segunda-feira, 28 de março de 2011

Olhar para rótulos, via SC.

Colhi do blog do Salo (antiblogdecriminologia.blogspot.com). Muito bom!!


domingo, 27 de março de 2011

Olhar de persistência.

Olhar de Mauricio.

]


Já passava das quatro da manhã quando o Mauricio piorou. Medicação, inalação e lá estou, pra lá de bagdá, cantando para ele dormir. Olho e o vejo   dormindo, relaxado,  quando sou subitamente interrompida.

-Mãe, você tá cantando tudo errado. Vê se canta direito!


Ser mãe é padecer no paraíso, não é mesmo?





sábado, 26 de março de 2011

Meu olhar...



♪ ♪ Mas eu preciso de outros sapatos,
De outras roupas, outros temperos,
Para formar minhas ideias e meus sentimentos
Eu a soma de tudo que vejo... ♪ ♪  



terça-feira, 22 de março de 2011

Coisas de homem...


- Mãe, algumas coisas as mulheres não podem fazer?

- Como não Mauricio?

-Mulher não pode ser encanadora. 

-Pode sim filho, mulher pode fazer tudo que um homem faz.

(pausa)

-Não pode não, elas não podem fazer xixi em pé. 





segunda-feira, 21 de março de 2011

O delicioso perfume de Emma Bovary.



O delicioso perfume de Emma Bovary

Luís Felipe Pondé

DE FATO, uma tragédia no Japão! Mas o povo japonês é um grande povo, estoico, maravilhoso, e vai dar uma lição ao mundo, mais uma vez, de como enfrentar a dureza da vida sem frescuras. Confio nos samurais contra esta bela besta-fera que é a natureza.
Claro que o bloco dos 2012 maníacos pelo fim do mundo vai dizer que a "mãe Terra" (que está mais pra Medeia do que pra Gaia) está nos mandando um recado, mas isso é bobagem, a natureza é cega. Não faço parte dos fanáticos "believers da religião verde". Sou um herege. Os "nature lovers" sabem que câncer é natural?
Sou mais dado a assuntos "menores", do tipo que enche o consultório dos analistas e nossas camas sujas.
"O que você acha da culpa e da traição?", me perguntou, outro dia, uma jornalista, um tanto ansiosa. Senti o delicioso perfume de Emma Bovary no ar.
Sei que pode haver culpa, mas o que me espanta mais é a ideia contemporânea de que haja uma "redenção pelo sexo".
Antes de tudo, não entendo a culpa como uma "ideia da consciência moral". Acho que quando a filosofia pensa a culpa como uma "ideia da consciência moral", ela faz má filosofia.
A culpa é mais um sentimento difuso que vai do fígado ao coração, assombrando o cérebro, escurecendo a visão, um zumbido nos ouvidos, que faz do mundo opaco. Uma ameaça que inunda o sangue.
Como uma náusea que não se sabe de qual órgão do corpo vem, nem para qual faculdade da alma se dirige. Um afeto incômodo, mas que faz você sentir que ainda tem corpo e alma, como numa intoxicação que paralisa o cotidiano.
Por isso usamos expressões como "ressaca moral". A culpa inunda o sangue, contaminando-o como faz o vinho, deixando um gosto de borracha na boca e a língua azeda.
Um erro comum é a fantasia de que uma vida sexual "louca" cura a alma de sua insatisfação cotidiana. Não, uma vida sexual "louca" é marca de uma alma louca de desejo. Nada mais. Como qualquer tara, é repetitiva, monótona, banal. Um vício, como o jogo, a cocaína, o álcool. Uma loucura humana demasiado humana, mas não sinal de uma nova atitude libertadora.
Só pessoas que vivem sonhando, pensando na maravilha que seria ser uma Emma Bovary, sem nunca ter pecado, sem nunca sentir o gosto de uma cama suja na boca, imagina que haja redenção no desejo sexual "emancipado".
Não digo isso pra negar o valor de se realizar desejos. Longe de mim a crença na armadilha do velho puritanismo. Deixo o puritanismo para as militantes da "pureza da natureza feminina" e para esses maníacos pela alimentação "sem sangue".
Digo isso para refutar a ideia infantil de que haja redenção no sexo ou em qualquer outra forma do desejo humano.
O ciclo do desejo é um círculo infinito cuja esfera está em toda parte e o centro em parte alguma. Este movimento descreve o sem-fim do inferno humano.
O desejo é sempre triste. Apenas quem não o conhece o julga redentor. A revolução sexual é puro marketing de comportamento. Venda de "estilos e produtos de prazer". Sua verborragia é indício de sua nulidade. Nossos avós faziam sexo melhor do que nós e nossos filhos que se gabam de beijar dezenas numa noite. O pecado é que dá tesão e não a liberdade sexual.
Uma das marcas do ridículo de nossa época é levar os jovens a sério demais. Atitude típica de covarde que foge da responsabilidade de dizer aos mais jovens que não há solução para vida e que tudo o que eles pensam já foi pensado antes deles e melhor.
A vida nasce, é bela, floresce, adoece e morre, sendo esquecida em meio aos vermes. E fazemos o que podemos em meio a isso.
Espanta-me como tanta gente grita dizendo que não vai ter água e comida pra todo mundo. Acho que o que vai acabar antes é a libido diante de tamanha masturbação sobre como ela salva a vida da sensação de nulidade cotidiana. Não vai sobrar libido para todo mundo, já que todo mundo deve ser um campeão do sexo.
Não existe sexo de graça (livre). A forma mais barata ainda é pagar com dinheiro ou um jantar. Daí o sucesso eterno da prostituição, porque sua nudez é ainda a mais em conta. Ou se paga com dinheiro ou com a alma.

