terça-feira, 30 de novembro de 2010

Olhar para minha coleção.




Algumas pessoas colecionam tampinhas de garrafas, outras carrinhos, outras caixinhas. Eu coleciono pessoas.
Sim, pessoas. Faço um processo de seleção de altíssimo nível, coloco-as em  potinhos e herméticamente fechados, eles vão para minha estante.
Tenho uma pequena estante, cuidadosamente colocada perto da janela. Ali, eles recebem ar puro, o calor do sol, posso vê-los e senti-los sempre que meu coração pedir.
Sou uma pessoa privilegiada, tenho pessoas em potes!!
Quero morrer em um dia de sol suave, sentada em minha cadeira, um livro de poesias nas mãos, um café ou um chá,  um docinho gostoso e os potes ao meu redor.



"Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado

E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano

Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer

E o espelho de minha alma multiplica...
(V. de Moraes)








2 comentários:

  1. Depois de um tempo ausente volto a sentir o prazer de teu olhar... Sem disfarçar a saudade q tinha de estar aqui...

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