domingo, 31 de outubro de 2010

Porto Alegre e Criminologia.

(imagem do blog do Salo)


Estaria Porto Alegre (RS) se tornando a "capital brasileira da Criminologia"?

Creio que sim.

Não há dúvida que a força do eixo São Paulo - Rio de Janeiro na Criminologia é ainda muito grande. Todavia, observem a qualidade e quantidade de pesquisas, eventos, idéias novas que vem surgindo dos criminólogos de Porto Alegre (RS) nos últimos cinco anos.

Porto Alegre (RS) se firma hoje com uma das principais referências do país na Criminologia e, quem sabe, em breve, será a maior referência do Brasil pelo volume e qualidade da produção científica criminológica.
 
(retirado do blog do Lélio - novacriminologoa.blogspot.com)
 
 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Olhar...


Um café e um amor.
Quentes, por favor!
(CFA)


...



"Respirou fundo. Morangos, mangas maduras, monóxido de carbono, pólen, jasmins nas varandas dos subúrbios.
O vento jogou seus cabelos ruivos sobre a cara.
Sacudiu a cabeça para afastá-las e saiu andando lenta em busca de uma rua sem carros, de uma rua com árvores, uma rua em silêncio onde pudesse caminhar devagar e sozinha até em casa. Sem pensar em nada, sem nehuma armagura, nenhuma vaga saudade, rejeição, rancor ou melancolia. Nada por dentro e por fora além daquele quase-novembro, daquele sábado, daquele vento, daquele céu-azul, daquela não-dor, afinal."
(CFA)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Olhar de esperança.


(eu, aos 5 anos)


"Toda semente que jogava na terra, direto da boca, acreditava que germinaria.
Não botava os grãos no lixo. Cuspia os caroços ao longe da grama e da terra, jurando  que cresceriam naturalmente.
Tangerinas, maças, pêras, laranjas.
Arremessava com vigor e acompanhava com simpatia os movimentos da desova nos dias seguintes.
Se fosse assim, a casa da minha infância teria se transformado em bosque espesso e intransitável.
Criança confia na esperança minúscula mais do que nas esperanças maiúsculas. Ainda sou assim, afeiçoado ao engano como uma verdade. Sou fácil de ser passado para trás. E não sinto pena dessa minha crença absurda, dessa fé infantil, dessa ingenuidade inata.
(...)
Não sou do tipo que crê até que se prove o contrário. Creio em tudo, mesmo quando já se provou o contrário. Surge uma esperança vã e ela toma conta de meus papéis e dos clipes. Uma palavra alegre e já faço amizade. Um assobio e me denuncio virando o pescoço.
(...)
O pai de um amigo, advogado, uma vez por semana, abria e folheava os livros de sua biblioteca. ele me dizia: "Os livros pensam que estão sendo lidos e duram mais." Identifico-me com esses livros folheados.
Sem uma esperança, livro e homem acabam e cortam a costura da lombada por dentro. Facilitam o ingresso aos cupins e traças.
Pode me subtrair o amor, a paixão, o emprego, mas a esperança não. Minha esperança é intocável. Talvez tenha se fortalecido pela memória falha. Não sou rancoroso a ponto de planejar vinganças com esmero. Esqueço o que fiz de ruim comigo rapidamente. Tinha motivos se sobra para sermeu pior inimigo, porém me perdôo ao dormir.
Nenhum trauma é maior do que o cansaço. Acordo serelepe e pronto para me reconciliar com outras expectativas.
Nunca é tarde para o bosque nascer de meus dentes"
(Carpinejar - Canalha!)



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Meu olhar



Fim do dia chegando.
Sensação de uma semana que já se foi.
Recolho-me.
Um cházinho de sumiço me faria bem hoje!
Tá servido(a)?


Olhar de mulher



Queria muito, muito, muito ir ao show do Paul.

Fiquei dias procurando ingresso e nada.

Achei!!!

Agora eu não quero ir mais.

Vai entender mulher...



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

?


