sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Olhar para 2011!!

DESEJOS DO MEU OLHAR PARA O SEU OLHAR...




Desejo a vocês...

Fruto do mato

Cheiro de jardim

Namoro no portão

Domingo sem chuva

Segunda sem mau humor

Sábado com seu amor

Filme do Carlitos

Chope com amigos

Crônica de Rubem Braga

Viver sem inimigos

Filme antigo na TV

Ter uma pessoa especial

E que ela goste de você

Música de Tom com letra de Chico

Frango caipira em pensão do interior

Ouvir uma palavra amável

Ter uma surpresa agradável

Ver a Banda passar

Noite de lua cheia

Rever uma velha amizade

Ter fé em Deus

Não ter que ouvir a palavra não

Nem nunca, nem jamais e adeus.

Rir como criança

Ouvir canto de passarinho.

Sarar de resfriado

Escrever um poema de Amor

Que nunca será rasgado

Formar um par ideal

Tomar banho de cachoeira

Pegar um bronzeado legal

Aprender um nova canção

Esperar alguém na estação

Queijo com goiabada

Pôr-do-Sol na roça

Uma festa

Um violão

Uma seresta

Recordar um amor antigo

Ter um ombro sempre amigo

Bater palmas de alegria

Uma tarde amena

Calçar um velho chinelo

Sentar numa velha poltrona

Tocar violão para alguém

Ouvir a chuva no telhado

Vinho branco

Bolero de Ravel

E muito carinho meu.



Carlos Drummond de Andrade
 
 
 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Olhar para minha casa.


 Nossa torta de morango


Nosso risoto de limão siciliano com bolinhos ao molho barbecue



Nosso bolo-pudim




Depois de quase um ano entre livros, volto meu olhar para minha casa.

Jardim, enfeites, louças, cristais, livros, papéis...

Na semana passada, cuidei do jardim. Acompanhei o jardineiro, orientei as podas, renovei alguns vasos, troquei pedrinhas, troquei idéias com o piscineiro, sorri ao ver minhas pitangas, meus lírios...

Gosto de molhar o jardim, é uma terapia. Ao meu lado sempre tenho em minha companhia Bupi, Maria Fernanda e Théo, meus filhotes de quatro patas.

Ah, vocês precisam ver que querida a Flor (periquita) me chamando de mãe!

Hoje, resolvi adentrar a casa - coloquei o guarda-roupa literalmente abaixo – fique somente o necessário.

“Necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais...”

Foram caixas e mais caixas embora.

Fiquei pensando no tanto de coisas que guardamos e nunca usaremos. Ficam ali somente para ocupar espaço.

Temo que façamos isso com nossos sentimentos. Pessoas ocupando lugares apenas por ocupar.

Revi fotos, trabalhinhos e desenhos das meninas, o corpinho mais magro (que saudade!!), lembranças, cartinhas, meus paninhos de bordar, minhas apostilas de pátina, tantos objetos, tantas histórias.

Pude sentir o cheirinho dos meus bebês nas suas primeiras roupinhas, o sorriso dos meus pais no dia do seu casamento, o meu nos meus casamentos, reviver alegria das festinhas das crianças, rever alguns brinquedos da infância (meu Fofão e a Peposa – minha ursa confidente!) e toda uma vida dentro de caixas em meu guarda-roupa.

Poupei minhas lembranças mais caras, abandonei outras tantas, cedi lugares, espaços, para que outras possam se acomodar.

Do guarda-roupa parti para a sala de jantar. Os cristais da minha sogra, algumas pratarias da outra sogra (tenho sogras queridas, sempre!), muitos e muitos objetos da minha mãe ou com a cara dela. É incrível como minha casa possui tanto da minha mãe.

Na semana passada fui visitar minha avó que reside em outra cidade. Ao adentrar o banheiro me deparei com uma blusa dela. Parei, olhei e me enchi de sentimentos bons. Aquela estampa, as cores, tudo, tudo fazia parte de mim.

