domingo, 20 de junho de 2010

Olhar de medo.


"Quintana era lido onde menos se imaginava. Um hóspede do presídio de Porto Alegre escreveu querendo saber se o poeta não conseguiria para ele um radinho de pilha. Mario foi consultar Eldes Schenini Mesquita, colega da redação e delegado de polícia, a quem costumava recorrer para driblar burocracias relativas à área, como fazer carteira de identidade e pedir certidão de bons antecedentes. devia ou não dar o rádio?
Eldes ponderou que era um problema dele. Não havia nada que o impedisse de dar o rádio. Pelo contrário, estaria fazendo um presidiário feliz.
Mario espalhou o olhar naquele costumeiro infinito e logo retornou-o a Eldes, com uma ponta de dúvida:
-Pois é. Isso aí eu já lembrei. Tenho medo é da gratidão..."

Eu também...

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