Me diz o que é o sossego.
Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar.
(Los Hermanos)


Olhar da visão



“… Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo.”
(C. F. Abreu)

domingo, 24 de outubro de 2010

Olhar para vizinhos II



Já ouviu falar que fundo do poço tem porão?

Pois é, ganhei vizinhos novos!!

Com a tecnologia da construção civil chamada de draw wall, minha família aumentou.

O quarto do vizinho é 'vizinho' da parede do meu quarto. Preciso falar mais?

O querido canta até as 2 hs quando está inspirado. Quando não está, ele batuca simulando uma bateria. O guri nasceu para a música, um talento perdido!!

Quando sua companheira está presente, ou ela solta gemidos altos e prolongados no ar, ensinando-me as leis da propagação das ondas sonoras , ou eles brigam até o amanhecer fazendo uso de um vocabulário inglês.

É, minha felicidade só aumenta.

Ai, que saudade da minha vizinha de cima!

Olhar para o poetinha

sábado, 23 de outubro de 2010

Olhar para amantes


Os amantes se amam cruelmente

e com se amarem tanto não se vêem.

Um se beija no outro, refletido.

Dois amantes que são? Dois inimigos.

Amantes são meninos estragados

pelo mimo de amar: e não percebem

quanto se pulverizam no enlaçar-se,

e como o que era mundo volve a nada.

Nada, ninguém. Amor, puro fantasma

que os passeia de leve, assim a cobra

se imprime na lembrança de seu trilho.

E eles quedam mordidos para sempre.

Deixaram de existir mas o existido

continua a doer eternamente.
(C. Drummond)

Olhar para (in)felicidade




"UMA AMIGA inventou um jeito de curtir sua fossa. Depois de um dia de trabalho, de volta em casa, ela se enfia na cama, abre seu laptop e entra no Facebook.
Ela não procura amigos e conhecidos para aliviar o clima solitário e deprê do fim do dia. Essa talvez tenha sido a intenção nas primeiras vezes, mas, hoje, experiência feita, ela entra no Facebook, à noite, como disse, para curtir sua fossa. De que forma?
Acontece que, visitando as páginas de amigos e conhecidos, ela descobre que todos estão muito bem: namorando (finalmente), prestes a se casar, renovando o apartamento que sempre desejaram remodelar, comprando a casa de praia que tanto queriam, conseguindo a bolsa para passar dois anos no exterior, sendo promovidos no emprego ou encontrando um novo "job" fantasticamente interessante. E todos vivem essas bem-aventuranças circundados de amigos maravilhosos, afetuosos, alegres, festeiros e sempre presentes, como aparece nas fotografias postadas.
Minha amiga, em suma, sente-se excluída da felicidade geral da nação facebookiana: só ela não foi promovida, não encontrou um namorado fabuloso, não mudou de casa, não ganhou nesta rodada da loto. É mesmo um bom jeito de aprofundar e curtir a fossa: a sensação de um privilégio negativo, pelo qual nós seríamos os únicos a sofrer, enquanto o resto do mundo se diverte.
Numa dessas noites de fossa e curtição, minha amiga, ao voltar para sua própria página no Facebook, deu-se conta de que a página não era diferente das outras. Ou seja, quem a visitasse acharia que minha amiga estava numa época de grandes realizações e contentamentos. Ela comentou: "As fotos das minhas férias, por exemplo, esbanjam alegria; elas não passaram por nenhum photoshop, acontece que são três ou quatro fotos "felizes" entre as mais de 500 que eu tirei".
Logo nestes dias, acabei de ler "Perché Siamo Infelici" (porque somos infelizes, Einaudi 2010, organizado por P. Crepet). São seis textos de psiquiatras e psicanalistas (e um de um geneticista), tentando nos explicar "por que somos infelizes" e, em muitos casos, por que não deveríamos nos queixar disso.
Por exemplo, a infelicidade é uma das motivações essenciais; sem ela nos empurrando, provavelmente, ficaríamos parados no tempo, no espaço e na vida. Ou ainda, a infelicidade é indissociável da razão e da memória, pois a razão nos repete que a significação de nossa existência só pode ser ilusória e a memória não para de fazer comparações desvantajosas entre o que alcançamos e o que desejávamos inicialmente.
Não faltam no livro trivialidades moralistas sobre o caráter insaciável de nosso desejo ou evocações saudosistas do sossego de algum passado rural. Em matéria de infelicidade, é sempre fácil (e um pouco tolo) culpar a sociedade de consumo e sua propaganda, que viveriam às custas de nossa insatisfação.
Anotei na margem: mas quem disse que a infelicidade é a mesma coisa que a insatisfação? E se a infelicidade fosse, ao contrário, o efeito de uma saciedade muito grande, capaz de estancar nosso desejo? Que tal se a infelicidade não tivesse nada a ver com a ansiedade das buscas frustradas, mas fosse uma espécie de preguiça do desejo, mais parecida com o tédio de viver do que com a falta de gratificação? Em suma, você é infeliz porque ainda não conseguiu tudo o que você queria, ou porque parou de querer, e isso torna a vida muito chata?
Seja como for, lendo o livro e me lembrando da fossa de minha amiga no Facebook, ocorreu-me que talvez uma das fontes da infelicidade seja a necessidade de parecermos felizes. Por que precisaríamos mostrar ao mundo uma cara (ou uma careta) de felicidade?

