais embaixo que amante não tem nem "nome". Para que nome, não é mesmo?

Ser amante é coisa de vagabunda e vagabunda não precisa ter nome, apelido...

Até mesmo o tal Ricardão foi criado para ser motivo de piada quando o vizinho é traído.

Ricardão só existe para a outra espécie de vagabunda: a mulher infiel.

E mulheres infiéis não existem em famílias margarinas. Ali, prevalece o eu posso e ela não.

Ah, e não me venham com liberalismos!

Continuamos vivendo essa cultura machista e preconceituosa, em que o papel da mulher é o da "certinha". Aquela feita pra casar!!

Eles até casam, mas depois vão à procura da sem nome, para preencher os vazios das bonecas ocas que convivem com eles.

Feliz dia das amantes para todas mulheres que se dão ao direito de serem amantes!

Ética, por Pondé.


"Parece que decidimos que “tudo é bonito se dissermos que é bonito”. Como nos contos de fadas. Mentira.
DE FATO é muito feio dizer que as pessoas devem ser julgadas pelo que elas “servem”. Mas, se o mundo está esmagado sob essa máxima funcional (as pessoas só valem quando “servem para alguma coisa”), ainda queremos que ela seja dita em voz baixa.
Muitas pessoas estão prontas para se indignar quando dizemos que alguém não “serve” para nada. Mas, no seu dia a dia, é esse mesmo jargão que rege seus atos.
Talvez, essa máxima funcional deva vir embalada em bobagens como “tenho direito de ser feliz, por isso vou lhe abandonar, porque não vejo uso em você”.
Mas eu, que tenho uma vocação natural para iconoclastia (a arte de ir contra o “coro dos contentes” e não ter medo da opinião alheia, coisa rara num mundo intelectual que agoniza sob a bota do ressentimento dos ofendidos profissionais, a nova face da velha censura), não me contenho e penso em algumas situações onde a máxima “as pessoas só valem pelo que servem para as outras” decidiria nosso futuro. Quer ver um exemplo?
O que diriam para uma jovem mulher (ou homem, tanto faz) caso seu marido (ou esposa) sofresse um acidente que o(a) deixasse inválido para a vida normal? Sem movimento, sem corpo, sem sexo, sem trabalho, sem vida, sem poder ir jantar fora, viajar ou ir ao cinema.
Será que alguém diria “fique ao lado dele até a morte”? Ou “abra mão do seu corpo, do seu movimento, do seu trabalho, do seu sexo, para cuidar dele”? Ou seria mais provável que ouvíssemos coisas do tipo: “Você tem direito de ser feliz, não sinta culpa”. Ou, talvez, num modo mais espiritual: “Talvez ele tenha escolhido esta forma de provação, mas você não é obrigada a abrir mão da vida junto com ele”. Ou ainda: “Antigamente você seria obrigada a aceitar isso como o fim da sua vida, mas ainda bem que hoje o mundo mudou e as pessoas têm o direito de buscar sua satisfação na vida sem ter que sentir culpa”.
A questão aqui em jogo é o caráter insuportável do dia a dia. A perda da liberdade de escolha na qual você é jogada por conta do acidente do outro. A hipocrisia está em negarmos que o abandono como “direito à felicidade” está sustentado na inutilidade do outro para a sua felicidade.
Talvez por conta de minha natureza arredia a festas, coquetéis e eventos, eu entre em agonia diante de tamanho papo furado. Você me pergunta: “Qual é o papo furado?”. Respondo que o papo furado é negar que vivemos sob a tutela dessa moira cega que manda em nossa existência: só temos companhia quando “servimos” para algo.
Claro que não há saída fácil para uma tragédia como essa (um acidente que destrua a vida de alguém com quem escolhemos viver junto), mas a saída começa por reconhecermos que você não tem saída. Abrir mão de sua vida é um suplício, mas o outro sabe que se tornou um estorvo em sua vida e que em algum momento terá que encarar o fato de que “não serve mais para nada”.
Terrível condição, escândalo insuperável. Seria o silêncio enquanto o abandonamos uma forma mais elegante de fugir? Talvez uma visita de vez em quando e uma boa enfermeira ao seu lado, paga por nós?
A vida nos obriga a fazer escolhas terríveis, mas parece que agora decidimos que “tudo é bonito se dissermos que é bonito”. Como nos contos de fadas. Mentira: nossas escolhas são pautadas pelo útil, nossos atos são calculados, nossos afetos são estratégicos. E a moderna ciência do egoísmo encontra as fórmulas para fazer isso tudo bonito. E o contrário disso não é a felicidade, mas a maturidade. Adultos infantis não gostam disso. Preferem ser avatares de si mesmos num mundo sempre florido.
A infantilização do mundo caminha a passos largos. Todos abraçam sua “mentira ética” como forma pessoal de marketing de comportamento. Como numa espécie de “lenda ética sobre si mesmo”, queremos projetar de nós mesmos uma imagem de doçura que, na calada da noite, traímos.

