terça-feira, 31 de agosto de 2010

Olhar de ternura

"Mais do que saudade dela, tenho saudade do que sou com ela."
(Carpinejar) 

domingo, 29 de agosto de 2010

...


No fundo, no fundo,

bem lá no fundo, a gente gostaria

de ver nossos problemas

resolvidos por decreto

a partir desta data, aquela mágoa sem remédio

é considerada nula

e sobre ela - silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,

maldito seja quem olhar pra trás,

lá pra trás não há nada, e nada mais

mas problemas não se resolvem,

problemas têm família grande,

e aos domingos saem todos a passear

o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas.

(Paulo Leminski)

sábado, 28 de agosto de 2010

Olhar de ensinamento


Minha mãe achava estudo

a coisa mais fina do mundo.

Não é.

A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,

ela falou comigo:

“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.

Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.

Essa palavra de luxo.

(A.Prado)

...

"Infelicidade é questão de prefixo"
(G. Rosa)

*ando querendo dias de paz...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Olhar de saudade

E fui invadida por uma saudade imensurável.
Saudade da voz, do brilho do olhar, do som do sorriso, do cheirinho bom de cada um de vocês.
...

Olhar doce


"Recria tua vida, sempre, sempre.
 Remove pedras
 e planta roseiras
 e faz doces.
 Recomeça."
Cora Coralina (Outubro, 1981)

...

"Pois sempre há coisas boas para pensar.
Algumas se realizam. Criança sabe disso"
(L.Luft) 

* ela sonha, ela sonha...
E acredita. Ah, como acredita!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Olhar além


"Não foram nem pensados nem até sentidos: foram vividos com o que quer que seja que é em nós mais profundo que o sentimento ou a razão."
(A. Caeiro) 

Olhar da separação


Ontem, na aula de Memória e Ressentimento, Dra. Ruth nos brindou com o tema amor.
Através do livro de Igor Caruso, A separação dos amantes (no sentido amplo da palavra, segundo a doutora - mas pensei: amantes no sentido do amor. Todo amante transborda amor), ela nos falava da dor da separação. Uma das mais dolorosas experiências que o ser humano pode passar. 
Morte e suicídio ao mesmo tempo. 
E dá-lhe elaborar, re-elaborar e nada de ressentimentos.
O mestrado realmente é interdisciplinar!!!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Olhar da ausência presente

"Ser uma presença ausente e uma ausência presente"
(Quinet)

Olhar do querer


"É humano querer o que nos é preciso..."
(F. Pessoa)

*humano e não para jaboti e outras espécies.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Olhar balzaquiano.


" Tome a mesma moça aos 20 anos e aos 30 anos. No segundo momento será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro. Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o quer da vida, de si mesmo e de um homem. Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20. Só que isso é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher de 30.
Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, certeira - no trato consigo mesma e com seu homem. Aos 30, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e orgulho da sua vagina, das suas carnes sinuosas, do seu cheiro cítrico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível. Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando o que for feio e baixo-astral. Quer é ser feliz. Se o seu homem não gostar dela do jeito que é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça.
Aos 30 anos, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos e acessórios, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor. E tem gestos mais delicados e elegantes. Aos 30, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar. E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir.
Ela não é bobinha. Não que fique menos inconstante. Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, aos 30, ela já sabe lidar melhor com esse aspecto peculiar da sua condição feminina. E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiram - e quem mais estivesse por perto - irremediavelmente.
Aos 20, a mulher têm espinhas. Aos 30, tem pintas, encantadoras trilhas de pintas. Que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos. Sim, aos 20 a mulher é escolhida. Aos 30, é ela quem escolhe. E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragância exata. a mulher aos 30, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome.
Aos 30, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada. Até seus dentes parecem mais claros. Seus lábios, mais reluzentes. Sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é o da oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade. Aos 20, ela rói as unhas. Aos 30, constrói para si mãos plásticas e perfeitas. Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável. Acontece alguma coisa também com os cílios, o desenho das sobrancelhas, o jeito do olhar. Fica tudo mais glamuroso, mais sexualmente arguto.
Aos 30, quando ousa, no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens, já aprendeu a atuar no contra-ataque. Quando dá o bote, é para liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado. Mostra sua força na hora certa e de modo sutil. Não para exibir poder, mas para resolver tudo a seu favor antes de chegar ao ponto de precisar exibi-lo. Consegue o que pretende sem confrontos inúteis. Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher.
É precisamente aos 30 que o jogo começa a ficar bom"
(A. Silva)