1) A felicidade dá status, como a riqueza. Por isso, os sinais aparentes de felicidade podem ser mais relevantes do que a íntima sensação de bem-estar;

2) além disso, somos cronicamente dependentes do olhar dos outros. Consequência: para ter certeza de que sou feliz, preciso constatar que os outros enxergam minha felicidade. Nada grave, mas isso leva a algo mais chato: a prova de minha felicidade é a inveja dos outros.

O resultado dessa necessidade de parecermos felizes é que a felicidade é este paradoxo: uma grande impostura da qual receamos não fazer parte e que, por isso mesmo, não conseguimos denunciar. "
(C. Calligaris)
 
 
 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

...



Escrevo diante da janela aberta.

Minha caneta é cor das venezianas:

Verde!... E que leves, lindas filigranas

Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas

Mistura os tons... acerta... desacerta...

Sempre em busca de nova descoberta,

Vai colorindo as horas quotidianas...


Jogos da luz dançando na folhagem!

Do que eu ia escrever até me esqueço...

Pra que pensar? Também sou da paisagem...


Vago, solúvel no ar, fico sonhando...


E me transmuto... iriso-me... estremeço...

Nos leves dedos que me vão pintando!

(Quintana)




quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Olhar de horário de verão.

Uma xícara de café às 20hs + horário de verão =

Eu acordada até às 5hs!
Um bom dia para todos :)



...


"Fazendo da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro."
(F. Sabino)


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Olhar além.




A Justiça Estadual do Rio Grande do Sul autorizou transexual a retificar seu registro civil de nascimento, mudando o prenome de Antônio para Veronika, mesmo sem ter realizado cirurgia de modificação de sexo. A decisão é do juiz Roberto Coutinho Borba, diretor do foro e titular da 3ª Vara Cível de Bagé (RS).

A sentença determina, ainda, que o registro civil das pessoas naturais de Bagé deverá zelar pelo sigilo da retificação do assento da parte, ficando vedado fornecimento de qualquer certidão para terceiros acerca da situação anterior, sem prévia autorização judicial.

Deve constar no registro civil que mudança de sexo decorreu de decisão judicial

Na ação de alteração de registro civil, a transexual afirmou que sempre apresentou tendência pela feminilidade, fazendo uso de roupas e maquiagens femininas. Colocou ainda, segundo informações da assessoria de imprensa do Tj-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul), que sempre se sentiu uma mulher aprisionada em um corpo masculino e que é conhecida em seu meio social como Veronika.

A transexual discorreu também sobre o preconceito que enfrenta pela identificação de seu nome de gênero masculino, a despeito de sua aparência feminina, e que se encontra em busca de realização de cirurgia de modificação de sexo. No pedido, fez considerações a respeito do transexualismo e da possibilidade de modificação de seu registro civil, argumentando ser dispensável a prévia modificação do sexo, mediante cirurgia, para a alteração do registro.