É nessa mesma calada da noite que acordo e peço a Deus que me faça não ver os outros apenas como “uso”. Mas sempre fracasso. Não pensar nas pessoas apenas como objeto de uso é uma conquista dolorosa, como tirar leite de pedras."

(Pondé, Folha de São Paulo, 19/09/2010)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Olhar dos filhotes

"Gente esse plural singular"

Mostra dos trabalhos dos meus filhos: Julia e Mauricio.

Poesias ao vento...


Gentileza gera gentileza




Sala do Mauricio


"... eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome..."


Mauricio by Mauricio

    
Julinha



Minhas pinturas!


Caminhando, sempre.


Olhar de Julia


Crescer com Clarice, um privilégio.


Pós-mostra



terça-feira, 21 de setembro de 2010

...


Quando eu for, um dias desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso...

(Quintana)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

...


Para que nada nos separe, que no nos una nada.

En un beso, sabrás todo lo que he callado.

(Neruda)

domingo, 19 de setembro de 2010

Olhar possível no impossível.


"Senhores, a única forma de alcançar o impossível é pensar que é possível."
(Alice no país das maravilhas)

Olhar para futuro

sábado, 18 de setembro de 2010

Olhar de Tigresa.

Meu olhar.


" Transforma-se o amador na coisa amada

Por virtude do muito imaginar;

Não tenho logo mais que desejar,

Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,

Que mais deseja o corpo de alcançar?

Em si somente pode descansar,

Pois consigo tal alma está ligada.

Mas esta linda e pura semidéia,

Que,como o acidente em seu sujeito,

Assim como a alma minha se conforma,

Está no pensamento como idéia;

O vivo e puro amor de que sou feito,

Como a matéria simples busca a forma."
(Camões)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Olhar novo

Recompondo o estoque...

*quem acompanha o meu blog entenderá...

Olhar gaúcho


Semana Farroupilha acabando e eu não me vesti de prenda. Decepcionada!
Farei uma lista dos meus desejos gaúchos:
- vestido de prenda
- saber o que é um vazio
-uma cuia com meu nome e o do meu par gravado (inveja da do Carlos Frederico!)
-um adesivo do Inter (time bom o adesivo esgota!!)
-ir no estádio do Inter
-ir no CTG
-gostar de chimarrão (eu só quero a cuia, já tá bom)
- e mais tanta coisa que não tô lembrando...
-ah, um gaúcho, por favor!!

Tudo em prol do interculturalismo!!!hehehe

Evento dos filhotes


 XI MOSTRA MIRÓ, sob o título GENTE - ESSE PLURAL SINGULAR!!!

Este ano, toda a escola pesquisou, dialogou, criou, trocou e tentou compreender o ser humano em suas diversas formas de ser, pensar, sentir e agir.

Este grande evento da ESCOLA MIRÓ é fruto de meses de trabalho coletivo de estudo e de criação. Apresentada de forma bienal, a Mostra Miró é dedicada a expor o modo de pensar a educação e a construção de conhecimento da equipe Miró, aliada ao grande valor da produção cultural e artística.



*Eba, amanhã é dia de Mostra, beijinhos, cheirinho bom, fotos e mais fotos (não adianta reclamar, eu fotografo mesmo), brincar de Thomas, ouvir Victória reclamando que não têm roupas, sorvete gostosinho com minha Jujuba e almoço no Cabanas. Contando os minutos...*

Olhar (espera)nça


"Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, sentir. Que eu continue alerta. Que se necessário eu possa ter novamente o impulso de voo no momento exato. Que eu não me perca, não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos becos e poços em mim, Senhor. Que meus olhos continuem alargando sempre."
(C. F. Abreu) 

*que seja doce hoje e sempre!*

Olhar para Giovana.