Gosto de vestidos longos como minha mãe, como minha avó e assim, minhas filhas também gostarão.

Um ciclo da vida que se torna poético.

Da sala de jantar parti para a cozinha. Pratos, travessas, copos, os livros de receitas da minha avó, os meus de tantos anos atrás, receitas com nomes na frente que trazem o carinho e a lembrança daquela pessoa querida que não vejo há tempos, louças que estão comigo desde que me tornei mulher, mãe.

Limpo cada objeto como se fosse um pedaço de mim, separo com cuidado o que será doado e explico porque eles devem partir.

Ainda vão demorar muitos dias para minha ‘faxina’ acabar. Enquanto limpo, cuido, ajeito, separo, cuido da minha alma, troco com meus filhos...

Troco os olhares com eles. Olhares de um passado que acompanharão todo o futuro deles.

Arrumo sem pressa, para que nada possa ser despercebido.

Paro para ver uma foto, sinto e relembro o momento. Paro para explicar para o Mauricio porque ele não estava naquela foto. Paro para pedir que ele pare de levar tudo para seu baú de coisas velhas. Paro para rirmos de uma roupa que a Vi não tirava do corpo (quando ela encasqueta com uma!). Paro para vermos os desenhos, as cartinhas da Ju ( carinho puro!)... e, assim, iluminamos, estendemos nossas memórias afetivas, estreitamos laços.

No final do dia, todos podres de cansaço, vamos ainda escolher o prato do dia.

Aquele que vai ser chamado de especial, que vai nos brindar com o cheiro bom percorrendo toda a casa, trazendo doçura, calmaria...

O cheiro da minha casa, do meu reino...



“A minha que é meu reino...”








Olhar de pressentimento.



... já não sei o que digo
nem o que sinto
 mas persistirei no que pressinto...

(Caio Fernando Abreu)



domingo, 26 de dezembro de 2010

Olhar do (im)possível.




"Ela lhe contou histórias, ele a ensinou a voar..."



**Viver seria uma grande aventura**



sábado, 25 de dezembro de 2010

...

(A. Antunes)



Certezas temos apenas em linhas gerais: nascemos, respiramos, alternamos as experiências em agradáveis e desagradáveis, nos apaixonamos por pessoas e idéias, nos colocamos no centro do Universo como se fôssemos a entidade mais importante, nos relacionamos e um dia deixaremos de respirar, não existiremos mais. Porém, em nenhuma dessas linhas gerais está escrito o que faremos com elas, porque isso faz parte das regras do jogo de ser humano. Como experimentaremos essas realidades não está escrito nelas, mas na maneira com que lidaremos no âmbito subjetivo de nossas intimidades com a liberdade de escolher. Nada nos livra desse árduo trabalho.
(Quiroga)



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Meu presente de Natal para você.



Não sou do tipo de pessoa que presenteia para cumprir tabela.
Atrás de um presente meu há um longo percurso. Penso na pessoa, no que ela gostaria de ganhar, no pacote, no laço e no cartão.
Ah, o cartão. Ensino aos meus pequenos que mais importante que o presente é o cartão. Eles ainda não entendem, mas com o tempo saberão o valor das palavras.
Hoje, escolhi essa imagem para presentear todos que visitam minha página. Escolhi pela delicadeza,  pela doçura, pela paz...
Um Feliz Natal, com todo carinho meu.



Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos -

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos -

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai -

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte -

De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.

(Poema de Natal - V. de Moraes)




quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Olhar de Albano.



Achei esse texto no blog do grupo de estudos do meu queridíssimo Albano:
 http://nascentedolago-albanopepe.blogspot.com
Fiquei hipnotizada com toda doçura da imagem e do texto.



SAUDADE... LUIS ALBERTO WARAT


Habitante do universo da linguagem, como todos da minha espécie, procuro manter em algumas palavras auras envolventes que as protejam, penso eu, de serem ditas em vão. Uma delas é saudade. Ela, com sua magia envolvente remete-me a um outro que não mais alcanço com meus sentidos, pois não mais habita o plano sub-lunar.