Olhar para mais um ciclo

"Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio
minha boca
cantará
cantos de alívio pelo que se foi,
cantos de espera pelo que há de vir."
Que seja doce!!
(C. F. Abreu)


Na sexta, fiz a defesa de minha especialização em criminologia, no IBCCRIM.
Gestei, juntamente com (Sérgio Salomão) Shecaira, uma pesquisa sobre o Depoimento sem Dano e minha banca foi ainda composta por Dra. Maria Palma Wolff, uma estudiosa em DSD, e Dr. Davi (Tangerino), o qual, além de coordenar a pós, foi, e é, um parceiro desta minha caminhada.
Ao término de minha apresentação, pude ainda ser brindada com as doces palavras do Shecaira sobre minha trajetória.
O final de um ciclo nesta estrada que tem um longo caminho.

*" e o melhor de tudo isso é que você continuar a sonhar..."

Recebi mensagens, telefonemas de carinho e de boa sorte de muitas pessoas e quero agradecer a cada um.
Meu agradecimento especial vai para meu porto seguro: minha família.
Recebi amor e mais amor.
Bilhetinhos, cartas, desenho, flores (24 rosas colombianas MA-RA-VI-LHO-SAS, representando cada mês da especialização), um anel de princesa, como disse o Mauricinho, e um jantar de cinema!!!
Obrigada, queridos, pelo muito que recebo de vocês. Esta vitória é nossa. Nós sabemos o quanto lutamos, o quanto deixamos de ficar juntos, o quanto choramos. E eis que saímos vitoriosos.
Fiquem com meu amor!

Olhar sem palavras

Há dias sem sons...

Dias de silêncio.

O silêncio que os sonhos trouxeram...

Olhar para felicidade


"Felicidade se acha em horinhas de descuido..."
(G. Rosa) 


Meu olhar, inteiro.


Caminhar. Pisar na terra batida, sentir o solo em contato com meus pés. O vento em meu rosto.
Trilhar o caminho que escolhi e que neste caminhar, que  me acompanhem os que possam seguir meus passos. Nem rápidos nem vagarosos, na velocidade certa. Nem muito nem pouco, na medida.
Que tudo se transforme, que fique o essencial. Apenas o essencial.
Caminhar no meu caminho. 
Seguir o meu destino.
Que ele possa ser o que tiver que ser.
E que seja doce, suave...

*"Começar de novo. E contar comigo. Vai valer a pena..."

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Evento

Olhar para semana que vai chegando


"Com o tempo, sobretudo nos últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como eras num muro...

...havia silêncio demais dentro de mim. Naqueles dias eu fiquei só, não podia ver pessoas..."
(C. Lispector)

domingo, 22 de agosto de 2010

Falando em delicadezas...

Olhar para pequenas e necessárias gentilezas


"Comprei água numa tenda em Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Praia quase deserta não fossem os cachorros confundindo conchas com ossos.
Três amigos tomavam cerveja e gravavam depoimento nem celular. Um deles, de boné vermelho, já tinha errado duas gravações.
Deveria ser um recado para uma ex-namorada prestes a se casar.
Resmungava: "Como vou desejar que ela seja feliz? Como?"  
Com facilidade de prosa, os dois escudeiros apresentavam opções de discurso. Gesticulavam, entusiasmavam que seria rápido, empurravam seus ombros como jangadas. Que ele falasse o que sentia.
- O que sinto? Não sei o que sinto, estou pensando agora no que sinto e não estou gostando nenhum pouco.
"Estela, eu queria que você encontrasse no amor o que não encontrei..."
E parou de novo, engasgou, botou a mão na frente da câmera.
- Não dá para usar o primeiro?
- Não, você nem completou uma frase.
- Meu Deus.
- Qual é o problema?
- Quando é palavra filmada, eu penso na vírgula, onde colocar a vírgula. Não consigo colocar a vírgula.
Ele se mortificava pela demora, pelo excesso que é o mesmo que uma ausência.
- Aí me achega uma preguiça do que não vivi.
Naquela hora, as pontas das águas não se soltaram mais. Alcancei o que queria e o que não queria confessar. Somos preguiçosos no elogio e inventivos para as críticas.
Para destruir, montamos edsmontamos o dicionário com afinco, puxamos as piores fragilidades para sangrar. Criamos até neologismos. No momento da briga, ninguém segura o verbo. Não há raivoso burro. Não há raivos com língua presa. Não há raivoso gago. Um Padre Antônio Vieira acorda na acusação apontando os dedos ao destino.
No momento da paz, o verbo é travado. Parece que não precisamos fazer mais nada, a não ser recorrer às exclamações.
Observamos nossa namorada e nos tranquilizamos com "bonita", "linda", "maravilhosa", "incrível", "fabulosa". Ela vai se tornando igual às outras. Não criamos gentilezas novas, não nos esforçamos para a homenagem. Não duvidamos do que sopramos para fora.
Se ela derruba os livros no chão, apontaremos que ela é atrapalhada. Por que não dizer que ela transborda?
Se ela esquece onde colocou a chave, lembraremos que nunca presta atenção. Por que não dizer que você é um portão da infância; é só empurrar?
Se ela acorda ranzinza, não condene. Por que não dizer que a ironia é a noite do humor?
Por quê?
Para quando ela estiver casando com outro, não lembrar mais da vírgula. A vírgula, que separou o sujeito do predicado."
(F. Carpinejar - Mulher Perdigueira)  

