quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Meu olhar...


Não sei da sua formação acadêmica meu leitor, dos caminhos que você trilhou na vida profissional, mas sei que a minha não foi simples.
Não pude fazer a faculdade com aquele nome bacana que hoje eu gostaria de ver impresso no meu diploma.Quando ingressei na faculdade tinha um bebê no meu colo.Minha imaturidade e a dureza da vida daqueles tempos colocaram rapidamente um diploma em minhas mãos. Um canudo...
O mundo rodou, rodopiou, deu cambalhotas...

Em um passado recente, me reencontrei com meus livros, com minha essência e despertei minha alma.
Em pouco tempo já devorava livros, havia passado em um curso e um novo mundo se fez.
Pessoas especiais, anjos de verdade, cruzaram (e cruzam) minha vida, me dão passagens em paisagens indefiníveis. Obrigada!
Tenho um companheiro de verdade ao meu lado,filhos preciosos, que me apoiam e me auxiliam nessa jornada.
Sigo um caminho tranquilo, com passos mais precisos (alguns tropeços) e posso sentir a vida me guiando. Estou indo ao encontro dos meus planos.
Sim, tenho dúvidas, incertezas, medos, monstros gigantescos habitam o meu ser(reais e imaginários).
O mundo real, infelizmente, também coloca em nossas vidas pessoas que nos lembram o quanto amamos nossos cães.Nesses dias me recolho, choro baixinho...
Mas, como sempre digo,SOU MULHER MACHO SIM SENHOR!! E sempre, sempre me levanto e recomeço o que havia ficado suspenso (tenho um prazo de validade para dias tristes: 2 dias e nada mais).
Hoje(que já é amanhã), no finalzinho do dia, fui invadida por uma tristezinha...
Talvez seja a gata sem orelhas que minha mãe trouxe para eu conhecer (ela nasceu com os olhos mais lindos do mundo, para que ninguém pudesse reparar a falta de orelhas); talvez seja o cansaço, o corpo reclamando; talvez a saudade da Julinha, minha bailarina; talvez a saudade antecipada do pequeno homenzinho; talvez...
Terminei um trabalho de dias e mais dias, noites e noites, privação do meu papel de mulher, mãe, filha, amiga, bunda (sim, estou praticamente desbundada de tanto ficar sentada), uma entrega total.
Pensei nos prazeres que pude vivenciar com esse trabalho. Descobri outro universo, uma nova maneira de pensar, uma literatura inigualável!! Salve o Sul do país!
Passei dias saboreando cada palavra, cada novo artigo , cada livro, cada descoberta. “Não era uma mulher com seu livro, era uma mulher com seu amante”, retrucaria Clarice ( e talvez o Mauricio!).
O prazer ao ver o texto pronto..., prova do meu crescimento, da minha dedicação.
Não era somente o resultado de um estudo, era um capítulo da minha trajetória.
Mas o desconforto persistiu e me senti pequena, frágil, incapaz...
Amanhã o sol irá nascer.
Bom dia D. Érica!!!

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