quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olhar para vizinhos.



Creio que eu já tenha dividido com vocês minha estranheza por residir em um apartamento.

Sempre morei, e moro, em casa.

Ao vir para POA não tive escolha e lá fui eu para minha primeira gaiola.

Tudo diferente. Apesar de morar em um condomínio em Ribeirão, viver em comunidade em um prédio é bem diferente.

Meu prédio foi projetado para adultos, o que já facilita um pouco. Quase todos residem sozinhos e encontrar alguém no elevador ou no corredor é coisa rara.

Bueno, você deve estar pensando que tudo é paraíso. Ledo engano e escrevo justamente por isso.

Que graça teria residir no paraíso sem a existência de um inferno?

Pois bem, tenho uma vizinha que me faz lembrar, todas as quintas e sextas, que o meu aparente sossego é realmente aparente.

Vejam minha situação, meus caros: resido sozinha nesta terra gelada, de dias cinzentos, onde o vento uiva, chego das aulas depois das 22h30 e acordo cedo para malhar este corpinho tão necessitado de uma musculação.

Minha querida vizinha chega todos os dias às 23h e anda de salto, arrasta os móveis (é preciso mudar a decoração!), até por volta de 1h . Mas isso não é tudo.

Conto nos dedos os dias faltantes para chegada da quinta e da sexta. Ah, quinta e sexta-feira!!

É chegada a hora do namorado da minha vizinha vir visitá-la e é aqui que minha alegria redobra.

Eles chegam por voltam das 23h (adoro gente pontual!) e iniciam o ritual da dança do acasalamento !!

Logo após, eles incorporam animais selvagens (creio que rinocerontes) e é um tal de cama arrastando, gemidos, gritos...

Lembrem-se da minha situação: frio, chuva, solidão, enfim, ouço-os alegremente!

Como eles possuem uma rotina , eu já sei de cor qual é o próximo passo do ritual: o xixi da espécie dominante.

Sim, quando ouço o xixi (estruturas modernas da construção civil nos propiciam essa troca) sei que estamos quase no final. Estamos mesmo, pois me sinto quase parte desse ritual do final de semana.

Aliás, sinto por não ficar aos sábados e domingos para participar do todo, é uma pena.

Em ato contínuo, o casal vizinho se despe das vestimentas selvagens e encara uma outra espécie: transformam-se em araras.

É o momento de contar como foi a semana, na quinta-feira e discutir a relação, na sexta. Tudo, sempre com horário certo para terminar (eles são pontuais, lembram?): 3h da manhã.

E agora o casal, pensando em não me deixar solitária durante o dia, resolveu reformar o apartamento e o som do martelo inicia-se às 8h e vai até às 18h.

O que seria da minha vida sem essa alegria que eles me proporcionam? 

E amanhã já é quinta-feira, eba!!!

3 comentários:

  1. hahahaahahaha felizes aqueles que "sabem" viver em "condomínios"!!!
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Tenho vizinhos que me proporcionam sentimentos semelhantes, talvez mais desagradáveis até hehe
    Demais o post!

    ResponderExcluir
  3. KKKKKKKKKKKKK
    Tenho vizinhos semelhantes! Ligam o som mais alto que o DJ em baladas ... hehe detalhe depois da meia noite!(ainda bem que não é todo dia)Minha cama quase sai dançando junto! :D
    Quando estou muito concentrada no livro levo susto, antes era mais freqüente, agora ja estou me adaptando ao horário! susto é raramente... :D


    Alguns dias estão inspirados como teus vizinhos .. kkkkk
    Tenho que rir por que dormir não dá! kkkkkkk

    Nunca vi a cara das figuras! ainda bem, acho que quando ver não controlarei a gargalhada!kkkk :D


    Beijos.

    ResponderExcluir