O MP (Ministério Público) opinou pela prévia realização de cirurgia de modificação de sexo.

Sentença
No entendimento do juiz Roberto Coutinho Borba, a tutela dos direitos dos homossexuais e dos transexuais há muito encontra resistência nos ordenamentos jurídicos "em decorrência do arraigado conteúdo judaico-cristão que prepondera, em especial, nas culturas ocidentais", segundo informações do TJ-RS. A despeito do caráter laico do Brasil, parte considerável de legislação infraconstitucional ainda se encontra atrelada às questões de índole religiosa, observou o magistrado. O juiz entendeu cumprir, assim, a prevalência no caso concreto do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana.
Segundo ele, soa desarrazoado que não se outorgue chancela judicial à parte demandante com o condão de evitar prejuízos hipotéticos, quando prejuízos evidentes lhe são impostos cotidianamente, quando é constrangida a exibir documentos de identificação não condizentes com sua aparência física. Fazer com que a autora aguarde realização de cirurgia que não se revela indispensável a sua saúde e que, por tal razão, não tem data próxima para ser realizada seria impor à transexual constrangimentos por toda vez que lhe for exigida a identificação formal, documental, analisou o magistrado.
De acordo com a sentença, conferir a modificação do nome da transexual é imperativo indesviável do princípio da dignidade da pessoa humana, medida que evidentemente resguardará sua privacidade, liberdade e intimidade. Exigir a realização do procedimento cirúrgico é impor despropositada discriminação, e manter permanentemente sob o olhar crítico, desconfiado e preconceituoso daqueles que não se adaptam às mudanças dos tempos.
Conforme disposto no artigo 58, caput, da Lei dos Registros Públicos, o prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos e notórios. A interpretação que a doutrina e a jurisprudência têm outorgado à substituição, em regra, vai limitada às pessoas dotadas de eloquente aparição pública. Porém, "reputo que se trata de concepção por demais restritiva da regra supracitada", ponderou o magistrado.
O juiz considerou ainda que é dever-poder do julgador, quando instado para tanto, na especificidade do caso concreto, fazer valer o texto normativo constitucional, suprindo lacunas com aplicação da principiologia quando - e se - necessário.
(Última instância - 19/10/2010)



Olhar de SAUDADE.


"É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos... é preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado, as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo... Mas é preciso , também, que seja como abrir uma janela e respirar-te , azul e luminosa, no ar... É preciso a saudade para eu te sentir como sinto em mim a presença misteriosa da vida... Mas quando surges és tão outra...múltipla... imprevista... que nunca te pareces com o teu retrato... e eu tenho que fechar os olhos para ver-te!!"
(Mário Quintana)


*SAUDADE: recordação, ao mesmo tempo triste e suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; pesar pela ausência de pessoa(s) querida(s); nostalgia; cumprimentos; lembranças afetuosas a pessoas ausentes.
(Dicionário Aurélio)

Acordei com saudade*





 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Semana começando e um barulhinho para embalar o olhar.

Chico



*manda urgentemente algum cheirinho de alecrim...*



Olhar para Gaiarsa


Morreu neste sábado (16), aos 90 anos, o psiquiatra e psicoterapeuta José Ângelo Gaiarsa.
Gaiarsa foi o primeiro psquiatra a introduzir a psicologia analítica de Carl Gustav Jung e os estudos sobre sexualidade de Wilhelm Reich no Brasil.
Gaiarsa acreditava que viveríamos em um mundo mais justo e livre se fizéssemos mais amor. Ou, colocado de outra forma, se nossas relações sexuais fossem mais intensamente exploradas e menos reprimidas.
Agente das mudanças que gostaria de promover no mundo, teve cinco mulheres e, com duas delas, conseguiu aplicar sua teoria de amor livre. Funcionou. Mais para elas do que para ele.
Foi autor consagrado, publicou 30 livros e passou mais de 60 mil horas em seu consultório ouvindo discursos inconformados sobre o que chamava de lado podre da família.
 