Olhar de fidelidade


"Desentendo as panelas.
Misterioso o sumiço de suas tampas...Somem sem bilhete de suicida. Escapam de seus pares. Desertam do exército.
...
Ainda deveria ser feito um estudo da falta de fidelidade das panelas. Por que elas não são monogâmicas?
Diferente do caderno de capa dura, pautado pela lealdade. Lembro das aulas em que tinha que arrancar a folha para repassar ao professor no final do período...
Triste o sacrifício, o capricho violado, o esforço de pontilhar o corte, reduzir o estrago usando régua ou um livro como apoio. Eram folhas duplas, rasgar uma significava comprometer a costura, deixar solta a folha no outro extremo, afrouxar a cintura do conjunto, corromper o elástico.
...
Minha memória não é a de um caderno espiral, para distribuir e censurar confissões, mentir sua extensão e abreviar o conteúdo. É de um caderno de capa dura. Não consigo apagar uma lembrança, mesmo que seja dolorida ou humilhante ou os dois. Muito menos alterar seu número de páginas conforme a necessidade da relação. Não sou de riscar o que aconteceu para parecer mais maduro, ou eliminar as contradições e simular coerência. Inclino-me a conviver com as rasuras e insatisfações... Alterar é disfarçar a carência. Alterar é fingir o que não foi vivido, antecipar o que não era hora. Falsificar-se compulsivamente.
Não irei me vingar com as cinzas, arrancar as folhas que não combinam comigo, ou que me provocaram decepções.
Não serei visto queimando fotografias, cartas e paixões numa lata de lixo, apenas porque não me servem mais. O que namorei vai enamorar a vida inteira. Estará lá numa página definida, permanente, com a letra segurando as linhas.
Todos os meus erros são esperançosos pela releitura."
(F. Carpinejar - Mulher Perdigueira)

...

"Em conversa de pescador, meu avô explicava que o mar é um imenso tédio para quem busca peixes; deve-se procurar unicamente o mar, e o cardume não deixará de vir."
(Carpinejar)

Olhar da pureza do amor

Achei este vídeo no blog da Grazielly, Genealogia do Caos, e enlouqueci!!!
Delicadeza. A pureza do amor...



* ver o essencial...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Olhar para escutas especiais

"A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sábia
Mas não pode medir seus encantos
A ciência não pode calcular quantos cavalos de força
Existem
Nos encantos de um sábia
Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar: divinare
Os sábias divinam"
(M. de Barros)

*que possamos encontrar escutas divinas! 

Olhar para exuberância


"As coisas que não têm dimensões são muito importantes.
Assim o pássaro tu-you-you é mais importante por seus
Pronomes do que por seu tamanho de crescer.

É no ínfimo que eu vejo a exuberância"
(M. de Barros) 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Futebol e mulher


Falando em futebol...

"Ontem seu namorado ficou rouco, insano e apaixonado pelo título do time dele. Quanto tempo ele não reage assim por causa sua?"
(Gabito)


É o que sempre digo: futebol e mulher não competem!!

Veja:

Já viu teu namorado, marido ou tico-tico no fubá, se arrumar todo feliz pra sair com você? Mas certamente a praga até canta para ir no Beira-Rio (Xalaialaia...)