Doçuras que recebi da doce Giovana.
Ah, tô toda doce! :)
Obrigada querida!!

*Chocolate, chocolate, eu só quero chocolate...*

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Olhar Colorado.


Saudações Coloradas!!
Bueno, nosso presente para o aniversariante de ontem.

Olhar de mulher e olhar de homem.

Como nascem as mulheres...



Como nascem os homens...

Olhar com visão


"...este é o dia de ver não o de olhar, que esse pouco é o que fazem os que, tendo olhos, são outra qualidade de cegos."
(Saramago)

Evento: Semana contra a anistia aos torturadores.


O Instituto de Psicologia da USP convida:


SEMANA CONTRA A ANISTIA AOS TORTURADORES

Data: 4 a 7 de outubro

Projeção de filmes - 4 a 6 de outubro

Local: CINUSP

Endereço: Rua do Anfiteatro, 181, Colméia: Favo 4 – Cidade Universitária

Lotação: 100 Lugares

Entrada franca


Dia 4 de outubro

16h00 - Que bom te ver viva (1989) – Direção: Lúcia Murat

19h00 – Abertura do Evento - Prof. Luis Guilherme Galeão da Silva – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP).

19h15 - Arquivos da cidade (2009) - Roteiro e direção: Felipe Diniz e Luciana Knijnik

Debatedor: Alípio Freire – Jornalista e Escritor

Coordenação do debate: Vanessa Lopes dos Santos Passarelli (IP-USP).


Dia 5 de outubro

16h00 - Arquivos da Cidade (2009) - Roteiro e direção: Felipe Diniz e Luciana Knijnik

19h00 - O ano em que meus pais saíram de férias (2006) – Direção: Cao Hamburguer

Debatedor: Marcelo Rubens Paiva - Escritor

Coordenação do debate: Davi Mamblona Marques Romão (IP-USP).

Dia 6 de outubro

16h00 - O ano em que meus pais saíram de férias (2006) – Direção: Cao Hamburguer

19h00 - Que bom te ver viva (1989) – Direção: Lúcia Murat

Debatedora: Criméia Schmidt de Almeida – Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos/ Entidade feminista União de Mulheres

Coordenação do debate: Artur Rafael Agostinho Theodoro (IP-USP)


Mesas-redondas – 7 de outubro

Local: IP-USP. Av. Prof. Mello Moraes 1721, Auditório do Bloco G, IPUSP, Cidade Universitária

Lotação: 184 lugares

Evento aberto ao público, sem inscrição prévia.

1. Anistia, Tortura e o Direito Internacional (9h30-11h30)

Beatriz Afonso - Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL)

Kenarik Boujikian - Associação Juízes para a Democracia (AJD)

Sérgio Mazina Martins - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM)

Coordenador: Paulo Cesar Endo (IPUSP).

2. Trauma, Tortura e Utopias (13h15-15h30)

Edson Luiz André de Sousa - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

José Moura Gonçalves Filho - Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP).

Paulo Cesar Endo - Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP).

Coordenadora: Rita Alvares - Mestre em Psicologia Social pela UFRGS

3. Anistia, História e Memória (16h-18h)

Jaime Ginzburg - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP).

Jeanne Marie Gagnebin - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Zilda Marcia Grícoli Iokoi – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP) e Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da Universidade de São Paulo (LEI/USP)

Coordenador: Prof. Luis Guilherme Galeão da Silva (IP-USP).

Organização: Instituto de Psicologia - USP

Coordenação

Prof. Doutor Paulo Endo (IP/PSA)

Prof. Doutor Luis Galeão (IP/PST)

Comissão Organizadora

Artur Rafael Theodoro, Cristiane Izumi, Davi Romão, Luiz Eduardo Moreira, Pedro Lagatta, Rita Alvarez, Vanessa Passarelli

Apoio: PSA/PST – IP-US, CINUSP, NEV/USP, Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, AJD, CEJIL, LEI/USP, CNRVV, Escola de Governo de São Paulo.