De ontem para cá, tal palavra reveste-se de imagens evanescentes de um outro que aprendi a amar e por ele ser amado. Amor filia, marcado por uma profunda amizade de 33 anos sub-lunares, mas com a duração e a intensidade de uma eternidade possível. Assim, hoje mais pobre de vida que nunca, vivo o indescritível que esta palavra traz consigo.

Encontro na memória, enquanto lugar da lembrança, ecos e fragmentos de momentos vividos por nós dois enquanto amigos que fomos/somos. Sei, que ao longo do tempo do que resta de minha existência, estarei, não poucas vezes, tal fiandeiro, costurando e recosturando o espaço/tempo vivido por nós dois caro mio, iluminado por esta luz suave e muita vezes dolorosa, que a palavra saudade ao ser evocada produz... No mais, que o silêncio deixe que as vozes se manifestem através de um requiem universal.




Olhar balzaquiano.



Folheando minha revista de cultura inútil me deparei com o casamento de Danielle Winits e seu novo marido - e que marido!
Jonas Faro e ela têm 14 anos de diferença.
Uma paixão no meio do casamento da loiraça, um ex marido de cair o queixo - além de super pai - e um outro baby chegando.

Pausa para mulheres de plantão decerem o cacete em Danielle!!

É claro que o meu primeiro olhar foi de indignação,  mas parei para entender meus preconceitos.
Por que uma mulher mais velha se envolve com um homem mais novo?
Lembrei de uma entrevista com Marília Gabriela falando sobre seu relacionamneto com o Gianecchini, 24 anos mais novo que ela.

"Um relacionamento contra tudo e todos"

Não sei qual é a opção sexual do Giane, mas um dos boatos é que ele seria gay.
Como um homem lindo de morrer poderia ter interesse em uma mulher bem mais velha?
E ela? O que Giane teria?

"Confesso que foi um verdadeiro massacre. Inventaram boatos horríveis envolvendo meus filhos, o assédio era constante. Mas sobrevivemos graças a um cordão de isolamento que criamos à nossa volta"

Preconceitos, teorias (ela buscando juventude e ele uma mãe), tabus (homem com mulher mais nova pode) e tantos outros senões. 
Senões por pessoas que decidiram apenas viver suas vidas fora dos padrões Wall Disney.
E vi que meu preconceito tem outro nome. Chama-se inveja. Inveja pura e simples!

Princípe Harry e seu 'affair' 13 anos mais velha, separada, duas filhas; Demi Moore e seu maravilhoso Ashton Kutcher, dezesseis anos mais novo...

É, minha avó já cantava: "panela velha é que faz comida boa."



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Olhar verdadeiro de Pondé.


VERÃO AFINAL. Muito calor. Fui a um desses eventos chatos, com os quais a classe média sonha. Tédio puro. Gente deslumbrada, buscando "eye contact". Quando entrar num lugar desses, não olhe pra ninguém. Olhe para infinito.

O problema é que esse olhar tem um efeito colateral nefasto: ninguém resiste a alguém que não olha para ninguém. Mais gente chata irá atrás de você mostrando seus monótonos talentos.

Vestido preto básico, leve e curto, sandálias altas. Vi de longe, mas reconheci Andréia. Teria voltado pra ficar? Pelo que me disseram naquela noite, sim. Mulher intrigante ela, sempre achei.

Aquele tipo de mulher que sabe que a distância entre vício e virtude é apenas o número de taças de vinho, por isso bebia pouco se queria ser capaz de dizer "não".

Sempre muito falada pelos outros, era vítima de dois tipos de ódio. Mulher bonita e inteligente, ela cometia dois pecados ao mesmo tempo.

Para os homens comuns, sua inteligência era uma ofensa; para as mulheres comuns, sua beleza era um descalabro provando a injustiça cósmica: poucas têm muito e muitas têm pouco.