 
O casamento é uma prisão?

Nem discuto isso porque para mim é a coisa mais evidente do mundo. Aliás, você jura diante de Deus, das testemunhas, que vai amar até o fim da vida. Não tem cabimento uma coisa dessas.

E isso é impossível?
 
Não acho impossível, mas acho impossível jurar isso. Como é que posso prometer uma coisa dessas? Tinha que ser: “Estou amando você, vamos fazer força para durar”. Agora, “Juro que vai durar a vida toda?”. É a repressão matrimonial. Ou seja, falamos da repressão sexual e agora da matrimonial, que é seguida pela repressão maternal.
 
Em alguns dos cinco casamentos o senhor conseguiu pôr em prática a liberdade de amar que prega?

Nos dois últimos, mais elas do que eu.
(trechos de uma entrevista de Gaiarsa - TPM)
 
 
 
 

...


“Se todo alguém que ama, ama pra ser correspondido. Se todo alguém que eu amo é como amar a lua inacessível, é que eu não amo ninguém. Não amo ninguém. Eu não amo ninguém, parece incrível. Não amo ninguém e é só amor que eu respiro”
(Cazuza)



domingo, 17 de outubro de 2010

Olhar verdadeiro


Vitral: Marc Chagall
*para contemplar...*



Livro - Bukowski.


Compilação de 36 textos publicados postumamente.
"Pedaços de um caderno manchado de vinho" é uma vigorosa e abrangente seleção de alguns desses trabalhos, a maioria dos quais ficou restrita à publicação original em jornais independentes, periódicos literários e até revistas pornôs. Entre eles estão o primeiro e o último conto de Bukowski a serem publicados, assim como seu primeiro e seu último ensaio, e a primeira das famosas colunas “Notas de um velho safado”. Além de discorrer sobre seus temas preferidos – álcool, mulheres e a vida de um sujeito comum no submundo de Los Angeles –, ele propõe digressões únicas a respeito de figuras como Antonin Artaud, Ezra Pound e Hemingway, revelando uma mente surpreendentemente lúcida por trás de escritos aparentemente improvisados.
É uma oportunidade de ver o autor sem a máscara de um personagem.
(Bravo e outros)


"O que Artaud está mostrando são aqueles que rapidamente mordem QUALQUER isca para fazer mais sublimes os seus fins através da fraqueza e da morte.(...) Não posso culpar os mortais comuns por falharem." (p.80)

sábado, 16 de outubro de 2010

Olhar azul


"O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta …"
(A. Caeiro)
 

Olhar sem cor


"Luto preto é vaidade
Neste funeral de amor
O meu luto é a saudade
E saudade não tem cor"
(Noel Rosa)


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

...


"Uma porta fechada, qualquer coisa que espreita, atrás. Ela não se abrirá se eu não me mexer. Jamais. Parar o tempo e a vida. Mas eu sei que me mexerei. A porta se abrirá lentamente e eu verei o que tem detrás. É o futuro. A porta vai se abrir. Lentamente. Implacavelmente. Estou no limiar. Só existe esta porta e o que espreita atrás dela. Tenho medo. E não posso chamar ninguém por socorro.
Tenho medo"
(S. Beauvoir - A mulher desiludida)

Olhar além

Os arcanos de Dali



"Símbolos. Tudo símbolos...
Se calhar, tudo é símbolos...
Serás tu um símbolo também?"
(A. de Campos)


" A cigana lê o meu destino...
Eu sonhei!
Bola de cristal
Jogo de búzios, cartomante
E eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer...

E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz
Que eu serei feliz
Sempre feliz...

Como será amanhã?
Responda quem puder..."

lá lá lá lá lá


Meu olhar para hoje

Olhar para Victória


Meu loirão faz 18 anos hoje!!
Sei que parece papo de mãe, mas o tempo realmente voa.


Vivi, minha linda semente de mulher!



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Livro: Depois do Grande Encarceramento.







O Instituto Carioca de Criminologia e a Editora Revan têm o prazer de convidar

para o lançamento do livro Depois do Grande Encarceramento.



