sexta-feira, 16 de julho de 2010

O segredo dos seus olhos.


“Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!”
(Quintana)


Ontem, fui ver o filme O segredo dos seus olhos.
Perdi um pouco o encantamento do filme porque já conhecia todas suas passagens.
Li diversos artigos sobre o filme, conversei com quem havia visto o filme e, assim, já sabia o que me esperava.
No entanto, o que ficou pra mim, não li em nenhum artigo.
Benjamim, nas palavras de Irene, “é lerdo” e nas minhas é covarde.
Dias atrás li, em um livro de Jung, a diferença do tempo para se envolver, do homem para a mulher.
Pense em relacionamentos e poderá constatar que, em sua maioria, são as mulheres que o embalam na fragilidade do início de qualquer relação. Sim, todo início é frágil, há o medo, o temor, mas isso existe para ambos os lados. E, sempre, há uma mulher mostrando, delicadamente, "a possibilidade" maior que o temor.
Benjamim demorou 25 anos para ter a coragem necessária e colocar a letra “A” em seu TEMO(R).
Uma simples letra, um simples passo para preencher uma “vida vazia”.
Quantos de nós, em nome desse temor, de dores que nada têm a ver com esse presente, com essa pessoa que se apresenta ao nossos olhos, fogem sem saber que ali estava o AMOR.
Termino com a última fala de Benjamim e Irene, mas na esperança de que possa ser empregada hoje e não depois de 25 anos:

“- Vai ser complicado, diz Irene.
- Não me importo, diz Benjamim”.

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