(Folha de S.Paulo, 21/03/2011)




domingo, 20 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Olhar para hoje.




Pensou que tivesse sobrevivido, que o pior tivesse passado. 

Ambiciosa, respirou fundo, estendeu o seu corpo no sol

e sentiu sua boca esboçar um sorriso.

Mas voltou o seu olhar para o chão e viu o seu corpo.

 Estava lá, sem vida, sem alma...

havia restado apenas lágrimas no seu olhar.


"O trágico não vem a conta-gotas."
(G.Rosa)




terça-feira, 15 de março de 2011

Um presente para o meu olhar.

Ganhei um presente pelo dia da poesia, um olhar para o meu olhar.
Américo** querido, obrigada pelo carinho! 




Éricas bélicas...Veríssimo olhar...

Um olhar a mais nunca é demais. Mto menos é menos qdo é simples aceno. É justamente aí q ele mostra o q lhe torna mais sereno. Mesmo parecendo ser quieto e publicamente discreto, o olhar carrega em si um lúdico e indomável instinto inquieto. Razão pela qual ele nunca se sente inteiramente completo. O certo é q o olhar rebusca na paisagem a maneira q lhe parece mais justa de contemplar o q lhe transporta, seja por linhas retas ou tortas, ao seu íntimo e, por vezes, incompreensível sonhar. E ainda q o destino seja incerto, o olhar se permite na imensidão dos sonhos, pelo simples desejo de se espelhar.

Por ser olhar, ame-o e deixe-o sorrir em paz...


Mtas vezes diante do espelho da penteadeira, ele fica a rodopiar por entre as estrelas, para lá e para cá. Solto ao sabor dos ventos, ele sai por aí a sorrir, beirando o próprio mar. Então se lança em seu bailado nas ondas sem vontade de voltar. Doce olhar sonhador, solto e sem estribeiras, a contar conchinhas na areia e estrelinhas escondidas nas entrelinhas do fundo do mar.

Em seu quarto, cercado de paredes rabiscadas e nuas, o olhar acende o brilho da lua no viço do olhar. Bélica beleza do olhar. Eras de Vênus. Afrodite de sentido pleno. Érica veríssima. Verdade bruta explícita no olhar.

De minha janela fico a pensar aonde será q ela repousa o olhar. Mas, logo me sinto um tolo, por tanto querer e tanto pensar. No fundo, o olhar nunca descansa. Nem mesmo qdo mergulha no sonho abissal mais profundo se cansa de tanto sonhar. Qdo fechados em pálpebras, o olhar percorre o invisível perceptível apenas nos sentidos, a tdo o q não se permite a todo e qq olhar.

Então, ele se deixa solto, a dançar como um louco por poemas fetos feitos em breus, a procura da luz crescente de algum outro olhar.

Sem palavras, o olhar percorre o encanto de seus cânticos. E dança... Dança sem parar. A girar por um universo, embora desconhecido, completamente seu. Ao seu prazer. Ao deus dará. Um simples olhar é suficiente para transformar.


"A vida começa todos os dias..."






No final, sutil inserção de frase atribuída a Érico Verissimo...

**americodosul.blogspot.com




segunda-feira, 14 de março de 2011

Olhar para o dia da poesia.


"A poesia é, de fato, o fruto
de um silêncio que sou eu, sois vós,
por isso tenho que baixar a voz
porque, se falo alto, não me escuto

A poesia é, na verdade, uma
fala ao revés da fala,
como um silêncio que o poeta exuma
do pó, a voz que jaz embaixo
do falar e no falar se cala.
Por isso o poeta tem que falar baixo
baixo quase sem fala em suma
mesmo que não ouça coisa alguma."

