quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Olhar de sonho, de agradecimentos!


“Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita.
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz.
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz... “

Aqui, nestas páginas, sou a Érica da forma mais nua e crua possível. Escrevo sem pensar em quem irá ler, se vai gostar ou não, aqui sou inteira (como tento ser em minha vida, sempre).
Uma Érica que está em constante movimento, procurando ser um ser humano cada dia mais humano. Falar menos, ouvir mais; olhar quem está ao meu lado – já percebeu o quanto deixamos de olhar para as pessoas que estão bem próximas?
É assim que, hoje, venho dividir um momento de felicidade intensa com você, meu leitor, meu amigo.
E começo com a seguinte indagação: você já teve um sonho?
Não, não falo de um sonho qualquer, um objetivo, um capricho, uma meta ou qualquer outro nome que pode camuflar um sonho.
O sonho, do qual eu pergunto, é um sonho desejado, amadurecido.
Sabe aquele sonho que faz você perder noites de sono e achar ótimo; escrever até de madrugada, esquecer de salvar, perder tudo e recomeçar com o mesmo entusiasmo; chorar, se desesperar e continuar. É deste sonho que falo.
Somente quem sonhou poderá me entender...

"Hoje vai ter uma festa
e eu vou dançar até
o sapato pedir pra parar
Aí eu paro, tiro o sapato
E danço pro resto da vida!"


Quem acompanha meu modesto mundo sabe bem do sonho que estou falando.
...
Foram meses de namoro, planos, expectativas e uma “quase desistência”.
Acredito piamente que todos nós temos uma tarefa neste plano em que vivemos e, assim, não podemos fugir de algumas coisas. Temos sim o livre-arbítrio, mas há uma força maior que nos move.
E assim, recuperadas as forças físicas, me voltei, novamente, de frente para o sonho.
Foi tudo muito rápido e quando vi já era a hora do primeiro encontro.
Um encontro não propriamente com o sonho, mas com sua estrutura física.
Voltei a ter 7 anos, meus olhos brilhavam ao ver a imponência, a arquitetura, e o medo do desconhecido pulsava dentro de mim.
O destino, sim, não há acaso nesta vida, ainda reservava uma surpresa: o elevador. É, você pode não entender, mas o elevador me trouxe a mais grata alegria!
Saio dali amedrontada, com o coração na mão. Encosto no meu sempre companheiro e vejo o quanto ele também teme tudo ter ido embora.
Não há o que fazer. Me esforcei muito, fiz o melhor, “agora Inês é morta”.
Dias depois fico sabendo que vou para o último passo rumo ao sonho – dias de felicidade.
Desta vez parto sozinha.
Mudanças, o desconhecido, abrir e fechar ciclos, tudo muito difícil e doloroso. Eis a mágica da vida.
Do que mais me arrependo na vida, é quando vejo pessoas passando por mim sem que eu tenha tempo de conhecê-las. No mais, não há arrependimentos, tudo é válido. Cair e levantar, é a vida!
A preparação é complicada. Choro, baixinho para que ninguém me ouça. Ligo pra casa, me finjo de forte, para que todos possam ficar calmos também.
Quando se tem uma família, todos se envolvem na busca do sonho. Mesmo que signifique perdas temporárias, mudanças bruscas. Não importa. O que importa é que um de seus membros está indo em busca de um sonho.
Chega o horário.
No caminho vou jogando conversa fora com o taxista (adoro conversar com taxistas! – não, não é tara por taxistas rs. Gosto de ouvir as histórias da cidade, seu olhar da cidade em que vive...).
Quando vou descer do carro, o taxista beija minha mão e diz: “- Todo sorte do mundo, tudo vai dar certo!”.
Puxa, sou uma pessoa de sorte. Acho que já comentei neste blog como em todos os momentos decisivos da minha vida aparece um estranho, que não sabe o que estou vivendo e me diz algo exato.
Sigo o caminho pensando nas lendas que ouvi daquelas terras, de seus habitantes. No que já imaginei, criei.
Sinto o vento batendo em meu rosto, o cheiro da cidade nova e uma sensação de paz me invade.
Quando chego ao encontro das pessoas que decidirão o destino do meu sonho, sou recepcionada com a gentileza e o carinho que recebi desde que pisei pela primeira vez nestas terras.
Conto do meu sonho para meus ouvintes e sinto que eles gostam, acreditam...
Parto dali com o coração em festa. Algo me diz que tudo dará certo.
Para conquistarmos sonhos, não basta sonhar, é preciso esforço. Sabia do meu esforço e, se desse certo ou não, havia feito o melhor.
Dia 14/12: meu nome está na lista de aprovados!
Meu momento mastercard, não têm preço!!!
Como disse no início, não é apenas um projeto de vida e sei que pode parecer pequeno para muitos, mas é uma paixão, um sonho realizado.
A vida é feita de pequenas alegrias. Só levaremos o que aprendemos, o que sentimos, o que vivenciamos. Carros, imóveis, roupas, cargos, estes ficarão por aqui.
Assim, este singelo sonho tem uma dimensão imensurável em minha vida. Meu papel no mundo. O início da pequena contribuição para um mundo mais humano.
Quero agradecer, sem exceção, a todos. Cada e-mail trocado, bilhete, tempo doado, colinho recebido, palavras de incentivo, de carinho, dúvidas esclarecidas. Enfim, sem cada um de vocês não chegaria até aqui.
Mauricio e meus filhotes, faço aqui um agradecimento público, pelo tempo que deixei de estar com vocês e recebi amor e mais amor, pelo incentivo, pelo sofrimento da expectativa, pela alegria que vocês me proporcionam a cada dia. Será um grande passo para todos nós. Eu os amo!

Bueno, POA, lá vou eu. Com muito chimarrão e o Inter, já cravado no coração!!

Um beijo, com todo meu carinho a cada um de vocês.

Deixo-os com Quintana:

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube o que dizer-te e este poema vai morrendo,
ardente e puro, ao vento da Poesia...
como uma pobre lanterna que incendiou!”

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