quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Muito prazer, Érica!


Fico intrigada com pessoas que continuam cuidando da minha vida, me dando conselhos ou horrorizadas com minha vida.

Tive que ouvir de uma gentil pessoa que não devo mais ter filhos. Serei gentil em não revelar o nome e nem dizer que a mesma é do ramo da educação. Ah, pulei uma fase da conversa. Estava dizendo, para essa gentil pessoa, que meus filhos estão grandes, que dá saudade deles pequenos... Para piorar, além do conselho ela arrematou: E se for para ter outro filho que seja ao menos com o mesmo pai. Jesus!!! Tende piedade dessa pobre alma. Bueno, como sou uma pessoa consciente das minhas escolhas e por mais que eu queira não consiga me ofender com isso, tive que responder com a mesma gentileza. E ainda fui generosa em não adentrar em outros campos e nem dar minha opinião sobre tudo que penso dela. 

Estamos em pleno 2011 e quando ouço pessoas dizendo que não existe mais discriminação dou risada. E não falo da discriminação racial, de gênero, essa é pra lá de real. Falo da discriminação da mulher separada, da mãe solteira (sim, esses termos ainda existem). Famílias margarinas, esposas perfeitas, maridos exemplares, relacionamentos nos moldes da sociedade...e toda essa merda. Não se encaixa aqui? Tá fodido!

Desde pequena resolvi não me trair. Sempre peço que não perguntem minha opinião, sou sincera e ponto. Alguns me acham louca, maluca, grosseira, mas quem me conhece de verdade sabe que sou Érica, de corpo e alma. Os anos têm conseguido efeitos inacreditáveis em mim. Dou uma boiada para não entrar em uma briga, mas por favor, não façam com que eu peça minha boiada de volta. Sei ser mais macho que muito homem. Para mim não tem tempo quente. Mas sei ser doce, amável e gentil. Tento cuidar da minha vida sem máscaras, não dar muito trabalho para ninguém, cuidar dos meus e fim. Mas vejo que incomodo muita gente sendo eu mesma.

Sei também que o preço de muitas escolhas minhas ainda cairão sobre meus filhos. Lamento e não lamento. Mostro aos meus filhos os meus erros e acertos. Sou honesta com eles, jogo limpo. Assim, somos um grupo de quatro e nos orgulhamos disso.

Érica, ela é especialista em dar a cara à tapa, em chorar quando tem vontade, em sorrir, berrar, abraçar, em não empurrar nada com a barriga, em descer do salto, em amar visceralmente algumas dezenas de pessoas e principalmente em pagar cada centavo por suas escolhas.

E parafraseando Clarice lhes digo: "Parece uma moral amoral. Mas o q é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma."

Sim Clarice, não pactuo com a comodidade da alma!



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