Passional por natureza, Andréia, aprendera a dura lição que é controlar seu desejo e seu sexo.

Carregando aquele não sei o quê de talvez promíscuo que desequilibra os homens inseguros (porque falsamente éticos), nossa heroína passara, nos últimos tempos, a falar pouco e a ter gestos curtos, como se a garantia de virtude numa mulher fosse função apenas do silêncio e do pouco movimento das pernas e dos cabelos.

Lera algum filósofo neoestóico e chegara à conclusão de que a virtude da alma é apenas resultado de certos movimentos repetidos do corpo.

Inteligente, ela era uma dessas mulheres que sabia a bobagem que é dizer que tudo que as mulheres querem num homem é dinheiro.

Quando uma mulher é inteligente, ao contrário do que pensam os idiotas, ela quer muito mais do que simples dinheiro porque dinheiro é barato.

Voltando depois de uns anos na Europa, ela havia feito, segundo dizem, um mestrado sobre o cinema de Lars Von Trier.

Publicitária de formação, decidiu, no seu retorno ao Brasil, trabalhar numa produtora de cinema, uma dessas grandes, aparentemente alemã, cuja sede era em Berlin.

Chegando para seu primeiro dia de trabalho, eis que Andréia teve que tolerar seu primeiro assédio moral de uma série que seria obrigada a tolerar nos próximos meses, segundo me disseram naquele evento chato no qual a reencontrei.

Topou logo de cara com um dos diretores da produtora que tentou seduzi-la para um documentário que supostamente ele faria sobre populações carentes na periferia de São Paulo ("Que tédio!", ela pensou, "que assunto monótono!").

Ele devia ser uma dessas almas pequenas, uma dessas pequenas autoridades amantes de seu minúsculo poder.

Sabendo que Andréia deveria trabalhar não sei ao certo com quem, que ele odiava, mas a quem ela adorava de paixão, nosso cineasta medíocre, diante da recusa dela, passou à agressão de seu colega famoso.

Ela fingiu ouvir com atenção, mas pensava em outra coisa enquanto ele destilava sua inveja.

Maldição eterna das mulheres bonitas, elas costumeiramente têm que aturar, além da inveja das feias, a inveja dos homens fracos, porque não as tem.

Pensando bem, pelo que me disseram desse sujeito, sua postura era um tanto a de um cidadão atarefado e sem muita imaginação.

Vale a pena lembrar que nosso diretor de documentários "sociais" era alguém que um dia sonhara ser um grande cineasta, mas que, ao final (por absoluta falta de talento e uma certa preguiça intelectual típica da maioria das pessoas do mundo da cultura), acabara por se ocupar com a rotina de papéis e carimbos na produtora. Seu dia a dia era envenenado por aquele tipo de inveja típica das almas incapazes.

Não falei com ela. Vi que estava um tanto aborrecida. O tal cineasta medíocre a seguia com os olhos. A beleza pode ser mesmo um azar.

Por isso, provavelmente, ela de repente sumiu, "voando" numa BMW preta. Perdi-me nos delírios do quanto ela ficaria molhada de suor, numa noite quente como aquela."

(Pondé, Folha - 20/12/2010)



 

domingo, 19 de dezembro de 2010

Olhar para Eucanaã Ferraz.



Conheci os livros do Eucanaã Ferraz ao acaso. Um feliz e doce acaso.
'Eucanaã Ferraz escreveu, entre outros, os livros de poemas Cinemateca (Companhia das Letras, 2008), Rua do mundo (Companhia das Letras, 2004), publicado em Portugal (Quasi, 2006), Desassombro (7 Letras, 2002, prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional), publicado em Portugal (Quasi, 2001) e Martelo (Sette Letras, 1997).
Organizou os livros Letra só, com letras de Caetano Veloso (Companhia das Letras, 2003), publicado em Portugal (Quasi, 2002); Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes (Nova Aguilar, 2004), a antologia Veneno antimonotonia — Os melhores poemas e canções contra o tédio (Objetiva, 2005) e O mundo não é chato, com textos em prosa de Caetano Veloso (Companhia das Letras, 2005). Publicou ainda, na coleção Folha Explica, o volume Vinicius de Moraes (Publifolha, 2006).
Edita, com André Vallias, a revista on line Errática (www.erratica.com.br). É professor de literatura brasileira na faculdade de letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ'




Mais doce



Confesso: não pude desamar de ti.