Olhar de tentação


Barba por fazer...
... só pode ser obra do Diabo!!!

Amores possíveis e (amor)es.

Cena do filme Encontros e Desencontros - um delicado olhar para o amor. 


Sobre amores possíveis e amores.

Ao longo da vida nos deparamos com milhares de amores possíveis.
Podemos encontrar  um amor possível em cada esquina. Sorrisos, palavras, jogos de sedução e lá estamos nós!
Não ouso chamá-los de não-amor. Tenho aprendido (ou tentado aprender) toda delicadeza do viver.
Assim, todos são amores possíveis.
Mas amores possíveis não se confundem com amores. 
(Amor)es não é para qualquer mortal e não o encontramos em cada esquina. 

Existem amores vividos e amores que jamais serão vividos.
Por sorte, poderá caminhar ao lado de um amor. Mas jamais deixará amores pelo caminho.
Amores são levados para sempre.
Não importa se do lado de dentro ou de fora, mas para sempre.

Olhar que não se explica

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar…
(A. Caeiro)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Livro


Kafka Crumb - Robert Crumb e David Mairowitz - Ed. Desiderta.

A biografia de Franz Kafka em formato de história em quadrinhos.

XIV Congresso Transdisciplinar de Estudos Criminais

 
 
 
XIV Congresso Transdisciplinar de Estudos Criminais



Data: 18 de outubro às 08:30 - 19 de outubro às 22:30
Local: PUCRS - auditório do prédio 11
 
14º ano do tradicional evento de debate das ciências penais promovidos conjuntamente pela PUCRS, PPGCrim (Programa de Pós-graduação em Ciências Criminais da PUCRS) e ITEC, com apoio da Escola Superior de Advocacia da OAB-RS.


Estudantes de graduação da PUCRS e Diplomados PUCRS - R$ 60,00
Estudantes de graduação outras instituições - R$ 80,00
Estudantes de pós-graduação - R$ 120,00
Profissionais - R$ 150,00

Olhos fechados para um barulhinho bom

Olhar para hoje


O que for a profundeza do teu ser, assim será o teu desejo
O que for o teu desejo, assim será a tua vontade
O que for a tua vontade, assim serão os teus atos
O que forem os teus atos, assim será o teu destino.
(Birhadaranyaka)

Evento

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Olhar para Mauricio

Mauricio (ele me proibiu de chamá-lo de Mauricinho) tem sentido nossa distância mais que todos os outros meses. Nossa separação tem sido um parto. Uma dor silenciosa.

No abraço do adeus fazemos um pacto silencioso de sobrevivermos até o nosso próximo encontro.

Sabemos que nossa separação semanal é necessária e, em sua generosidade, ele sempre diz que ficará bem. Me doa um cheirinho, para que minha sobrevivência seja alimentada. E em dias de saudade pura o seu cheirinho é meu colo.

De uns meses pra cá Mauricio tem mudado o tom de voz . As meninas querem morrer, imitam, o chamam de mimado, mas ele não se importa.

Neste final de semana eu fui interpelá-lo sobre a tal mudança na voz e vi que seus olhinhos se encheram de lágrimas. Eu o abracei e disse que estava tudo bem, que ele poderia falar como quisesse.

Hoje, ao ler uma crônica do Carpinejar, pude entender, ou melhor, ouvir a sinfonia que meu guri fez pra mim.

"...os filhos estão nos oferecendo aulas de graça (força de expressão; trata-se de fiado, um dia eles cobram).
Vicente me prepara para ser um bom marido. Com seus seis anos. E sua timidez carismática.

Não dependo de muita concentração. É seguir seus gestos. Virar um mímico em minha casa. Um clown de suas pausas e feições.

Eu me preparei para assistir ao jogo do meu time no estádio. Fazia frio, a noite ia alta e teria estrada pela frente. Convidei Vicente, com a certeza de que aceitaria no ato, logo agradeceria e correria ao quarto para se fardar. Porém, ele me questionou:

_ Que horas vou voltar?

_ 1 h, acho.

_ Desculpa, pai. Mas vou pegar a mãe dormindo, e quero ver sua boniteza acordada.