Dia 29 de Outubro, às 19:00 h



Livraria Argumento - Rua Dias Ferreira, 417 - Leblon

Vargas Llosa



O escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel de Literatura de 2010 estará hoje em POA, onde participará do evento Fronteiras do Pensamento.

Llosa é um colecionador de imagens de hipopótamos. Quando estreou na Inglaterra a sua peça Kathie e o Hipopótamo, nos anos 80, os atores o presentearam com algumas miniaturas e, desde então, os animais - de vidro, madeira, porcelana ou coloridos - habitam sua sala de trabalho.


"Tenho muito carinho por esse bicho. É um animal dócil, tem o paladar delicado e uma incrível propensão ao amor. Suas principais ocupações são tomar banho, chafurdar na lama e fazer amor - eles podem passar mais de 12 horas copulando.
Gostaria de fazer amor como os hipopótamos. Conseguiram o que os hippies jamais conseguiram verdadeiramente: levar a cabo a máxima "paz e amor".   




quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Olhar essencial.



Perdi várias coisas em Buenos Aires. Pela pressa ou por azar, ninguém sabe onde foram parar. Saí com um pouco de roupa e um punhado de papéis.
Não me queixo. Com tantas pessoas perdidas, chorar pelas coisas seria desrespeitar a dor.

Vida cigana. As coisas me acompanham e vão embora. São minhas de noite, perco-as de dia. Não estou preso às coisas; elas não decidem nada.

Quando me separei de Graziela deixei a casa de Montevidéu intacta. Ficaram os caracóis de Cuba e as espadas da China, os tapetes da Guatemala, os discos e os livros e tudo. Levar alguma coisa teria sido um roubo. Tudo isso era dela, tempo compartido, tempo que agradeço; e me larguei no caminho, rumo ao não sabido, limpo e sem carga.

A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.

Febre de meus adentros: as cidades e as gentes, soltas da memória, navegam para mim: terra onde nasci, filhos que fiz, homens e mulheres que me aumentaram a alma.

(E. Galeano)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Olhar para delicadeza.

(Chagall)

Toda delicadeza de Chico:

Depois de nos perdermos;

"Te encontro, com certeza; Talvez num tempo da delicadeza"


*num tempo da delicadeza...*

Livros: Coleção CriminologiaS.



Já estão disponíveis no site da Editora Lumen Juris os sete primeiros livros da Coleção CriminologiaS, coordenada por Rodrigo G. de Azevedo e Salo de Carvalho. 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Olhar para o amor de uma mulher.

(Gustav Klimt)

Os homens são cheios de teorias sobre o que gostamos ou deixamos de gostar neles.

Muitos estudam, são cheios de papos da psico, sabedores da alma feminina.

Na realidade eles não sabem nada, nadica de nada. Puro papo furado!

Homem baixo ou alto; culto ou ignorante; lábios carnudos ou finos; cheiroso ou nem tanto; careca ou cabeludo; arrumadinho ou totalmente fora de moda; com barba ou sem barba; pegada boa ou ruim; sorriso perfeito ou 1001; engraçado ou rabugento; fiel ou canalha; 'grande' ou 'pequeno'; carinhoso ou gaúcho (rs)... não importa.

Quando amamos um homem, não existem modelos, teorias, comparações, tudo nele é perfeito.

Só há uma coisa que mulher não tolera em um homem e deixo Carpinejar, com toda doçura habitual, ensinar-lhes a única teoria que devem saber sobre o relacionamento de um homem e uma mulher.
 
 
"Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhadas de hiena, pentear-se com franjinha, ter pêlos nas costas e no pescoço, usar palito de dente,trocar os talheres de um momento para o outro.
Qualquer coisa é admitida,menos que não ame com coragem.
Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo,de gosto,de opinião. Nao se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente.
Amar para valer, para provocar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como "estou confuso". Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança. Não se retrair perante os pais. Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Antes decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio. Amar como uma canoa engatinha na margem, árvore deitada de bruços. Amar desavisado, com vírgula entre o sujeito e o verbo. Amar desatinado, pressionando a amar mais, a amar mais do que é possível lembrar.
 