Tornei-me, então, tua mãe.


Afinal, não serias o meu homem,

eu sabia. Não vacilei, e dedico-me


à condição mais intestina,

mais doce – a de quem cozinha,


cose, espera, cala, tece,

aconselha, espera, vela


(mesmo que não, é como se fosse),

à condição de quem vê passar



o tempo no cabelo, nos gestos,

nas histórias, nos amigos, nos dentes

 

do seu pequeno príncipe, do seu dolorido,

do seu príncipe feliz.


Porque não me querias como homem,

porque não poderia ser teu pai,

 



restou-me não ser menos que este amor

que segue ao teu lado



mesmo quando é tão distante teu caminho,

teu silêncio, teu passo rápido, teu sonho.



Choro,

que o destino das mães é sempre triste.



Porque é triste não poder ser

a mulher do seu menino.


(Rua do mundo - Eucanaã Ferraz)










Olhar de Feliz Natal!



Nossos votos de Feliz Natal:


ou 






sábado, 18 de dezembro de 2010

Olhar possível.


E não há nada a ser feito, a não ser continuar vivendo.

(Caio F. Abreu)



* Viver? Não, eu sobrevivo.*



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Olhar para o retorno de um querido.

O mar que me faz lembrar de você, sempre.


Sobre nós:

"Há um comportamento de eternidade nos caramujos."

(Manoel de Barros)



*bom tê-lo ao meu lado novamente*





Olhar mastercard.

Autores da coleção Criminologias e o fofo do Ignácio, nosso futuro criminólogo.


Passagem para POA: 150,00
Coleção Criminologias com dedicatórias de encher os olhos: 185,00
Risoto e espumante com parceiras do mestrado: 50,00
Falar com a Gi, a Ângela e o Ângelo para matar a saudade: 10,00
Jantar no japonês com amiga blogueira : 90,00
Rever meus amigos queridos e receber carinho e mais carinho: não tem preço.



*Ops, esqueci da mamãe Noela que também está na foto.*







Olhar de silêncio para nosso querido Warat.


Warat partiu e hoje há um silêncio ensurdecedor.
Fica com todo meu carinho.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Olhar para o real.


No lugar dos palácios

desertos e em ruínas.

À beira do mar,

Leiamos, sorrindo, os segredos dos sinais

De quem sabe amar.

...

Qualquer que ele seja, o destino daqueles

Que o amor levou

Para a sombra, ou na luz se fez a sombra deles,

Qualquer fosse o voo. 
 

*Por certo eles foram mais reais e felizes.*

 
(Álvaro de Campos, in "Poemas")

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O máximo da carência.

...



É preciso não esquecer nada:

nem a torneira aberta nem o fogo aceso,

nem o sorriso para os infelizes

nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta

nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto,

o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer é o dia carregado de actos,

a ideia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser como se já não fôssemos,

vigiados pelos próprios olhos

severos conosco, pois o resto não nos pertence.



(Cecília Meireles)



Olhar...



Quando você for se embora,

moça branca como a neve,

me leve.


Se acaso você não possa

me carregar pela mão,

menina branca de neve,

me leve no coração.


Se no coração não possa

por acaso me levar,

moça de sonho e de neve,

me leve no seu lembrar.


E se aí também não possa

por tanta coisa que leve

já viva em seu pensamento,

menina branca de neve,

me leve no esquecimento.

(Ferreira Gullar)