domingo, 21 de fevereiro de 2010

Macaco olhe seu rabo! Ainda sobre traição.


Ontem li notícia sobre Tiger Woods. Aquele que a mídia apelidou de máquina do sexo.
Tiger foi a TV se desculpar pelas traições à mulher e a mídia noticiava que, mesmo com o pedido de desculpas, ele não consegue voltar à vida normal.
Meu Deusssssssss, em que mundo estamos?
Alguém, tirando a mulher dele, tem alguma coisa a ver com quem Tiger sai? Ok, o cara é uma figura pública, mas e daí?
Hoje, saiu um encarte na Folha sobre sexo e fiquei pensando no quanto ainda lidamos mal com nossa própria sexualidade.
Tabus e mais tabus cercam nossas vidas e aqui, evoluímos muito pouco.
Sim, estamos mais liberados que nossos avós. Falamos mais abertamente, nos permitimos mais, mas se a conversa aprofundar...
Bacana mesmo é falar, mas na prática é muito complicado.
Muitos homens continuam em seus papéis machistas com suas mulheres e filhas. Frases, como, por exemplo, “segura suas cabras que meu bode tá solto” ou “com minha mulher não”, infelizmente ainda são ouvidas.
E as mulheres? Minhas queridas, não acreditem na chamada igualdade sexual. Somos observadas e tachadas o tempo todo. Cabelo, roupa, se bebemos, se fumamos, como nos vestimos, como nos portamos.
Tente viver sua vida com toda liberdade e igualdade, e a conta virá.
Triste também é tentar viver “essa igualdade”, sem ao menos saber o que isso significa.
Vejo meninas, com pouco mais de 15 anos, vivendo uma sexualidade que mal entendem ou mulheres se comportando e se vestindo como caçadoras de homem e na manhã seguinte pagando um preço que não podem.
Você pode até discordar no início, mas pense bem, reflita e irá concordar comigo.
Eu, particularmente, não costumo me prender ao que os outros acham ou deixam de achar. Pra mim, o que vale mesmo é a fidelidade com meus sentimentos, com meus caminhos. Já paguei e pago um preço por isso, mas essa sou eu. Não saberia ser diferente.
E aqui, não falo só em sexo, mas sim na vida no geral.
Não quero, daqui a alguns anos, me arrepender de nada. E isso não quer dizer em viver a esmo e sim, fazer escolhas. Mesmo que isso signifique algum tipo de sofrimento.
E sexo, também é escolha.
Tem que ser muito homem ou muita mulher para saber lidar com sua sexualidade.
Quantos garanhões não sabem nada de sexo! Porque ser pegador qualquer um consegue.
E, voltando no assunto traição, já escrevi aqui sobre o tema e volto ao debate.
Danuza Leão, em seu artigo de hoje na Folha, escreveu:
Pense nas falsas juras de amor eterno que você já ouviu, e não se amargure. Pense também nas que você já fez, e por nada, só porque fazia calor, a cerveja estava gelada, a noite bonita, e você morrendo de vontade de ser feliz, nem que fosse só por umas horas. Mesmo tendo sido tudo mentira, seja sincera: não foi bom? E a vida não é isso?”
Não, não é uma apologia à traição. Acho a fidelidade importante, mas há tanta coisa englobada aqui.
Quantas vezes ouço: - Ele me traiu. E penso: - Quem traiu quem?
Casamento é feito a dois.
Talvez vocês sejam parceiros de uma família, de filhos, de uma vida até, mas fidelidade é muito mais que isso.
Assim, cada casal cria seus códigos, regras e não vale culpar o outro se um terceiro pintar.
Vale ser submissa, cega, mas ai vai do que você quer para sua vida. Da sua auto-fidelidade eu diria.
Talvez seja por isso que homens prefiram as mulheres “doces”.
Com a desculpa do gênio forte, leia-se leal a si mesma, essas mulheres representam um perigo.
E se ela for bonita o perigo redobra. Eles até a desejam, mas partilhar uma vida com mulheres desse naipe é para poucos.
Melhor uma mulher meio termo, que fale manso, que aceite as escapadas, que não escape, sem maiores delongas.
O mundo, apesar de estar sendo “dominado” por nós mulheres, ainda é regido pela cultura machista.
E alto lá, eu não sou nada feminista. Aliás, por vezes brinco afirmando que gostaria de saber quem foi a infeliz que quis direitos iguais.
Eu quero um homem gentil, que abra a porta do carro (sempre e não porque o carro é novo ou a mulher é nova, rs), quero mimos e etc. Mas também quero minha independência, meu espaço.... Algum homem diria: - Elas querem tudo!
Pode ser, mas queremos sim nosso espaço e continuar a ser mulheres normais. Não há nada de errado nisso.
Brincadeiras a parte, se, para nós, mulheres privilegiadas já é difícil viver nesse mundinho, imagine milhares de mulheres que ainda convivem sem o mínimo de dignidade. São submissas, violentadas em sua auto-estima, algumas até fisicamente. É por essa parcela esquecida, que devemos seguir batalhando por nosso espaço.
Esse espaço não deve ser maior ou menor, porque ser menos é complicado tanto quanto ser mais, mas deve permitir que andemos juntos, ao som do mesmo passo.
Assim, quando me deparo com notícias como a de Tiger Woods, com suas desculpas, fico imaginando para quem são esses pedidos.
Estou farta de semi-deuses e falso moralismo!

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