(F. Gullar) 




"Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo

como de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto

alimentam-se um instante em cada par de mãos

e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti..."

(Quintana)







Olhar para Érica.



"Ela tem muita dúvida como todos têm.

Mas nem todos sabem a beleza de saber lidar com a tristeza.

Ela sabe.

Ela ouve a música que seu coração pede

e modela seu ritmo ao seu estado de espírito.

Ela dança a coreografia de seus sentimentos, e todos podem ver. 

(…)

Ela é uma moça de poses delicadas, 

sorrisos discretos

 e olhar misterioso. 

Ela tem cara de menina mimada,

 um quê de esquisitice, 

uma sensibilidade de flor, 

um jeito encantado de ser, 

um toque de intuição 

e um tom de doçura. 

Ela reflete lilás, 

um brilho de estrela, uma inquietude, 

uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. 

Ela é intensa

e tem mania de sentir por completo, 

de amar por completo 

e de ser por completo. 

(...)

Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca,

dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer.

Ela fala com o coração

e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter.

Ela é a sensibilidade 

de alguém que não entende

 o que veio fazer nessa vida,

 mas vive."


(C.F.Abreu)






domingo, 13 de março de 2011

Olhar para Américo.




"Como fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos Bandolins...
E como não?
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim

Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim
Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins...

Como fosse um lar
Seu corpo a valsa triste
Iluminava e a noite
Caminhava assim

E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam a fada
Do meu botequim...

Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim

Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos Bandolins..."




**Para embalar nossa dança...com carinho!




sábado, 12 de março de 2011

Olhar de partida.



"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. 


Vou ali ser feliz e já volto."

(C.F.Abreu)



**E partiu... :)





sexta-feira, 11 de março de 2011

Olhar que se transforma, sempre.




"...É saber que tudo se move a nossa volta,

tudo se transforma e, 

até mesmo quando nos recusamos a acompanhar a dança da vida,

sem percebermos,

ela nos tira pra dançar, 

nos envolve com um ritmo novo. 

Quando isso acontece?

Quando nos abrimos para a magia de viver

 e respirar as entrelinhas, 

os silêncios..."

(C.F.Abreu)




**Érica, a que dança, rodopia...



Olhar do cuidado necessário.



"Lava devagar o rosto na água do arco-íris. 


Bebe seu cházinho de pétalas de rosa branca


 amarela não, que dá azia. 


Escova devagar as asas, pluma por pluma.


Só depois de bem bonita 


é que bate de leve


 na porta da nuvem ao lado."


(C.F.Abreu)



**Érica, a que mora na nuvem ao lado.



quinta-feira, 10 de março de 2011

Olhar para meu netinho Teddy.



Dia de festa aqui em casa. 

Teddy, o filho urso do Mauricio, faz 5 anos.

 Mauricio me lembrou da importância da data. 

Fizemos bolo, cantamos parabéns, Teddy cortou o bolo, fez um pedido e só faltava uma coisa...

- Mãe, você precisa colocar o aniversário do Teddy no blog, ele é seu neto.

Parabéns Teddy querido!!!







quarta-feira, 9 de março de 2011

E o ano começa...




Se você vai tentar, vá com tudo.
Senão, nem comece.

(Bukowski - Jogue os Dados)



**Érica, a que apostou todas as suas fichas.




    

domingo, 6 de março de 2011

Olhar de procura.


Se alguém me achar, me devolva.


(Carpinejar)








Olhar estrelado.








"Te dou um Céu

Cheio de Estrelas

Feitas com caneta bic

Num papel de Pão."



Zeca Baleiro






sexta-feira, 4 de março de 2011

Olhar de carnaval.



Carnaval chegando...bueno, o clima aqui não tá pra carnaval, mas como diria Zeca Pagodinho: "deixa a vida me levar, vida leva eu..." Melhor dar um perdido na folia e seguir seguindo, tá ligado?

Negócio é o seguinte brother, senta que a parada hoje é sobre esse acontecimento chamado carnaval.

Não falo do carnaval em clubes, cidades pequenas...eventos em extinção. São tão deprimentes que o melhor é ficar em casa. E nem mesmo dos carnavais com suas boquinhas da garrafa, axé music (nada contra, amo Ivetão!) e outras pérolas carnavalescas.

 ♪♪ vou não, quero não, posso não,
 minha mulher não deixa não,
não vou não, quero não ♪♪ 

 (aqui em casa "minha mulher" foi substituída "por minha mãe")


Falo do carnaval de verdade, aquele feito no Rio de Janeiro. São Paulo que me desculpe, mas samba quem faz é o carioca. 
Ok, tenho lá meus senões com os cariocas. "Um pouco folgado demais" para minha paciência paulistana, mas nada é perfeito...que me perdoem os cariocas! 