Notei que ele roubou minha fala. Era a resposta perfeita de marido. A frase consagradora. Compensaria uma louça empilhada, uma toalha molhada na cama, um pote de xampu virado, divorciado da tampa, o azedume no almoço da sogra, a lâmpada que não troquei na área de serviço. O filho me substituía enxergando a minha demora. Se sua mãe não estivesse escutando, cometeria um plágio sem pudor.

Ao sair, enxergo o guri no quarto, com uma vozinha esquisita, abafada, de marionete. Intuí que estivesse brincando com seus bonecos, falando por eles, como criança gosta de fazer para povoar a solidão. Mas conversava com sua mãe. Interrompi.

-Que voz é essa, Vicente?

- Voz? A minha!

- Não, nunca usou essa voz comigo. É uma vozinha dodói, diferente.

.É a voz que uso com a mamãe. Tem uma voz para cada amor.”

          Obrigada meu amor!

domingo, 12 de setembro de 2010

Olhar de mulherzinha



Gosto muito do termo "mulherzinha", hoje estava pensando o quanto desqualificamos, tornamos pesados, temos o pior sentido de tantas palavras, não quero adjetivos.... hoje são usados como "guardanapos de papel": descartáveis em abundância.

Mulherzinha: aquele ser doce, feminino, com sorriso terno e olhar amoroso, que transita por todos os ambientes sem perder seu foco, que é presente sem pesar, que aconchega e aninha, que não precisa "provar nem mostrar" - seus dotes intelectuais e fisicos - pois sabe quem é  e o que quer, que pega em sua agulha com a mesma intensidade e intimidade que maneja uma faca afiada, que gera um ser com a mesma luz que cria um poema e pinta sua sala, que está dentro e fora de casa, que chora a dor da perda mas em seguida se renova com o que está porvir; dança e sorri com a chega da chuva, com a mudança da lua, aceita uma gentileza , constroi um lar, se preciso for maneja um martelo e corta os arames, nutre, encaminha .......... nossa, são tantas palavras e tantas poesias prá descrever o que há de belo no que deveria ser eterno.

Não é aquela "mulherzinha", mas sim a "mulherzinha"! Não é pequeno e feio, mas do tamanho real e belo.

Não sou só uma cabeça, mas tenho um coração e membros: superiores, que posso estender ao alto em súplica, agradecimento e reverência; a frente para acolher, aninhar, construir e me amparar e; inferiores, que me levam "onde meu querer" puder; juntos sou um ser, separados não sei quem sou.....
(Texto da minha companheira na descoberta da doçura de ser mulher, mulherzinha! Elen, minha irmã)

Olhar comedor



Morri!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Olhar de aniversário!


Hoje o blog completa um ano e quero agradecer o carinho diário que recebo dos muitos olhares que passam por aqui. Obrigada!




** "Do que vale olhar sem ver?" (Goethe) **

terça-feira, 7 de setembro de 2010

...


Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.
(C. Jung)

Dica de livro

"O único final feliz para uma história de amor é um acidente" - João Paulo Cuenca - Companhia das Letras.




Uma fotografia da impossibilidade do amor e um ensaio sobre a artificialidade das criações humanas.


** “acho que não sonho porque todos os dias eu sou sonhada por outros. Eu mesma sou um sonho. Sonhos não podem sonhar, não é?” **

Xeque, mate ou mate e xeque.


"Tinha ele ainda necessidade dela? Ou ela dele? Não se dedicavam ambos a um jogo sem fim? Era esse um desígnio pra qual se precisasse viver? Não, nunca! Esse jogo chamava-se Sansara [1], um brinquedo para criança, agradável talvez para quem o usasse uma vez, duas vezes, dez vezes. Mas, pra que recomeçá-lo sempre e sempre?
Nesse instante, Sidarta deu-te conta que o jogo terminara, de que jamais poderia voltar a fazer parte dele. Um calafrio perpassou em seu corpo. Sentiu que algo acabava de morrer na sua alma." 
(H. Hesse - Sidarta)

[Sansara: as vicissitudes do mundo, da vida e da morte da existência humana; a instabilidade e a efemeridade das coisas; a agitação do mundo; a vaidade e a inquietude da vida humana.]


* um jogo onde não há ganhadores.