segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bob pai e Bob filho.



EM GIBI DE ZIGGY, FILHO DE BOB MARLEY, HERÓI GANHA PODERES COM BAFORADAS DE MACONHA


Uma lufada de fumaça na cara do novo personagem de quadrinhos Sedona é a chave para liberar seus poderes de super-herói. Só não pode ser qualquer fumaça, afinal trata-se de "Marijuanaman".

Criado pelo músico jamaicano Ziggy Marley, a nova HQ será lançada depois de amanhã nos EUA pela editora de Robert Kirkman, criador de "Walking Dead".

"Queríamos colocar a maconha numa perspectiva diferente, lutar contra o ranço negativo e falar do positivo", disse Marley ao Folhateen.

"Não queria que fosse uma piada. Há muitos estereótipos na indústria do entretenimento de quem fuma maconha. Quis fazer diferente", disse o filho de Bob Marley.

Sedona é um super-herói extraterrestre, cujo planeta está em crise. Em sua viagem em busca de soluções, acaba na Terra, onde conhece um grupo de ativistas que lutam pela legalização da maconha e contra vilões da indústria farmacêutica, criadores da "Ganjarex", uma pílula de prazer sintético.

Sedona não fuma a erva, apenas absorve a fumaça alheia. Um cigarro de maconha só aparece lá pela página sete, com um maconheiro rastafári de olhos caídos. É ele quem vai explicar a ciência de Sedona. "Humanos têm DNA, são os blocos de construção da vida", diz. "Sedona não têm DNA, tem THC [estrutura química da planta cannabis]. São seus blocos de construção."

Ao ser perguntado se os pais não ficariam chocados ao ver os filhos com "Marijuanaman", Marley respondeu: "Sim. Estão programados para ser contra a planta", disse. "Tudo bem ver gente bebendo, fumando cigarros ou matando em filmes. Mas não fumando maconha."

O uso da erva, controverso entre médicos, não é recomendado para jovens.

"A maconha não traz nenhum benefício para o adolescente", diz o psiquiatra Arthur Guerra, supervisor do grupo de álcool e drogas da faculdade de medicina da USP. "Há chances de haver dependência e de trazer complicações familiares."


(Fernanda Ezabella, de Los Angeles - Folha de S. Paulo, 18/04/2011.)








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