 ♪♪ O Rio de Janeiro continua lindo ♪♪

Na outra vida quero nascer no Rio de Janeiro. Não pela cidade maravilhosa, bailes funks (eu ainda vou em um quebra barraco dos bons! Sim, tenho meu lado popozuda.), um Fla x Flu e todas suas delícias, mas pelo samba. 
  
♪ Alô Rio de Janeiro
Aquele Abraço!! 

Nessa época do ano é possível acompanhar todos os preparativos para o carnaval. Uma comunidade inteira reunida. Nos dias de desfile não há lugar nas arquibancadas. Mãe, avós, filhos, cantam o hino da sua escola, choram, riem, sambam...de encher os olhos de qualquer um!! 

 ♪♪ Quem não gosta de samba bom sujeito não é.
É ruim da cabeça ou doente do pé. ♪♪ 

E se minha mãe estiver correta eu tô feita. Ela garante que existe uma outra vida e é aí que eu entro sangue bom.

Uma pena gravidez durar apenas nove meses! Eu queria mesmo é ir para avenida na barriga da mamãe e nascer em noite de carnaval.
Nascida no samba...que privilégio!

Iria para os meus primeiros ensaios aos dois anos. Biquini bordado de lantejoulas e muita pedraria, coroa na cabeça e meu sambinha no pé. Igualzinha aquelas meninas da reportagem do jornal de ontem - que inveja!

Aos sete anos seria coroada rainha mirim da bateria da escola. Iria ao lado daquela que eu substituiria uma dia.

Viveria o carnaval 365 dias por ano. Sonharia com o enredo, com o Negrinho da Beija-Flor gritando: "Olha a Beija-Flor aí, gente.. . chora cavaco", mesmo eu não sendo da Beija-Flor. E percorreria todos os cantos da quadra na procura do cheiro, dos brilhos, dos tecidos, dos carros alegóricos, da "minha bateria"...

Ah, os ensaios! Ficaria até altas horas sambando, sambando, sonhando...aprendendo diferenciar cada nota do caixa, do repinique, do surdo e da cuíca. 

Não, nessa outra vida não teria sonhos universitários ou qualquer outra maluquice. Por favor, não me recriminem por isso. Lembra que essa é continuação daquela? Saldo quitado nessa "vida presente" e na outra poderei me dar ao luxo de ser quem eu quiser. 

Profissão?  PA SSIS TA!!! 

E quando meus vinte anos chegarem eu finalmente serei rainha da bateria.
Terei uma daquelas bundas que eu vejo na televisão. Não é bunda de atriz da Rede Globo, é bunda de verdade. Bunda moldada no samba. Se bem que só em nascer no Rio já ajuda muito. Parafraseando o poetinha: as feias que me desculpem, mas carioca é carioca! Vá nas praias do Rio e saberá o significado de mulher gostosa.

Voltando para a bunda...
No ano passado tinha uma passista no programa do Huck (ok, eu também assisto Caldeirão do Huck) com a bunda mais linda que eu já vi. E não me confundam, vocês sabem que eu gosto daquilo que balança. Mas na real, se eu tivesse uma bunda daquelas...meus problemas estariam acabados.

Mas nada de lamentações, na outra vida eu terei uma :) e seguirei feliz da vida o meu reinado.

E por falar em reinado...
Mulher de princípe, anel de pedra azul, souvenirs com foto dos noivos, festa cheias de frescuras...que porra é essa? Meu reinado é que o negócio, tá ligado mermão?!

Infelizmente toda majestade um dia perde seu reinado, aqui para gravidade,  e assim, aos quarentinha eu entraria para ala das baianas. Roupas brancas, evocando a força das mães de santo, minha mãe Janaína e lembranças dos escritos do Jorge (meu)Amado. E rodopiaria, rodopiaria...

Com o passar dos anos chegaria na velha guarda.
Quem sabe D. Vida, nessa minha nova vida, tenha sido ainda mais generosa, e além de uma vida no samba, ela  tenha brindado (escrevi blindado duas vezes, Freud explica) com um amor tipo Cartola e D. Zica? Iria para avenida cercada de filhos, netos, todos criados no macarrão e feijão preto. Eu seria um orgulho para comunidade, um patrimônio da escola. E quando chegasse meu momento de partir para outra vida (minha mãe também garante  que temos várias - tipo vida de gato) seria embalada e não velada, ao som do samba enredo da minha escola do coração e partiria, já com vontade de voltar.

É, vou caminhando e cantarolando Chico:


"Estou me guardando pra quando o carnaval chegar!"