Amar com coragem, só isso."
 
(Carpinejar, o verdadeiro leitor das almas femininas)  

"...mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida..."

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Olhar de preocupação.



Madame Roriz se supera. Ao votar, esqueceu de apertar a tecla "confirma".


E nosso Brasil se supera: sra. Roriz para o segundo turno, suas duas filhas eleitas e Tiririca o mais votado.

Não é motivo de risos e sim de preocupação!

Barulhinho bom para terminar o final de semana.

Tiê, com trechos de Clarice Lispector.

Olhar estrelas.

(Vicent van Gogh)


A bomba abriu um belo buraco no teto, por onde o céu azul sorri para os sobreviventes.
(Quintana)



* pelo buraco observo toda beleza das estrelas...* 






Olhar sem defesas.


Particularmente amo aqueles que me permitem retirar os mecanismos de segurança, dos sentidos, dos saberes, para por a leitura do mundo em “roda livre”

(casa Warat)

sábado, 2 de outubro de 2010

Olhar de desencontro.


*O vazio das palavras no desencontro*

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

(V. Moraes)




 

Olhar...



"Quando não tenho respostas, escuto o mundo. Pelas grades, cheiro as flores do vizinho, que prefere papoulas às rosas. Fico levemente irritado: as papoulas roubaram o cheiro de meu capote.

Vou comprar frutas mais lento. Tenho dó das que estão estragadas e pisadas no fundo. Por pouco, não me junto a elas.

Presto atenção às palavras do cobrador do ônibus, como se ele fosse um mensageiro voluntário. Estou sempre esperando uma senha, um símbolo, um conselho. Algo de fora que me esclarecesse. Ando dependente de um aviso. Vejo o quanto ainda acredito em anjos, fantasmas, árvores.

Qualquer aparição faz sentido: um cão estranho lambendo minha mão, um gato olhando para trás na linha dos muros, um pássaro que atravessa as janelas de casa por dentro.

Os olhos se embaralham em cartas de tarô. Fio-me na adivinhação e leitura das coisas pelas coisas. Toda  pessoa que encontro na rua torna-se minha visita - nem preciso atender o interfone.

Estou me guardando em cada desencontro ."

(Carpinejar - Canalha) 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Seminário Criminologia.

Vergonha alheia II

Ver e olhar.




"...apesar de não ser o primeiro a debruçar-se sobre a dicotomia ver/olhar, Saramago demonstra uma ânsia tão ardente pela decifração da relação entre esses dois processos que nos reporta a Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, para quem é urgente a necessidade de se atentar para o "puro olhar" ou o "olhar nítido como o girassol". Segundo Caeiro, olhar é mais importante do que pensar, pois pensar é julgar. O puro olhar para Caeiro devolve as coisas ao seu lugar no mundo, sem que se estabeleça uma necessidade artificial de relações e julgamento de valores.
... existe um "ver por ver", sem o ato intencional de olhar e um ver como resultado obtido a partir de um olhar ativo, um "ver depois de olhar".
Saramago insiste para que atentemos para este ponto e expressa toda a sua inquietude na epígrafe de ensaio sobre a Cegueira: "Se podes olhar vê. Se podes ver, repara.". Para Saramago não basta o ver ativo (um ver depois de olhar), é necessário aguçar ainda mais a visão e "reparar". Torna-se imprescindível que atentemos para dimensão semântica do verbo reparar. Segundo definição do dicionarista Aurélio B. de Holanda, o verbo pode ser conceituado como "consertar, restaurar, corrigir, eliminar ou remediar as consequências de uma erro (mal entendido), dirigir ou fixar a vista". Todas essas definições para condizer com a proposta, ou a intenção discursiva de Saramago. Reparar, portanto seria um processo pelo qual o indivíduo "corrigia" sua primeira impressão sobre as coisas adquirida por meio de uma observação superficial"
(I. A. Ferreira)


*que possamos "reparar" nossos olhares.