domingo, 11 de julho de 2010

Olhar de viver.


"Somos autores de boa parte de nossas escolhas e omissões, audácia ou acomodação,nossa esperança e fraternidade ou nossa desconfiança.Sobretudo,devemos resolver como empregamos e saboreamos nosso tempo, que é afinal sempre o tempo presente.
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Na arte como nas relações humanas, que incluem os diversos laços amorosos, nadamos contra a correnteza. Tentamos o impossível: a fusão total não existe, o partilhamento completo é inexequível. O essencial nem pode ser compartilhado: é descoberta e susto, glória ou danação de cada um - solitariamente.
Porém uma conversa ou num silêncio, num olhar, num gesto e amor como numa obra de arte, pode-se abrir uma fresta. Espiarão juntos, artista e seu espectador - como dois amantes
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Assim, viver, como talvez morrer, é recriar-se a cada momento.Arte e artifício, exercício e invenção no espelho posto à nossa frente ao nascermos.
Algumas visões serão miragens: ilhas de algas flutuantes que nos farão afundar. Outras pendem em galhos altos demais para a nossa tímida esperança. Outras ainda rebrilham, mas a gente não percebe - ou não acredita.
A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas ELABORADA. Eventualmente reprogramada.Conscientemente executada.
Não é preciso realizar nada de espetacular.
Mas que o mínimo seja o máximo que a gente conseguiu fazer consigo mesmo.
(L. Luft)


Pois viver deveria ser - até o último pensamento e o derradeiro olhar - tranformar-se.

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