Já viu seu namorado, marido ou tico-tico no fubá, gritando feito um louco (Pegueiiiiiiiiiiiiiiiiii a fulana!!!!!!!!!), correndo (ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh), depois de uma uma noite de amor? Mas certamente já presenciou cenas e cenas como esta para o time do coração (os vizinhos são testemunhas!)

E em campo? DUVIDO que algum jogador pule na respectiva mulher com o mesmo calor que ele pula nos companheiros para comemorar um gol.

E tenho dito!

Olhar das palavras


Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras.

E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é dizer o tempo todo: - Eu te amo...

Barthes advertia: Passada a primeira confissão, “eu te amo”, não quer dizer mais nada.

É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética.

Recordo a sabedoria de Adélia Prado:- “Erótica é a alma!”
(R. Alves).

Olhar de carícia


"Tudo em mim tem sido esta vontade de afagar.

Há tempos não me ocupo com outra coisa: em tudo que toco ou manuseio há o propósito de cura através do calor das minhas mãos.

Tudo em mim tem sido a necessidade de vivenciar profundamente.

Se as palavras têm estado ausentes, aceito este recolhimento delas.

E espero que voltem com um coração pulsando muito vivo dentro de cada uma.

Por isso a vontade de experienciar cada sensação plenamente antes de tentar decifrar organizando em textos o que tenho sentido.

Dentro dessa minha desaceleração, tenho descoberto muita coisa como, por exemplo, quão necessário é saber receber amor.

Deixar que tudo seja troca antes de ser um troféu.

Deixar que o caos se mantenha intacto antes que haja ajustes.

Ando muito comprometida com as essências.

E com um respeito súbito, a partir daí, pelas aparências.

Não vejo menores importâncias, vejo acontecimentos.

E tenho olhado pras coisas sem aquela grande gravidade.

Tudo em mim tem sido esta disposição para o amor.

E, se vocês pudessem me ver agora, veriam, existe caricia até no meu olhar."
(M. de Queiroz)

*...até no meu olhar.

Colorado!!!



...


"Meu corpo móvel conta com um mundo visível, faz parte dele, e por isso posso dirigi-lo no visível. Por outro lado, também é verdade que a visão depende do movimento. Só se vê o que se olha. Que seria a visão sem o movimento dos olhos, e como esse movimento não confundiria as coisas se ele próprio fosse reflexo ou cego, se não tivesse sua antenas, sua clarividência, se a visão não se antecipasse nele? Todos os meus deslocamentos por princípio figuram num canto de minha paisagem, estão reportados ao mapa do visível. Tudo o que vejo por princípio está ao meu alcance, pelo menos ao alcance do meu olhar, assinalado no mapa do "eu posso". Cada um dos dois mapas é completo. O mundo visível e de meus projetos motores são partes totais do mesmo ser."
(M. Merleau-Ponty)

Olhar de BICAMPEÃO!!!!!!

AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
BICAMPEÃO!!!!!!
Dá-lhe meu COLORADO!!!!

Tô feliz da vida!
Coisa mais linda de time!!!!! 

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Olhar do toque

"Conheça todas as teorias, domine as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas uma alma humana"
(Jung)

Olhar para meu Colorado.

É hoje!!
O que vamos beber para comemorar? Chivas!!!!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Meu olhar


"...sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim.”
(C.Lispector)


*Dura, silenciosa e sem heroísmo. Sozinha dentro de mim.*

Olhar para dias melhores.

**Ganhei este desenho do Mauricinho -
Apreciação e Interferência do rosto de Jeanine, mulher de Modigliani**


*"acredita sempre, quando pede com muita força, que o que há de vir seja doce"*
(C.F.Abreu)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Olhar para hoje

Morrer não dói
Viver dói além do suportável...

Olhar para vida.

Especialização em Segurança Pública e Justiça Criminal.

Está aberto o edital para o Curso de Especialização em Segurança Pública e Justiça Criminal da PUCRS, com 40 vagas para profissionais da área e 10 vagas para o público em geral. 
 As inscrições ocorrerão na secretaria do PPGCCrim, de 16 a 26 de agosto, e o início do curso está marcado para o dia 13 de setembro, quando será proferida aula inaugural pelo professor Arthur Trindade Maranhão Costa (UnB).

Informações: www.pucrs.br/pos

domingo, 15 de agosto de 2010

Evento.

Semana Cultural da Faculdade de Direito da UFRGS
17 a 20 de agosto de 2010
Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS

dia 17/08 – História e Filosofia:

19h30-19h45, Credenciamento

19h45-22h, Painel Único
19h45-20h30, História Política da Faculdade de Direito

Palestrante: Manoel André da Rocha
20h30-21h15, Pensar filosoficamente o Brasil – Algumas reflexões desde a memória histórica

Palestrante: Ricardo Timm de Souza (Filosofia – PUCRS)
21h15-22h, Fundamentos do poder político na modernidade e seus reflexos no discurso contemporâneo

Palestrante: Wladimir Lisboa (Direito – UFRGS)
Mediação: Nelson Boeira (Filosofia – UFRGS)

dia 18/08 - Literatura:

18h-18h30, Credenciamento

18h30-21h, Painel Único

18h30-19h15, Providências de um filósofo na periferia da Europa: Machado de Assis pensador

Palestrante: Luís Augusto Fischer (Letras - UFRGS)
19h15-20h, Como pensar o pensamento de Machado? Palestrante: Kathrin H. Rosenfield (Filosofia - UFRGS)
20h-20h45, Dois grandes intérpretes da sociedade brasileira – Machado de Assis na leitura de Raymundo Faoro

Palestrante: Rodrigo Stumpf González (Ciência Política - UFRGS)
Mediação: Judith Martins-Costa (Direito - UFRGS)

dia 19/08 - Cinema:

17h-17h30, Credenciamento

17h30-20h30, Painel I
17h30-18h15, O Tempo, o Espaço e a História em Glauber Rocha

Palestrante: Raquel Gerber (Cinema e Ciências Sociais - USP)
18h15-19h45, Exibição do Filme “Terra em Transe”
19h45-20h30, Atualidade de Terra em Transe

Palestrante: Glênio Nicola Póvoas (Jornalismo - PUCRS)

20h30-20h45, Coffee Break

20h45-22h15, Painel II

20h45-21h30, Patrimonialismo e dominação na política brasileira - Quando Glauber encontra Faoro

Palestrante: Maria Izabel Saraiva Noll (Ciência Política - UFRGS)
21h30-22h15, Os Donos do Poder, obra-prima de Raymundo Faoro

Palestrante: Gunter Axt (História - USP)
Mediação: Tupinambá P. de Azevedo (Direito - UFRGS)

dia 20/08 – Sociologia e Ciência Política:

18h-18h30, Credenciamento

18h30-20h, Painel I
18h30-19h15, Raymundo Faoro: Estado e Democracia no Brasil

Palestrante: Rodrigo Ghiringhelli Azevedo (Direito - PUCRS)
19h15-20h, O Advogado Raymundo Faoro e o papel do advogado ontem e hoje

Palestrante: Alexandre Wunderlich (Direito - PUCRS)
Mediação: Salo de Carvalho (Direito - UFRGS)

20h-20h15, Coffee Break

20h15-21h45, Painel II
20h15-21h, Faoro, voto e representação no Brasil

Palestrante: André Marenco (Ciência Política – UFRGS)
21h-21h45, Consolidação Democrática e Perspectivas Institucionais

Palestrante: Eduardo Kroeff Machado Carrion (Direito – UFRGS e FMP)

Mediação: Eduardo Dutra Aydos (Ciência Política – UFRGS)


Inscrições no CAAR: caarufrgs@gmail.com - Fone: (51) 3308-3598

Olhar de ausência

"Quando, ainda menino, briguei ainda uma vez para sempre com
Adalgisa
Não fui olhar a saída da missa de domingo,
Como era costume naqueles ingênuos e queridos tempos,
E fui passear pela rua da sua casa
Ver a placa da esquina
Despertar o costumeiro revôo dos pombos na calçada
Não esqueci nada, nada daquilo...
Tudo tão cheio da ausência dela!"
(Quintana)

Olhar para neblina.

"Amor vem de amor.
Digo. Em Diadorim, penso também
 - mas Diadorim é a minha neblina..."

(Grande Sertão: veredas - Guimarães Rosa
"a história de amor entre Riobaldo e Diadorim".)

*neblina em uma noite de POA.

Olhar para Rafael.

Reencontrei o Rafael, vulgo Carioca, amigo querido de longa data.
Eu e o Rafael concorremos ao miss e mister JICO, em 96.
O tempo passa...
Ele só tem um defeito: é Flamenguista.
Bom te reencontrar!

Olhar...


"Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.
Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você - seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.
Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.
Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.
(Pra você, que faz dois dias parecerem mil anos, que toma conta do meu pensamento e preenche o vazio dos meus dias. Com açúcar, com afeto.)"
(C. F. Abreu)

sábado, 14 de agosto de 2010

Olhar de não disponibilidade.

                                        
Veja bem: um sorriso, dois beijos de oi ou tchau, beijo ao final do e-mail (ao invés de um abraço), gentileza, atenção, simpatia...
Sinônimos de educação e não de disponibilidade, ok?

Olhar de Chagall

"Em nossa vida há uma única cor,
como no palette de um artista,
que fornece o meaning da vida e da arte.
É a cor do amor."
(Marc Chagall)

*Em muitas de suas obras Chagall retratava casais apaixonados flutuando, amantes em rosa, azul, verde, cimento, com flores...Todos em estado de enlevo!

"O seu silêncio é meu. Os seus olhos são meus; era como se ela me conhecesse há muito tempo, como se ela conhecesse toda minha infância, o meu presente, o meu futuro; era como se ela me tivesse estado a observar, a olhar para dentro de mim, embora eu a visse pela primeira vez"
"Eu atrevi-me a não tirar os olhos dele e encontrei o olhar do rapaz. Os seus olhos são verdes acinzentados, céu e água. É nestes olhos ou num rio que eu estou a nadar..."
(Chagall e Bella, sua esposa, relatando o primeiro encontro dos olhares)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Olhar de frio, muito frio!!!

Minha casa em POA

...

"- Mas nas suas viagens é impossível que você nunca tenha estado entre laranjeiras, sol, e flores com abelhas. Não só o frio escuro mas também o resto?

- Não, disse sombria. Essas coisas não são para mim. Sou mulher de cidade grande.

- Em primeiro lugar, Campos não é o que se chama de cidade grande. E depois essas coisas, como símbolo, são para todo o mundo. É por que você não aprendeu a tê-las.

- E isso se aprende? Laranjeiras, sol e abelhas nas flores?

- Aprende-se quando já não se tem como guia forte a natureza de si próprio. Lóri, ouça: pode-se aprender tudo, inclusive a amar! E o mais estranho, Lóri, pode-se aprender a ter alegria!"
(C. Lispector)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Olhar para Timm de Souza.

Quem me "apresentou" Timm de Souza foi o mestre dos mestres Salo de Carvalho.
Foram nos textos de Timm que aprendi o significado (real) da palavra alteridade.
Na terça tive meu primeiro encontro com Timm. Não tive coragem de ir até ele e fiquei de longe, observando-o. É que ando distante, dolorida... Como diria Carpinejar: "Se alguém me achar, me devolva!"
Timm, em sua grandeza, falava da força que devemos ter para mostrar nossa fraqueza e da beleza das cicatrizes.***
"Só quem sobreviveu pode ter cicatrizes"
Sobreviventes da nossa própria história...

"Abandonei as cicatrizes. Sei onde ficam e me tranquilizam. Confortam-me. Tenho cinco na cabeça, uma no braço esquerdo e uma última na rótula do joelho. As cicatrizes me adaptam. Identificam o meu corpo, já que não nasci com nenhum sinal de nascença.
(...)
As cicatrizes não são provas de quanto se sofreu nesta vida, relógios de bolso a clamar piedosa pontualidade: "Quando aconteceu isso?"
Ao contrário, vejo na cicatriz a marca de que sarei. De como milagrosamente se regenera e me protege. Ela não atesta meu sofrimento, indica que posso me regenerar, indica que posso me recuperar com a facilidade que sangrei."
(Carpinejar)

*obrigada Timm!

***Meu inconsciente é um poeta. Digitou "coragem" ao invés de "fraqueza" É que é preciso coragem para ser fraco. É um poeta!

Olhar errado.

"Castigamos (...) quem temos certeza de que nos ama;
 Torturamos (...) quem temos certeza de que nos ama;
 Somos indiferentes (...) a quem temos certeza de que nos ama."
(...)
 "Julgamos, infelizmente, quem vive nos absolvendo"
 (Carpinejar)

*"Sem saber. Que o pra sempre.Sempre acaba."
   (R. Russo)